sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Pacto Social


Rodolfo Pamplona Filho

No dia em que
o homem se submeteu
a fazer o que prometeu
finalmente aprendeu
que há mais no mundo
do que seu próprio Eu.

No dia em que
o ódio e o amor
superaram seu temor
e souberam dar valor
à força da paz
transcenderam sua própria dor.

No dia em que
se descobriu que a aliança
transcende os que estão na dança
renasceu a esperança
de que toda tempestade
finda com a sua própria bonança.

06 de maio de 2017, no voo para São Paulo.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Os melhores da raça



Charles Bukowski

Não há nada para
discutir
Não há nada para
lembrar
Não há nada para
esquecer

É triste
e
não é
triste

Parece que a
coisa mais
sensata
que uma pessoa pode
fazer
é
se sentar com um drink
na mão
enquanto as paredes
lançam sorrisos
de despedida

Uns passam por
tudo isso
com uma certa
quantidade de
eficiência e
bravura
e então
vão embora

Alguns aceitam
a possibilidade de
Deus
os ajudar a suportar

Outros
aguentam o tranco

E para estes

Eu bebo esta noite.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Exemplo


Rodolfo Pamplona Filho

Exemplo é ensinar com gestos,
conduta e comprometimento,
não somente com palavras
que se perdem com o vento...

O que adianta reclamar de ética
quando se frauda o ponto,
mete-se um atestado,
finge-se que não é consigo?

Como se exigir o cumprimento,
se faz tudo incompleto,
não capricha nas próprias tarefas,
orgulha-se das suas pendências?

Moral se compreende teoricamente,
mas não se aprende sem se viver,
não se internaliza sem sofrer
ou se testemunha sem saber.

A lição se aprende finalmente
quando o verbo se faz carne,
o ideal sai do armário
e a promessa vira ação.


São Paulo, 07 de junho de 2013,
mas pensando em um péssimo exemplo

visto em Praia do Forte em 30 de maio de 2013.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Trabalho em mutação



Platon Neto

O futuro do trabalho
Não se pode prever
Palpite certo ou falho
Só saberá quem viver

Robôs fabricando gente?
Gente servindo robô?
“Prazer”, sou seu novo gerente
Me chamo computador

O labor é intermitente
Nesse tempo de mutação
Salário: um palito de dente
O suor não paga meu pão

A vida na palma da mão
Nela som, paixão e dor
Na tela a face do irmão
Obra do Steve, o sonhador

A ciência que traz alegria
Tira emprego do trabalhador
Como equilibrar sem histeria
Esse cenário transformador?

O robô nano faz cirurgia
O feto na impressão 3D
O vento gera energia
Tudo é game pra geração Z

Do outro lado a vida bandida
De quem não tem o que comer
No carro não há motorista
No banco ninguém que se vê

E a máquina já faz arma e casa
Tudo de modo avassalador
E o ser humano jogado à traça
Mas não se pode fabricar o amor

Ribeirão Preto, agosto de 2018

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Não é fácil perder um pai



Não é fácil perder um pai...
Não é fácil perder dois pais
em uma mesma vida...
Se o tempo fecha a ferida,
há uma dor que nunca sai.

Não é fácil chorar sozinho...
Não é fácil chorar só no ninho
de um afeto moldado
com parceria e cuidado
do mais puro carinho.

Não é fácil enfrentar a morte!
Não é fácil enfrentar a sorte
de não ter presente a referência
de elegância e excelência
de quem sempre será seu norte.

Salvador, 22 de agosto de 2018.

domingo, 26 de agosto de 2018

ART.60, §ÚNICO, DA CLT



Jorge da Rosa


Jornada de 12hs é ato falho

Art.7º, XXII, da Constituição

Riscos inerentes ao trabalho

A CF/88 determina a sua redução



O regime 12x36 é um mal

Uma má iniciativa

Similar ao banco de horas em especial

Clama por negociação coletiva



Jornada de oito horas

Estudos científicos

Feitos outrora

Apontam os graves riscos



Normas de saúde

Higiene e segurança do trabalho

Os agentes insalubres

Não descansam e custam caro.

sábado, 25 de agosto de 2018

Medo e Esperança



Rodolfo Pamplona Filho

Apenas tolos e defuntos
não têm medo.
Apenas castrados conformados
não têm esperança.
Medo e Esperança
são os motores
que propulsionam
a alma humana:
compelem-nos
à efetiva ação!
O que nos mantém vivos
não é a alegria ou o amor,
mas, sim, o medo e a esperança.
O que impulsiona
para a luta e
alimenta o instinto
de sobrevivência
é o medo e a esperança
Sem medo,
de que adianta
ter coragem?
Sem esperança,
de que adianta
fazer planos?
O verdadeiro
teste de caráter
não é ignorar o medo,
mas agir diante dele.
Compreender
o que está em jogo
e reagir...
O único direito
verdadeiramente
inalienável
não é vida
ou a dignidade,
mas, sim,
a esperança.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A hora e a vez: da coragem



Zecson Lopes

Fico de longe a observar,
imaginar, sonhar
um futuro com você.
Mas o futuro é agora
E eu escrevo minha história,
Não vou nem
pensar em me esconder.

