terça-feira, 31 de maio de 2011

Não volta mais!


Não volta mais!
Letra e Música: Alexandre Machado


Se você acredita que está tudo bem entre nós dois,
não há outra saída, senão ir embora...
Já não consigo suportar, não posso deixar pra depois...
Sei que é difícil, mas chegou a hora
Milhares de recordações, fotografias, ilusões...
São cicatrizes que você deixou em mim...
É complicado entender como viver sem ter você:
seguir em frente! Agora vai ser bem assim!
Não vou mudar!
Nem vou olhar pra trás!
O que passou, passou...
Não volta mais!
Se você busca uma resposta pra tudo o que aconteceu,
se ainda quer saber da nossa história,
não tenho muito a dizer, pois já cansei de lhe falar
momentos que ficaram na memória
O que eu sentia por você não tenho como expressar
Não há no mundo o que possa traduzir
Eu só queria que você pudesse experimentar
sentir o amor que, um dia, eu senti
Não vou mudar!
Nem vou olhar pra trás!
O que passou, passou...
Não volta mais!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Coelhos

Coelhos

Rodolfo Pamplona Filho

Todo mundo tem seus coelhos:
alguns são pequenos como pulgas,
outros têm o tamanho de nossos medos
e causam nossas primeiras rugas.

Coelhos maiores que elefantes,
que não é possível esconder...
Coelhos que castram amantes
em momentos de constranger...

Tal qual o ditado com Mateus,
quem pariu o seu, que o balance
e não transfira para outros, os seus
receios de cair em transe...

por não conseguir ser mais leve...
por não perceber que a vida é breve...
por perder a oportunidade única
de trocar a velha túnica

que o limita ao mesmo papel,
não permitindo novas sensações,
na auto-condenação a uma Babel
de reviver velhas frustrações...

Salvador, madrugada de 13 de fevereiro de 2011.

domingo, 29 de maio de 2011

Jurisdição do Relacionamento

Todo relacionamento traz embutido um processo de conhecimento, ao qual se segue o processo de execução. A doutrina da mocidade, então, inventou as medidas cautelares e a tutela antecipada. Afinal de contas, com o 'fica', você já obtém aquilo que conseguiria com o relacionamento principal, e, além do mais, toma conhecimento de tudo o que possa acontecer no futuro, já estando precavido.

Esse processo de conhecimento pode, de cara, ser extinto sem julgamento de mérito, por carência de ação. Pior é o indeferimento da inicial por inépcia. E sem contar que na ausência do impulso oficial a coisa não vai pra frente. Havendo ilegitimidade de parte, o que normalmente se constata apenas na fase probatória; ou ainda, a impossibilidade do pedido, não tem quem agüente.

E quando é o caso, ainda mais freqüente, de falta de interesse... aí paciência!

Se ocorrer intervenção de terceiros, a coisa complica, pois amplia objetiva e subjetivamente o campo do relacionamento, transformando- o em questão prejudicial. Pois, como se sabe, todo litisconsórcio ativo é facultativo, dependendo do grau de abertura e modernidade do relacionamento.

É necessário estar sempre procedendo ao saneamento da relação, para se manter a higidez das fases futuras. É um procedimento especial, uma mescla entre processos civil e penal, podendo seguir o rito ordinário, sumário, ou, até mesmo, o sumaríssimo.. . Dependendo da disposição de cada um.

A competência para dirimir conflitos é concorrente. E a regra é que se busque sempre a transação. Com o passar do tempo, depois de produzidas todas as provas de amor, chega o momento das alegações finais... É o noivado! Este pode acontecer por simples requerimento ou então por usucapião. Alguns conseguem a prescrição nesta fase. E na hora da sentença: 'Eu vos declaro marido e mulher, até que a morte os separe'.

Em outras palavras, está condenado a pena de prisão perpétua. São colocadas as algemas no dedo esquerdo de cada um, na presença de todas as testemunhas de acusação. E, de acordo com as regras de direito das coisas, 'o acessório segue o principal'.. . Casou, ganha uma sogra de presente. E neste caso específico, ainda temos uma exceção, pois laços de afinidade não se desfazem com o fim do casamento. Mas essa sentença faz apenas coisa julgada formal. É possível revê-la a qualquer tempo... Mas se for consensual, tem que esperar um ano, apenas!

Talvez você consiga um 'habeas corpus' e... Novamente a liberdade. Como disse alguém que não me lembro agora, 'o casamento é a única prisão em que se ganha liberdade por mau comportamento' . Ah!!! Nesse caso você será condenado nas custas processuais e a uma pena restritiva de direitos: prestação pecuniária ou perdimento de bens e valores.

sábado, 28 de maio de 2011

Desejar e Querer

Desejar e Querer

Rodolfo Pamplona Filho

Deseje o poeta só para si...
Mas deixe-o livre para a humanidade....
Apenas queira que ele seja só seu
no dia em que a obsessão deixar o plano da realidade...

Desejar e querer podem ser exclusivistas
e matar a inspiração que a beleza traz...
Desejar e querer podem ser frustrantes,
quando apenas se quer mais...
Desejar e querer soam terríveis,
no conflito entre o que se tem e o que satisfaz...

