ARMAR-SE DE AMOR
Na guerra diária da vida
De mentiras gritadas e verdade escondida
Sorrisos traidores, choro velado
Lutas de homem-gente/animal
Há quem se municie de raiva, de força
Punhos fechados, dentes cerrados
... Prefiro armar-me de amor
Amor como uma pistola destravada
alimentada, carregada
pronta para atirar ao mais simples comando
Como uma granada a explodir
barulhenta, devastadora,
inconseqüente e arrasadora
sem deixar margem para fugir.
Um amor resistente e firme, à prova de balas
Não rápido como o percurso do projétil
mas paciente como o sábio investigador
Amor como o desvendar de um mistério
O descobrir do autor de um crime bárbaro
Como prender o suspeito mais perseguido
Amor como a união de uma algema
num encaixe perfeito, sintonia completa
que uma chave maldida só destrava se o quiser
Um desejo tão forte como o do preso à liberdade
Intenso como o bandido almeja o crime
Eterno como o combate ao que há de mal
Ser mira é um ato de coragem
Ser prisioneiro é a paz e liberdade
Ser uma vítima é, enfim, felicidade
Intervalo da aula de tiro, Academia de Polícia, Sergipe, agosto de 2006.
A pior prisão, é de uma alma ser amor, de um humano que não é, e ao desenhar o outro, revela-se a si próprio.
ResponderExcluirCorrigindo: onde se lê "ser amor" lê-se "sem amor".
ExcluirPrezada Maristela
ExcluirÉ a mais pura verdade...
Abraços,
RPF
Poeta,
ResponderExcluirA comparação é muito interessante. E o poema, lindo, tem nos dois últimos versos o desfecho perfeito. Espanta constatar que é exatamente isso...
Beatriz
Beatriz
ResponderExcluirNão tenha dúvida disso...
Foi o que me estimulou a postá-lo...
Bjs,
RPF
Oi Rodolfo!
ResponderExcluirFicou muito boa a analogia! É a versão contemporânea do Cupido mitológico.
Aprender a atirar é uma experiência muito legal! Em todos os sentidos...especialmente quando o escopo é o amor e o bem.
Beijo
Gardenia
Oi, Gardenia!
ResponderExcluirQue bom que gostou!
Mas o poema não é de minha autoria, não...
Beijos,
RPF