Dediquei-me à
ação.
Faço cartas ao
desconhecido
Descrevendo o
coração.
Sem meias
palavras.
Escrevo mensagens
imaculadas.
Para quem faz
parte de TUDO,
E de NADA.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Não tem jeito


Rodolfo Pamplona Filho

Não há como
Nao tem jeito
Ainda me assusto
com toda afirmação peremptória
de inevitabilidade de um resultado...

Não há como
Nao tem jeito
O que é mera tosca impressão
chega como uma determinação
de uma profecia consumada...

Não há como
Nao tem jeito
Como posso lidar
com uma realidade
impossível de se mudar,
só porque nao se quer...

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Nada menos que o máximo



Zecson Lopes

Que o nosso amor seja eterno.
Sejamos realistas,
nada é eterno,
Mas que ele tenda
ao infinito.
Lá o início não tem término.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Aprisionado


Rodolfo Pamplona Filho

A vida além das grades
não passa de uma lembrança
de um sonho longínquo
e a esperança da liberdade
é um sussuro em meio
a um violento tornado...
E, neste fio quase invisível,
busca-se um poder sobrenatural
de adentrar o coração das trevas
sem medo e sem ser incomodado,
para salvar sua vida
das ignonímias infernais
sofridas neste purgatório...
O que será esta força?
A certeza de que é melhor
morrer em pé do que de joelhos...

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Aglutinados somos



Zecson Lopes

Eu
Metamorfo-me
Na união de todos e tudo
A unidade
Metamorfa-se
Na pluralidade.
O que somos é
resultado do que vocês
Sou.
O eu incontável,
em sua imensidão
limitada
Agradece a todos
Em suas contáveis
limitações
ilimitadas.

domingo, 19 de agosto de 2018

O Silêncio e a Quietude


Rodolfo Pamplona Filho

É preciso conpreender
a diferença entre
o silêncio e a quietude.
O silêncio comporta
um zumbido ao fundo,
um nervosismo,
como um medo
de fazer som.
A quietude é apenas
ausência e descanso,
independentemente
de haver qualquer
nota no ambiente.
O silêncio é
a respiração presa.
A quietude é
a respiração suave.
O silêncio estremece.
A quietude repousa.
O silêncio oprime.
A quietude liberta.
O silêncio assusta.
A quietude conforta.
O silêncio é
constrangimento,
desespero e dor.
A quietude ê
tranqüilidade,
serenidade e paz.

sábado, 18 de agosto de 2018

Um ser em construção



Gabrielly Paiano Silveira

Na escuridão do meu ser habita aquele outro ser, que me imita, mas também me irrita, me corrói, me destrói, sufoca as minhas potencias da alma, ofuscando o seu resplendor e, quanto mais tento fugir, mais a minha energia é sugada por esse outro.

Esse outro será mesmo outro, ou só apenas eu mesma que na angustia da vida me aprisionei no meu próprio ser para fugir da vida externa me pus a ser apenas interna.

Hoje já sei que a vida precisa de energia pulsante, vibrante e que o cativeiro do meu próprio ser não mais pode predominar, mas são tantas as labutas desse caminhar, como emergir de mim a força psíquica necessária para socorrer minha alma de mim mesma... Eis que me ponho a pensar... vida, energia, coragem, vontade, buscando, buscando, buscando... 

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Planejamento Sucessório



Rodolfo Pamplona Filho

Quando, um dia, terminar
a minha jornada terrena,
quero apenas encontrar
a paz em minha pequena

estrada de férteis encontros,
alguns triunfos e acertos,
mas também de desencontros,
reencontros, derrotas e apertos...

