domingo, 17 de abril de 2011

CADÁVER

CADÁVER
Jacyra Ferraz Laranjeira

O corpo cadavérico em uma mesa de metal.
Um louco, nem morto nem vivo.
Uma tentativa de suicídio.
Um homem de jaleco branco
corta-lhe a barriga na vertical.
Partindo do umbigo, arranca a pele,
sem dó, na horizontal.
Pele? Foi a casca da serpente
saindo,
o casulo da lagarta
caindo.
uma águia, uma borboleta
foram surgindo.
e a coisa morta viva
esvaindo.
Da dor insuportável, brota um choro.
Existe ali alguém de alma sensível,
que começa a temer atos e cenas
ou surtos ou impulsos....
Vai tentar viver momentos de tranqüilidade
na simplicidade.
Quem sabe encontra um pouco de paz!
Ou um pensamento diferente dos demais,
algum momento de felicidade,
que ela sabe que se desfaz, refaz, desfaz...

2 comentários:

  1. Mestre, obrigada pela sua amizade, por seus atos de bondade, por suas palavras de incentivo e carinho. E é assim que a dor na alma vai escoando até aparecer o sorriso.
    Obrigada!
    Jácy

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  2. Querida Jácy

    Conte comigo sempre!
    Agora precisamos de uma imagem específica para ilustrar cada um dos seus poemas.
    Beijos,

    RPF

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