quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

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Julio de Queiroz - Céu dos Poetas


Quantos Goethes, quantos
Schillers,
quantas Nonas, quantas Odes
à Alegria
para apagar-se a vergonha
por milhões de incinerados?
Quantas Lourdes, quantas
Fátimas,
quantos Sudários fabulados
para afogar-se o grito lacinado
por inquisições aguabentadas?
Quantos Einsteins, quantos
Sabins,
quantos Buchenwalds e
Belsen-Belsens
até o equilíbrio entre as
matanças de Josué
nas invasões da terra alheia?
Quando, adultos, riremos, por
fim,
dos deuses carniceiros
fabricados por nossa infância?

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