Desejar e querer podem brochar qualquer tesão,
quando não se aproveita o que se tem à disposição...

Salvador, 09 de fevereiro de 2011.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ensina- me

Ensina-me
Malu Calado 
Ensina- me
amigo querido
meu porto seguro
onde a minha alma descansa



e o medo evapora.

Ensina-me a amar
o amor não louco
dentro do consciente
para que o delírio
não tome conta

Ensina-me
a te ter em minha cama
quando estiver perto
na minha vida
sempre
na minha saudade
quando estiver longe

Ensina-me a te fazer querer-me
A fórmula para você não me deixar...
Nunca!
E eu prometo que serei sua
Para sempre

Ensina-me,amante
meu tesouro
meu menino
a cuidar de nós dois.

Embola comigo meu amigo
dorme em meus braços
bebe do meu vinho
abre uma porta no seu coração
e caminha comigo!

Sempre fomos ombro um do outro
afasta a loucura na ausência
e descobre que a loucura do surto
na presença
será alívio no corpo!

Feito para os amantes!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Perdoe-me

Perdoe-me

Rodolfo Pamplona Filho

Perdoe-me por te querer,
mas não ter coragem
de te desejar...

Perdoe-me pelo prazer
de te seduzir com as palavras,
mas não com as ações...

Perdoe-me pelo silêncio
que sucede ao constrangimento
do recuo da investida...

Perdoe-me por sentirmos frustração
por não ser adequado
a completar seu coração...

Perdoe-me, finalmente,
por eu ser realmente
tudo aquilo que eu disse,
mas também uma alma triste,
que não sabe porque insiste

em viver uma relação,
que é um romance sem paixão,
sexo sem tesão
e vida sem calor...

Perdoe-me, sem apagar teu amor...
Perdoe-me, sem gerar qualquer rancor...
Perdoe-me, por favor...   

Salvador, madrugada de 13 de fevereiro de 2011.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Pingos nos is"

"Pingos nos is"
Letra e música: Rodrigo Andrade de Almeida


É o momento de desdizer o que não se diz
E de desfazer todas as coisas que eu nunca fiz
De não querer tudo aquilo o que eu nunca quis
É o momento de recolocar os pingos nos is...

É o momento de respirar e não dizer "sim"
Por mais que o "sim" doa menos em mim
O "não" representa entender que, enfim,
A nossa história já chegou ao fim

É como não estar onde não estou
Como aceitar o que eu não sou
É não receber o que eu não dou
E compreender que a vida parou...

É o momento de dizer o que não se desdiz
E de refazer todas coisas que eu já fiz
De querer tudo aquilo o que eu sempre quis
É o momento de recolocar os pingos nos is...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Repensando Camões...

Repassando. Não sei se é real nem se aconteceu na UFBa. Mas é legal.

Vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho de poema de Camões:
'Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer '.
Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação :

'Ah, Camões!, se vivesses hoje em dia,
tomavas uns antipiréticos,
uns quantos analgésicos
e Prozac para a depressão.
Compravas um computador,
consultavas a Internet
e descobririas que essas dores que sentias,
esses calores que te abrasavam,
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
mas somente falta de sexo !'
A Vestibulanda ganhou nota DEZ: pela originalidade, pela estruturação dos versos, das rimas insinuantes, e também foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era apenas falta de mulher.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

MORREU MARIA PREÁ

MORREU MARIA PREÁ

Autor: Itanildo Medeiros

Morreu Maria Preá!!!
Esse ditado famoso
eu comecei a pesquisar
porque fiquei curioso.
Depois de revirar tudo
descobri com muito estudo
e pergunta em banda de lata,
que um padre num interior
tinha um chamego, um amor,
um caso com uma beata.

Bonita e muito formosa
Maria Preá é o seu nome
essa beata fogosa
do padre tirava a fome,
e sempre que ele podia
com ela ele se escondia
pra poderem se agarrar.
Mas um dia o sacristão
flagrou os dois num colchão,
o padre e Maria Preá.

E depois dessa orgia
o padre perdeu o sossego.
O sacristão todo dia
alegava esse chamego
e chantageava o vigário,
fazia ele de otário
ameaçando contar.
Deixava o padre com medo
que vazasse esse segredo
dele e Maria Preá.

Sem saber o que fizesse
com o sacristão lhe explorando
pois tudo que ele quisesse
o padre ia logo dando,
com medo que a cidade
descobrindo essa verdade
ficasse escandalizada,
pediu a Deus uma luz
pra lhe tirar dessa cruz
dessa exploração cerrada.

Até que um dia o vigário
viajou pra ali pertinho.
Foi rezar um novenário
num município vizinho.
Esqueceu de um documento
e notando o esquecimento
parou no meio da estrada,
deu meia volta e voltou,
mas quando em casa chegou,
Ah, que surpresa danada!!!

O padre entrando apressado
na casa paroquial,
viu o sacristão curvado
em decúbito dorsal,
nu da cintura pra baixo
por trás dele um outro macho
numa movimentação
que o padre, vendo, notava
que o rapaz encalcava
as fezes do sacristão.