Não quero que os que deixo
disputem os poucos bens
que, com muita luta, conquistei,

mas, sim, que encontrem o eixo
da concórdia e harmonia,
não chorando de barriga vazia,

nem tendo a amarga sensação
de desamparo e solidão,
sabendo que eu tive o cuidado
de deixar tudo organizado,

na consciência de minha finitude,
fazendo tudo que eu pude
para, seguindo minha verdade,
distribuir segundo a necessidade

e justiça de uma partilha em vida
de um patrimônio que perece e rui
pois o que é realmente importante

é herdar o orgulho e a saudade doída
somente de quem, em essência, fui,
não do que eu tive na estante.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Alma



Gabrielly Paiano Silveira

Minha alma clama, reclama, adoece e não se esquece que precisa buscar no seu meio o poema que acalenta e a faz enxergar que para a vida é preciso coragem.

Coragem, para seguir, seguir com firmeza e destemor e logo se lembra do amor que deve permear a todos os sentidos para que no sentir profundo da alma se ouça a sua voz calada e tímida mas que saiba que essa voz -  calada e tímida - é a voz da consciência inconsciente que a calamos constantemente, aprisionamos a voz da alma sem saber que é ela que nos reconecta a nossa vida interior, que faz surgir em nós o amor, que nos energiza para a caminhada.

Que sejamos ourives que retiram da pedra bruta a beleza cênica da alma.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Podar ou Lapidar


Rodolfo Pamplona Filho

Podar é direcionar,
cerceando galhos
que não interessam.
Lapidar é desnudar,
descobrindo a essência
que explica a existência.

Podar é amestrar,
incutindo valores
que se toma como essenciais.
Lapidar é educar verdadeiramente,
mostrando as consequências
possíveis de cada opção.

Podar faz a planta
virar obra de arte
do paisagismo de sua estética.
Lapidar transforma
a pepita em diamante,
revelando o que já existia.

Tanto podar, quanto lapidar
mostram o enorme potencial
do objeto que se aperfeiçoa.
Isto, por si só,
não é algo digno de dó,
mas, sim, de louvor...

Mas há uma diferença fundamental
que afeta o resultado final:
Se podar é cultivar
a beleza que se quer,
lapidar é cuidar
do conteúdo que se é.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Caminhada




Gabrielly Paiano Silveira


A dor da caminhada não é mais sublime que a busca sincera por si.

Não existe o caminho certo, a palavra correta, a trilha sonora perfeita...

Mas existe o ritmo da batida que impulsiona o caminhar para dentro e olhando com sinceridade perceber que nada se constrói -  nem de dentro, nem de fora - se não existir o amor sincero e o olhar atento para saber em que momento me encontro da vida.

Que as luzes da verdade me guiem na escuridão de minha alma em busca do eu mais profundo em minha vida.

Todos os caminhos são válidos, basta a sinceridade em querer buscar a leveza da alma, sem escamotear as pedras e as fraquezas, a amargura e as vicissitudes, o desatino e o desamor.

Naquele lugar sombrio e escuro escondem-se as chaves da ressureição.

Caminhemos...

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Vocação Hereditária




Rodolfo Pamplona Filho

Quem será
que receberá
o legado da minha vida?
A quem será
finalmente destinada
a herança da minha sina?
Será que o que fiz,
tenho visto, lutado
e conquistei
terá alguma valia
ou algum significado
para quem não sei?
Imaginar haver sentido
em uma vocação necessária
é dar um prestígio indevido
a uma mera linha hereditária.
Acreditar na Legitima
é não perceber que
se é inocente vítima
de uma fazer sem querer...
O melhor, sem dúvida,
é que tudo o que sou
fique apenas na memória
e no coração
de quem me amou
e tudo mais que conquistei,
se eu mesmo não destinei,
que seja distribuído a quem
não teve a sorte que eu dei...

Salvador, 18 de janeiro de 2012.

domingo, 12 de agosto de 2018

O estilo é a décima (amor)



Nenen Patriota

Você é a minha chama
Meu sonho prioritário
Meu fulgor incendiário
Meu anseio que se inflama...
É minha perfeita dama
Com os clamores do afeto
Meu desejo mais repleto
Meu mais nobre conteúdo
Sem você eu não sou tudo
Com você eu sou completo!

sábado, 11 de agosto de 2018

Retomando o Foco e o Fogo


Rodolfo Pamplona Filho

Há momentos em que
o Norte desaparece
e todo o que se quer fazer
simplesmente esvaece...

Não mais que, de repente,
some-se a perspectiva,
como se, no presente,
não valesse viver a vida!

É preciso dar um NÃO
e tomar a decisão
de reencontrar a empolgação,
que proporciona toda emoção!

É fácil seguir o mapa:
basta dar a cara ao tapa
e ter coragem de enfrentar
todas as etapas do caminhar!

Quando não vem a inspiração,
investe-se na transpiração!
É preciso o desafio encarar,
com vontade de acertar!

