segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Perversidade

Perversidade

Rodolfo Pamplona Filho

O perverso é tão mau,
que nem sente o que faz,
quando exercita sua prática
de espezinhar a vida alheia.
Por vezes, alegando uma humildade,
que, definitivamente, não tem,
comporta-se como
a palmatória do universo,
abrindo sua boca suja
como uma trombeta do apocalipse.
Sua atividade favorita
é destilar o seu veneno
em resenhas intermináveis
em rodas de escarnecedores.
Seu sentimento predileto
é a sensação de satisfação,
ao constatar o quão repleto
é o seu repertório de manipulação.
E, quando contrariado,
reage com uma fúria
digna de um animal selvagem,
que se vê acuado em uma armadilha
ou - pior! - pôe-se como vítima
de uma sistema de hipocrisia,
que supostamente puniria
quem tem efetiva coragem
de falar a verdade...
E talvez isso seja real,
mas não da forma como se coloca,
pois o prestígio que angaria
é fruto de seus próprios sofismas,
ou seja, uma forma conveniente
de expor suas mentiras
através de premissas existentes.
E o mais estranho disso tudo
é que ele se acha o injustiçado,
como se, na realidade,
estivesse prestando um serviço
a toda a comunidade,
e não somente
ao seu ego gigante e doente.
Tudo tem o seu fim:
não há mal que se eternize,
nem bem que dure para sempre!
Todavia, parece haver uma exceção
sem que haja qualquer contestação:
por mais que evolua a humanidade,
não há limites para perversidade!

Salvador, 20 de julho de 2011.

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