Assistindo aquela cena
mas lembrando do passado,
o padre ficou com pena
e também aliviado.
Mas, mesmo com a vergonha
daquela cena medonha,
o padre gritou de lá:
Sacristão, se oriente
pois, pra nós, daqui pra frente,
morreu Maria Preá. 

domingo, 22 de maio de 2011

Diálogo na Justiça do Trabalho

Diálogo na Justiça do Trabalho
 <http://www.revistabareserestaurantes.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=139:dialogo-na-justica-do-trabalho&catid=1:um-cafe-e-a-conta&Itemid=70

Juiz: Quanto tempo o senhor trabalhou na empresa?

Reclamante: Seis meses.

Juiz: E está reclamando 300 mil?

Reclamante: Sim. 150 mil por dano moral e o resto pelas verbas rescisórias.

Juiz: Verbas rescisórias? 150 mil reais por seis meses? Qual era o salário?

Reclamante: 800 reais por mês. Mas tem a incidência.

Juiz: Incidência?

Reclamante: Pois é, incidência da hora extra sobre o salário, da gorjeta sobre a hora extra, do adicional noturno sobre a gorjeta, do adicional de insalubridade sobre o adicional noturno, do intervalo entre almoço e jantar sobre o adicional de insalubridade e...

Juiz: Tudo bem! Tudo bem! Mas ainda acho que há exagero.

Reclamante: De jeito nenhum, meritíssimo. Basta o senhor inverter e verá que dá esse valor.

Juiz: Inverter como?

Reclamante: As verbas que incidem sobre as outras, também tem que incidir as outras sobre as verbas. Dá 36 incidências sobre incidências e vice-versa. É só fazer a incidência da hora extra sobre a gorjeta, do adicional noturno sobre a hora extra, do....

Juiz: Sei, sei. Uma verba incide sobre a outra. Não venha “ensinar o padre-nosso ao vigário”...

Reclamante: Pois é, eu ganhava 800 reais de salário, mas incide 400 reais de horas extras. Dá 1.200 reais. Mais adicional noturno dá 1.600 reais. Portanto, a hora extra deve ser calculada sobre esse total e não sobre os 800 do salário. Aí, o adicional noturno incide sobre esse total e chegamos a 2.200 reais então...

Juiz: Ok, ok.

Reclamante: E tem a verba do item z 12, lavagem do uniforme, que eu fazia em casa. O z 13 fala que o patrão dava comida, portanto, o valor incide sobre as verbas remuneratórias. O z 14, ele me deixava puxar um ronco no sofá do escritório à tarde, portanto, eu fi cava a disposição dele. É hora extra!

Juiz: Não gosto desse negócio de Z 1, Z 2. O alfabeto português não dá mais. Precisamos adotar o chinês.

Reclamante: Veja o senhor que tem o z 15, tempo que eu levava para ir de casa até a empresa e vice-versa. O z16, tempo que eu levava para me trocar, 40 minutos;. Reconheço que sou um pouco lento, mas é horário à disposição da empresa. O z 17, adicional de periculosidade, pois tinha que lavar facas...

Juiz: O senhor trouxe testemunhas?

Reclamante: Trouxe. Meu irmão.

Juiz: Irmão é parente.

Reclamante: De jeito nenhum, senhor juiz. É só meio-irmão. Não sendo irmão inteiro, não é parente inteiro e, então, a lei não proíbe.

Juiz: Ele trabalhava lá?

Reclamante: Não, ele morava no norte, mas pode testemunhar.

Juiz: Como ele sabe dos fatos?

Reclamante: Eu escrevi três vezes para ele. As cartas foram juntadas, são provas documentais. Portanto, eu tenho prova documental e testemunhal. Se for preciso, fazemos prova pericial nas cartas. Provo que é minha letra...

Juiz: E o dano moral, por que você acha que tem direito a 150 mil?
Seu patrão disse que te demitiu porque você chutou o saco dele.

Reclamante: Mentira! Mentiroso! Foi ele que bateu violentamente com o saco no meu pé.

Juiz: Ele contestou, alegou que você o chamou de cão danado.

Reclamante: Porque ele me deu uma bronca.

Juiz: Por quê?

Reclamante: Só porque eu atrasara pela quinta vez naquela semana.

Juiz: O homem foi parar no pronto socorro, podia ter chutado mais de leve.

Reclamante: Ora, meritíssimo, o senhor sabe que patrão mente. Ele é que enfi ou o saco com toda força no meu pé. (risos) Esqueci de reclamar o preço do sapato. Até arrebentou!

Juiz: E tem mais, ele diz aqui na contestação que o senhor também foi visto pegando dinheiro no caixa.

Reclamante: Eu só estava fazendo um vale, como não tinha ninguém por perto para pedir, fi z eu mesmo,
poupando serviço dos outros. Só esqueci de avisar. Ele deveria até me pagar pelo serviço extra, o senhor não
acha? Posso acrescentar na reclamação?

Juiz: Você é mesmo ajudante de cozinha? Mais parece advogado especializado.