Nunca diga que é impossível,
nem que não conseguirá,
pois todo obstáculo é transponível
quando você se dedicar!

E tudo dará certo no final,
para usar o velho chavão,
pois é você que constrói, afinal,
o texto, o amor ou a canção.

Então, pare de se lamentar
e ponha mãos à obra,
pois teremos muito a comemorar,
quando chegar a nossa hora!

No final mesmo das contas,
é apenas buscar, em si, novo fôlego
e conseguir ter as tarefas prontas,
retomando o foco e o fogo.

Salvador, 29 de setembro de 2011.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O ESTILO É A DÉCIMA!



Nenen Patriota

Eu aceito divergência
E a crítica construtiva
Minha postura cativa
O bom senso, a coerência!
Só não tenho paciência
Nem o dever de aturar
Alienação sem par
Da mais triste ignorância:
Defender com arrogância
Intervenção Militar.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Sobre Mulas e Contemporaneidade





Rodolfo Pamplona Filho

Quando as mulas
começam a argumentar
e acham que fazem sentido,
melhor se acautelar
Quando redes sociais
transformam mulas
em formadores de opinião,
melhor pensar na fuga
de um mundo sem salvação.

Salvador, 29 de maio de 2018.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A DÉCIMA É O ESTILO!



Nenen Patriota

Ver justiça social
Sem engodo e desenganos
Ver os direitos humanos
Brotando de forma igual
Ver juiz imparcial
Sem perseguições banais
Ver iguais e desiguais
Conviver na diferença
É parte da minha crença
Que constrói meus ideais!!!

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Lua Cheia





Rodolfo Pamplona Filho

Veja como
a lua está hoje...
Uivarei em sua lembrança
na esperança
de poder te tocar
sob a sua luz!
É no seu corpo
que o meu uivo
ganha força.
É nele que
encontra eco
para ser feliz.

Salvador, 30 de junho de 2018.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A Cor da Tua Alma



Juan Ramón Jiménez

Enquanto eu te beijo, o seu rumor
nos dá a árvore, que se agita ao sol de ouro
que o sol lhe dá ao fugir, fugaz tesouro
da árvore que é a árvore de meu amor.   

Não é fulgor, não é ardor, não é primor
o que me dá de ti o que te adoro,
com a luz que se afasta; é o ouro, o ouro,
é o ouro feito sombra: a tua cor.

A cor de tua alma; pois teus olhos
vão-se tornando nela, e à medida
que o sol troca por seus rubros seus ouros,
e tu te fazes pálida e fundida,
sai o ouro feito tu de teus dois olhos
que me são paz, fé, sol: a minha vida!

domingo, 5 de agosto de 2018

O Óbolo de Caronte






Rodolfo Pamplona Filho

Qual é o seu preço?
Quanto você atinge
para vencer o Estíge
e saber o que o aflige?

Qual é o seu valor?
Qual é a sua moeda
e o quanto você arreda
para evitar sua queda?

Qual é o seu peso?
Como é se sentir preso
e tentar fugir ileso
sem ficar indefeso?

Qual é o seu limite?
Qual é o alcance de seu arco
para não afundar o barco
e atingir o seu marco?

Qual é sua reserva?
O que é inegociável
quando nada é mais palpável
diante do fim inevitável?

Praia do Forte, 02 de junho de 2018.

sábado, 4 de agosto de 2018

MINHA MISSÃO!



Nenen Patriota

Sinto orgulho por ser um brasileiro
O país é meu chão, meu céu, meu brilho
Desde o índio nativo ao cativeiro
Onde o negro cantou seu estribilho!

Sou escravo da luta, guerrilheiro
Sem fugir um segundo do meu trilho
Nordestino, matuto verdadeiro
Sou da pátria zeloso como filho

Ninguém venha querer me converter
Meu caminho não posso reverter
Por não ter o perfil dos corrompidos...

Minha vida se faz com ideal
Na batalha bravia e desigual
De morrer defendendo os excluídos!

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Desisto




Desisto de tentar

Desisto de sonhar

Desisto de esperar

Desisto de amar

Desisto de viver

Salvador, 17 de junho de 2018.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

XXX



Olavo Bilac

Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Desilusão




Rodolfo Pamplona Filho

Eu já devia estar acostumado
com as pancadas da vida...
mas ainda doi.

Eu já devia estar preparado
para nunca ser satisfeito...
mas ainda sinto falta.

Eu já devia estar calejado
pela frustração de não ser feliz...
mas ainda cultivo a esperança.

A desilusão me derruba
principalmente quando acho
que tudo poderia mudar.

Salvador, 28 de fevereiro de 2018.