Quarentena:
Pedaço esquecido de nós
Exposto à nós
Como um véu que se retira
Estamos despidos com a alma nua
Vendo em nós o retrato do abandono
A descrição do quanto fomos o que não somos
Do nosso personagem que insiste em aparecer sem ser
É conviver, É sentir o dissabor de conviver
Sem disfarces habituais
Sem nada igual
É sentir o peso do julgamento
Que fizemos do outro
E que somos obrigados a fazer de nós mesmos
De nossos fracassos
De nossas dores
Das cores de nossa áurea
Que lutamos para esconder
É se expor, é ser
Quarentena é um internamento forçado do corpo
Para curar a alma
É um desespero angústiante
Que contraditoriamente acalma
É se enxergar despido
Vencido, na própria limitação
É suportar o peso das internas emoções
É cura, É liberdade, É também descoberta e felicidade
É ser, É se conhecer é reconhecer que somos apenas humanos.
Rosiane Alves
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