Reclamante: Ahhh, doutor, já estou na décima oitava reclamação. Tem um amigo meu que se aposentou com 30. A gente vai aprendendo. Tô até ensinando aqui pro doutor meu advogado, que é novinho no ramo...

Juiz: E porque tanta reclamação?

Reclamante: Ora, doutor. Se eu sou demitido, recebo FGTS com multa, férias com multa, décimo terceiro
proporcional, saldo de salário, ainda faço a reclamação....

Juiz: Isso tudo você não recebe se for demitido por justa causa.

Reclamante: Mas se não for assim, ponho um formicida nos pratos. O patrão vai preferir me mandar embora rapidinho, antes dos clientes terem diarréia e o processarem...

Juiz: Mas você fi cará sem emprego.

Reclamante: Mas aí tem o seguro desemprego e logo me emprego e digo que não precisa assinar a carteira para continuar recebendo o seguro. O patrão aceita e depois eu reclamo verbas trabalhistas desse período e assim vamos, é a luta pela vida... Aceito a última proposta. 5 mil em cinco vezes e ele retira a queixa da delegacia.

Juiz: Homologo o acordo. O próximo!

sábado, 21 de maio de 2011

Quem deu asas ao tempo?

Quem deu asas ao tempo?

Rodolfo Pamplona Filho
O tempo não é pássaro para flutuar.
Apenas voar é mais rápido que correr...
Se o tempo voa, por que o arrastar
quando se está a sofrer?
Ou se espera uma resposta de alguém?
Ou se quer algo para nosso bem?

O tempo não é físico para tocar,
muito menos para andar ou voar...
Então por que o tempo é cruel,
muda a perspectiva do céu,
machuca com gosto amargo de fel
e nem sempre cumpre o seu papel?

Se o tempo e o espaço são ligados,
ambos estão no vácuo sem fim...
Se assim são, o tempo não é parado,
nem voa, como dizem por aí...
O tempo flutua...
como minha mente ao ver você nua...
como uma bailarina em um solo...
como minha cabeça no seu colo...

Quem deu asas ao tempo?
Não fui eu... Não sei, nem quero saber...
Mas todo tempo será pouco,
enquanto eu não tiver você... 

Na Conexão Praia do Forte-Salvador, 06 de fevereiro de 2011.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

PORTAIS DO DESESPERO

PORTAIS DO DESESPERO


No firmamento cálido de pedras
Polidas e talhadas com esmero,
Vaga nesses portais do desespero
O meu espectro pálido que redras,

Podando as alegrias que eu quero
Para avultar a sordidez que engendras
E ver brotar a podridão que medras,
Nessa parca existência que oblitero.

Vais consumindo pouco a pouco as graças
De outros espectros que rodeiam o caos
No espaço-tempo de guardar tuas caças.

Mas lá no fundo um acalento faço:
Que antes do alvor de um desses dias maus
Serei eu a sorrir do teu fracasso.



Alexandre Roque, 24 de janeiro de 2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Querer Ser

Querer Ser

Letra: Alexandre Machado e Rodolfo Pamplona Filho
Música: Alexandre Machado
Quando amanhecer, quero ser o sol...
Quando o céu escurecer, o luar...
Se o dia estiver triste, ser a chuva a molhar...
Ser quem você realmente amará...

Quando ficar tudo frio, quero ser o cobertor...
E, se, um dia, tiver chance, seu amor...
Quero ser a sua vida, quero ser esta canção...
Quero abrigo no seu coração

Quero subir pelas paredes...
Quero ser o que faltava...
Quero ser a cura
para a solidão que nos tomava

Quero ser seu desespero
Quero ser o seu alento
Quero roubar a cena
e eternizar este momento

De janeiro a janeiro, quero ser sua estação
e, num golpe, ocupar sua paixão...
Quero ser sua saída, sua fuga, seu prazer,
mas também que seja só eu e você

Dizem que me apaixonei
pela pessoa errada...
Queria muito - isso, eu sei! -
fosse uma só estrada...

Desejo queira ser
não mais de todos ou de ninguém,
alguém a me conhecer,
não mais tantos que vão e vêm...

Na conexão Salvador-Praia do Forte, 06 de fevereiro de 2011.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

FRAGMENTAÇÃO

FRAGMENTAÇÃO

por Ary Cyrne, sexta, 4 de fevereiro de 2011 às 10:38
Construi entre meus muros de contenção
Cidade de pedra e ilusão
Sem a claridade da emoção
Ou a lucidez do apaixonado
...
A areia de minha solidez
Resistiria à onda do mar
Meus olhos de um coração devez
Além do tempo quer se encontrar
...
Na mente dos que querem sonhar
Ainda bem que nem sei
Tudo que ousei a estudar
Tudo que tentei te passar
...
Mas quanto aprendi
Nas horas de tergiversar
Talvez seja sério sorrir
Talvez seja sério chorar
...
Nos muros onde criei
Os limites que não impingi
Aprisionaram-me na lei
Que não me permito fugir

