quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A um poeta



Antero de Quental

Tu que dormes, espírito sereno,

Posto à sombra dos cedros seculares,

Como um levita à sombra dos altares,

Longe da luta e do fragor terreno.



Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno

Afugentou as larvas tumulares...

Para surgir do seio desses mares

Um mundo novo espera só um aceno...



Escuta! É a grande voz das multidões!

São teus irmãos, que se erguem! São canções...

Mas de guerra... e são vozes de rebate!



Ergue-te, pois, soldado do Futuro,

E dos raios de luz do sonho puro,

Sonhador, faze espada de combate!

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