sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

ARMAR-SE DE AMOR

ARMAR-SE DE AMOR

Na guerra diária da vida
De mentiras gritadas e verdade escondida
Sorrisos traidores, choro velado
Lutas de homem-gente/animal
Há quem se municie de raiva, de força
Punhos fechados, dentes cerrados
... Prefiro armar-me de amor

Amor como uma pistola destravada
alimentada, carregada
pronta para atirar ao mais simples comando

Como uma granada a explodir
barulhenta, devastadora,
inconseqüente e arrasadora
sem deixar margem para fugir.

Um amor resistente e firme, à prova de balas
Não rápido como o percurso do projétil
mas paciente como o sábio investigador

Amor como o desvendar de um mistério
O descobrir do autor de um crime bárbaro
Como prender o suspeito mais perseguido

Amor como a união de uma algema
num encaixe perfeito, sintonia completa
que uma chave maldida só destrava se o quiser

Um desejo tão forte como o do preso à liberdade
Intenso como o bandido almeja o crime
Eterno como o combate ao que há de mal

Ser mira é um ato de coragem
Ser prisioneiro é a paz e liberdade
Ser uma vítima é, enfim, felicidade



Intervalo da aula de tiro, Academia de Polícia, Sergipe, agosto de 2006.

7 comentários:

  1. A pior prisão, é de uma alma ser amor, de um humano que não é, e ao desenhar o outro, revela-se a si próprio.

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    1. Corrigindo: onde se lê "ser amor" lê-se "sem amor".

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    2. Prezada Maristela

      É a mais pura verdade...
      Abraços,

      RPF

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  2. Poeta,
    A comparação é muito interessante. E o poema, lindo, tem nos dois últimos versos o desfecho perfeito. Espanta constatar que é exatamente isso...
    Beatriz

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  3. Beatriz
    Não tenha dúvida disso...
    Foi o que me estimulou a postá-lo...
    Bjs,
    RPF

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  4. Oi Rodolfo!
    Ficou muito boa a analogia! É a versão contemporânea do Cupido mitológico.
    Aprender a atirar é uma experiência muito legal! Em todos os sentidos...especialmente quando o escopo é o amor e o bem.
    Beijo
    Gardenia

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  5. Oi, Gardenia!
    Que bom que gostou!
    Mas o poema não é de minha autoria, não...
    Beijos,
    RPF

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