ARY CYRNE
04/02/2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

Viva João Ubaldo Ribeiro

Viva João Ubaldo Ribeiro

João Ubaldo Ribeiro completou, no dia 23 de janeiro de 2011, setenta anos. Nascido à Rua do Canal, nº 1, Ilha de Itaparica, Bahia, é um dos maiores romancistas de língua portuguesa do mundo.
De inteligência multifacetada, percorreu longo caminho até abraçar, de uma vez por todas, sua vocação de escritor. Em 1958, entrou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia. Após a formatura, em 1962, fez mestrado em Los Angeles, e, durante alguns anos, deu aulas de Ciência Política na UFBA e na Universidade Católica de Salvador. Largou a carreira acadêmica. Não chegou a exercer a advocacia. Seu destino não era o Direito. A Literatura lhe chamava. Aos 21 anos, escreveu seu primeiro romance (Setembro não tem sentido), que foi publicado, em 1968, com elogioso prefácio de Jorge Amado. 
Era preciso pagar as contas, vencer a guerra cotidiana pela sobrevivência. João Ubaldo exerceu, nas décadas de 60 e 70, a carreira de jornalista. Em 1975, chegou a assumir o cargo de editor-chefe da Tribuna da Bahia.
João Carlos Teixeira Gomes, no seu excelente ensaio crítico “João Ubaldo e a Saga do Seu Talento Triunfante” (RIBEIRO, João Ubaldo. Obra seleta. Organização Zilá Bernd. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005), narra as dificuldades financeiras sofridas pelo escritor. Numa comovente carta enviada ao amigo Glauber Rocha, datada de 31 de outubro de 1979, João Ubaldo confessa a sua angustiante instabilidade econômica:
“Escrevo porque sinto falta dos amigos e me sinto um pouco desamparado. Decidi abandonar a condição de editor-chefe da Tribuna, embora ainda devo ficar fazendo uns negócios para eles. Não tenho a menor ideia do que vai acontecer, pois viver de escrever, mesmo no jornalismo, é phoda e, inclusive, ninguém me paga. A Folha paga, mas é pouco. Enfim, não sei. Talvez seja por isso que me deprima um pouco, talvez eu esteja chegando perto dos 40 e me ache um fodido – você veja. Eu não tenho nem onde morar (...)”.
Em outra carta enviada ao seu padrinho Glauber, datada de 28 de novembro de 1979, volta a se queixar da vida economicamente desarrumada:
“Ganho uma terrível miséria para escrever um editorial todo dia, várias notas, dois artigos de lauda e meia por semana, uma crônica de três laudas por semana e mais a edição de um tablóide mensal. Com isso, julguei estar conquistando algo, pois pelo menos trabalho em casa e de bermudas, mas me dá desgosto ter que escrever merdas.”
No início dos anos 80, Ubaldo deixou Salvador e voltou a morar na Ilha de Itaparica, na casa onde nasceu, “para cumprir o seu destino de escritor”, nas palavras de João Carlos Teixeira Gomes. Nos anos de 83/84, em Itaparica, escreveu a obra-prima Viva o Povo Brasileiro, monumental romance que percorre quatro séculos de história do país. João Carlos Teixeira Gomes relata que, “ao isolar-se com mulher e filhos na ilha, acreditando no seu poder criador e renunciando, ainda tão jovem, às solicitações e oportunidades das cidades grandes, foi lá que João Ubaldo acabou por escrever a saga do seu próprio talento, afinal triunfante”.
João Ubaldo decidiu viver exclusivamente de direitos autorais. Portanto, tem total autoridade para falar sobre o tema. Em recente artigo publicado no jornal A TARDE (edição de 26 de dezembro de 2010), intitulado “Viver corretamente”, com altivez, tece dura crítica aos que ainda pensam que escritores vivem vagabundeando por aí. Eis as suas preciosas palavras:
“Aliás, falando em livros, há outras novidades, ainda no terreno da cultura. O plano é mudar a lei dos direitos autorais. Os proponentes das mudanças dizem que não estão de fato querendo mudar nada, porque todas as suas ideias estariam contidas em dispositivos legais já existentes. Pergunta-se, nesse caso, por que é preciso fazer uma nova lei. Não sei bem, mas sei, pelo que já me foi contado, que a produção de cópias de livros ou textos será permitida, contanto que para fins educativos. Ou seja, qualquer coisa, ainda mais no mangue educacional que é o Brasil. O sujeito escreve um livro que é adotado em classe e esse livro pode ter praticamente uma edição à parte, pois há máquinas que possibilitam isso, copiando um livro inteiro e cuspindo do outro lado volumes já encadernados, com capa e tudo. O autor não vê um centavo, embora os produtores da edição pirata se remunerem pelo seu trabalho de ´difusão` e, principalmente, os fabricantes das máquinas ganhem.
Interessante isso. Acredita-se que um estudioso dedique anos de pesquisa e trabalho duro a produzir algo pelo qual não será pago, a não ser pela distinção de ser adotado nas escolas. Por que os funcionários do governo que lidam com cultura não abdicam de seus salários, já que a verdadeira cultura não pode ter preocupações materiais e o artista pode viver de brisa? Trabalhar para a cultura é isso, é ser filósofo e poeta aos olhos do grande público. Morrendo bêbado, tuberculoso e na sarjeta é ainda melhor, compõe o quadro romântico”.
Itaparica está em festa. A Bahia, orgulhosa e feliz. João Ubaldo é o prelúdio de um Brasil ainda imaginário, onde as pessoas amarão os livros, a criatividade e a possibilidade de abraçar sua própria vocação, seu próprio destino. Como disse Jorge Amado, no prefácio do primeiro romance ubaldiano: “Que alegria maior do que o encontro com um verdadeiro criador?”
A escolha literária de João Ubaldo resplandece nessa belíssima passagem de Viva o Povo Brasileiro, quando o general Patrício Macário, na festa de seu centenário, confessa um dos segredos da vida:
“– Vou lhe dizer uma coisa por enquanto inútil – cochichou. – Talvez para sempre, porque posso ser um velho caduco e não saber. Pssi! Você só vai poder ser tudo depois que for você! Pssi! Entendeu? Parece bobagem, mas não é! Temos de ser tudo, mas antes temos de ser nós, entendeu? Como é seu nome? Tudo, tudo, tudo, tudo! Pssi! Viva o povo brasileiro, viva nós!”
Viva João Ubaldo Ribeiro! Gigante das letras! 

Rodrigo Moraes é advogado autoralista. www.rodrigomoraes.com.br.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Empatados e Ferrados

Empatados e Ferrados

Rodolfo Pamplona Filho

Descobrir um novo sentido
para um caminho que parecia certo,
buscando conforto e abrigo
em quem passou a estar mais perto
do que, outrora, escondia do mundo,
enterrado na alma, bem lá no fundo.

Não se tem a menor estimativa
de tempo para ficar juntos.
Quer apenas a perspectiva
de, um dia, estar em sua companhia.

Não vê como fazer isso,
pois não deixa de amar seu arranjo,
mas quer um ao outro
como nunca quis outra pessoa...

Empatados, pois impedidos,
mas, também, de situação igual,
sem sair do zero a zero...
sem deixar de viver mal
sem fazer, publicamente,
o que o coração manda afinal...

Ferrados, pois amarrados,
agrilhoados, acorrentados,
sem real perspectiva
de uma outra saída...

Sempre na esperança
De que a vida se redirecione
como um sopro
e mude a qualquer instante

Empatados e Ferrados...
Mas absolutamente apaixonados...

Salvador, 01 de fevereiro de 2011.

domingo, 15 de maio de 2011

Drummond

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa, do brinquedo que a gente não largava, do acalanto que o silêncio canta, de passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco, juntinho, ao nosso lado. E a gente ri grande que nem menino arteiro. Tem gente como você, que nem percebe como tem a alma perfumada e que esse perfume é dom de Deus.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 14 de maio de 2011

ARTE DE FAZER AMOR

ARTE DE FAZER AMOR


Deixa eu te amar
Por uma noite completa
Mas que seja repleta
De sexo total
Desejo carnal
Amor bandido
Espelhos, fetiches,
Algo imoral.
Deixa eu te amar
De minha maneira,
De tua maneira
Ou de que maneira for,
Mas que eu seja a primeira
A te ensinar
A verdadeira arte de fazer amor.

Jose Augusto Cavalcante

http://toquesintimos.blogspot.com/2010/07/arte-de-fazer-amor.html?zx=9cf65afde3216ece

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Desejo de Poetizar

Desejo de Poetizar

Rodolfo Pamplona Filho


Nem tudo sobre o que escrevo
foi obrigatoriamente vivido por mim,
mas tudo foi, sim,
pensado e ruminado,
como se tivesse passado,
verdadeiramente sentido
o trauma, o desejo ou a libido....

Preciso refletir
sobre fatos e sentimentos
que não compulsoriamente vivi,
mas que outros têm o lamento
e a vontade de discutir
para decidir o que fazer
ou sobreviver...

Assim, conjugo minha necessidade
com um exercício de solidariedade,
pensando em como seria
seguir uma outra via,
descobrir novo caminhar
ou simplesmente realizar
meu Desejo de Poetizar


Salvador, 04 de maio de 2011.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

A Lei Maria da Penha em Cordel.

A Lei Maria da Penha em Cordel.
Autor: Tião Simpatia.

I
A Lei Maria da Penha
Está em pleno vigor
Não veio pra prender homem
Mas pra punir agressor
Pois em “mulher não se bate
Nem mesmo com uma flor”.
II
A violência doméstica
Tem sido um grande vilã
E por ser contra a violência
Desta lei me tornei fã.
Pra que a mulher de hoje
Não seja vítima amanhã.
III
Toda mulher tem direito
A viver sem violência
É verdade, está na lei.
Que tem muita eficiência
Pra punir o agressor
E à vítima, dar assistência.
IV
Tá no artigo primeiro
Que a lei visa coibir;
A violência doméstica
Como também, prevenir;
Com medidas protetivas
E ao agressor, punir.
V
Já o artigo segundo
Desta lei especial
Independente de classe
Nível educacional
De raça, de etnia;
E opção sexual...
VI
De cultura e de idade
De renda e religião
Todas gozam dos direitos
Sim, todas! Sem exceção.
Que estão assegurados
Pela Constituição.
VII
E que direitos são esses?
Eis aqui a relação:
À vida, à segurança.
Também à alimentação
À cultura e à justiça
À Saúde e educação.
VIII
Além da cidadania
Também à dignidade
Ainda tem moradia
E o direito à liberdade.
Só tem direitos nos “As”,
E nos “Os”, não tem novidade?
IX
Tem direito ao esporte
Ao trabalho e ao lazer
E o acesso à política
Pra o Brasil desenvolver
E tantos outros direitos
Que não dá tempo dizer.
X
E a Lei Maria da Penha
Cobre todos esses planos?
Ah, já estão assegurados
Pelos Direitos Humanos
A lei é mais um recurso
Pra corrigir outros danos.
XI
Por exemplo: a mulher
Antes da lei existir,
Apanhava, e a justiça
Não tinha como punir
Ele voltava pra casa
E tornava a agredir.
XII
Com a lei é diferente
É crime inaceitável.
Se bater, vai pra cadeia!
Agressão é intolerável.
O Estado protege a vítima
Depois pune o responsável.
XIII
Segundo o artigo sétimo
Os tipos de Violência
Doméstica e Familiar
Têm na sua abrangência
As cinco categorias
Que descrevo na seqüência.
XIV
A primeira é a Física
Entendendo como tal
Qualquer conduta ofensiva
De modo irracional
Que fira a integridade
E a saúde corporal...
XV
Tapas, socos, empurrões;
Beliscões e pontapés
Arranhões, puxões de orelha;
Seja um ou sejam dez
Tudo é violência física
E causam dores cruéis.
XVI
Vamos ao segundo tipo
Que é a Psicológica
Esta merece atenção
Mais didática e pedagógica
Com a autoestima baixa
Toda a vida perde a lógica.
XVII
Chantagem, humilhação;
Insultos; constrangimento;
São danos que interferem
No seu desenvolvimento
Baixando a autoestima
E aumentando o sofrimento.
XVIII
Violência Sexual
Dá-se pela coação
Ou uso da força física
Causando intimidação
E obrigando a mulher
Ao ato da relação...
XIX
Qualquer ação que impeça
Esta mulher de usar
Método contraceptivo
Ou para engravidar
Seu direito está na lei
Basta só reivindicar.
XX
A quarta categoria
É a Patrimonial:
Retenção, subtração,
Destruição parcial
Ou total de seus pertences
Culmina em ação penal.
XXI
Instrumentos de trabalho
Documentos pessoais
Ou recursos econômicos
Além de outras coisas mais
Tudo isso configura
Em danos materiais.
XXII
A quinta categoria
É Violência Moral
São os crimes contra a honra
Está no Código Penal
Injúria, difamação;
Calúnia, etc e tal.
XIII
Segundo o artigo quinto
Esses tipos de violência
Dão-se em diversos âmbitos
Porém é na residência
Que a violência doméstica
Tem sua maior incidência.
XXIV
Quem pode ser enquadrado
Como agente/agressor?
Marido ou companheiro
Namorado ou ex-amor
No caso de uma doméstica
Pode ser o empregador.
XXV
Se por acaso o irmão
Agredir a sua irmã
O filho, agredir a mãe;
Seja nova ou anciã
É violência doméstica
São membros do mesmo clã.
XXVI
E se acaso for o homem
Que da mulher apanhar?
É violência doméstica?
Você pode me explicar?
Tudo pode acontecer
No âmbito familiar.
XXVII
Nesse caso é diferente
A lei é bastante clara.
Por ser uma questão de gênero
Somente a mulher ampara
Se a mulher for valente
O homem que livre a cara.
XXVIII
E procure seus direitos
Da forma que lhe convenha
Se o sujeito aprontou
E a mulher desceu-lhe a lenha
Recorra ao Código Penal
Não à Lei Maria da Penha.
XXIX
Agora, num caso lésbico;
Se no qual a companheira
Oferecer qualquer risco
À vida de sua parceira
A agressora é punida;
Pois a lei não dá bobeira.
XXX
Para que os seus direitos
Estejam assegurados
A Lei Maria da Penha
Também cria os Juizados
De Violência Doméstica
Para todos os Estados.
XXXI
Aí, cabe aos governantes.
De cada federação
Destinarem os recursos
Para implementação
Da Lei Maria da Penha
Em prol da população.
XXXII
Espero ter sido útil
Neste cordel que criei
Para informar o povo
Sobre a importância da Lei
Pois quem agride uma Rainha
Não merece ser um Rei.
XXXIII
Dizia o velho ditado
Que “ninguém mete a colher”.
Em briga de namorado
Ou de “marido e mulher”
Não metia... Agora, mete!
Pois isso agora reflete
No mundo que a gente quer.


Confira cordel recitado no You Tube
http://www.youtube.com/watch?v=qO7UYhTI7iY

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Começando o dia com Vinícius de Moraes


"Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Nao há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão"

terça-feira, 10 de maio de 2011

Não há novas mensagens

Não há novas mensagens

Rodolfo Pamplona Filho
Verificando email

Não há novas mensagens

Não sei o que é pior:
O silêncio ou a angústia da espera?
Não sei o que é melhor:
Uma palavra ou a sensação de entrega?

Sentir falta da presença
reforça a velha crença
de que ninguém consegue viver
sem interagir com outro ser...

Se um contato real
pode ser fundamental,
um romance virtual
pode virar inferno astral

quando se ultrapassam os limites
e se percebe sempre triste...
quando o mundo concreto
não desperta mais seu afeto...

quando não se sabe o que é seu...
quando, na mente, faltam imagens...
quando verificando seu email,
não há novas mensagens...
Salvador, 29 de janeiro de 2011.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Agradecendo a Deus pelo Anjo da Casa

Agradecendo a Deus pelo Anjo da Casa
                            Erick Quintella
Obrigado, meu Deus,
pelo Tudo que Você me deu:
o apoio incondicional, o cuidado sincero...
Todo o zelo, especialmente o mais severo.

Obrigado pelos tapas,
pela força da lição...
sei que, no fundo, lhe corta o coração
sei que é para ensinar, que, se não for você,
será esse mundo cão a me maltratar...
sei que todo o seu castigo pretende uma lição.

Obrigado pelo empenho, para me fazer como sou,
por me exigir tanto assim...
Obrigado, pois tudo em mim
é obra do seu amor.

Obrigado, Senhor,
por tê-la feito, enfim...
por ser um anjo pleno de amor
essa mulher que, toda noite, reza por mim...

Esta que chora a minha dor
até mesmo mais que eu...
Esta que vibra com fervor
a cada novo passo em frente que dou.

De todos anjos que conhecemos na vida,
dentre todos os filhos de Deus,
e todos os presentes que Ele me deu,
chamarei pra sempre "Mãe Querida"
este Anjo que é só meu.


domingo, 8 de maio de 2011

AMOR DE MÃE

AMOR DE MÃE Rosana Dourado, para Fernanda e Amanda
        

        
Em 30/03/2007

Amor de mãe não é amor de pai,
Nem de irmão, nem de avô, nem de tio...
“Cada qual, com seu cada qual”,
Aliás, nenhum amor é igual,
Mas amor de mãe é especial!

Amor de mãe dói, sabia?
É grande demais pro coração...
Ele mal cabe no peito,
Parece até que é sem defeito,
É amor quase perfeito!

Amor de mãe é coisa engraçada,
E olha como muda a vida da gente...
Quem era malvada, fica bondosa,
Quem era covarde, fica corajosa,
Tem até feinha que fica formosa!

Mas o mais importante que precisa ser dito,
É que pra cada filho fazemos o melhor.
Porque Amor de Mãe é sentimento profundo,
Que vem de Deus e se espalha por todo o mundo
Qualquer noite mal dormida vale cada segundo.

sábado, 7 de maio de 2011

O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO...

O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO    
Jô Soares


O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Precisa faltar, é um 'turista'.
Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, deu 'mole'.

É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ladainha

Ladainha

Rodolfo Pamplona Filho


Como é possível
ouvir exatamente
a mesma coisa,
a cada momento,
a cada encontro,
a cada lamento...

Será que Deus gosta
que fiquem buzinando
as mesmas palavras
recém proferidas
e já antes ditas
por tantas vezes
e tantas pessoas
quanto o querer
possa conceber...

Soa como uma goteira
interminável e inteira
não sobre nossas cabeças,
mas, sim, aos nossos ouvidos,
esperando que a repitamos
ou enlouqueçamos...

Um dia, o mundo se cansará
da mesma companhia,
com asco, perceberá
a trágica monotonia
e, finalmente, cessará
a irritante ladainha...


Salvador, 01 de fevereiro de 2011.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Surto

Surto

Rodolfo Pamplona Filho

Há momentos em que surto
por considerar um absurdo
não podermos ser publicamente
o que resolvido está em nossa mente.

Diriam que temos problemas
E que surtaremos freqüentemente
pois nenhum amor suporta tanta ausência
e nosso destino é quedarmos doentes...

mas pensamos diferente,
já que o que seria problema
para nós é realização plena
do amor não como tema
mas como sentimento latente

E teremos sempre presente
o mais gostoso antídoto e calmante,
que é com seu cheiro ficar,
depois de temporariamente nos separar,
quando o que queria era só te beijar...

Praia do Forte, 23 de janeiro de 2011.

terça-feira, 3 de maio de 2011

BIG BROTHER BRASIL

BIG BROTHER BRASIL


AUTOR :
Antonio Barreto, Cordelista natural de Santa
Bárbara-BA,residente em Salvador.
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.
Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.
Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.
Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys

Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.
Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.
Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.
Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.
Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.
Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.
A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.

Os “heróis” protagonizam

Um mundo de palhaçadas

Sem critério e sem ética

Em que vaidade e estética

São muito mais que louvadas
.
Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente

Sem nenhum objetivo.
Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.
Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.
É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.
Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.
A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.
E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.
E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.
E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.
A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.
Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.
Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?
Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão

Ou então: siga, animal…

FIM
Salvador, Março de 2011.