sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Vencedor


Augusto dos Anjos

Toma as espadas rútilas, guerreiro,

E à rutilância das espadas, toma

A adaga de aço, o gládio de aço, e doma

Meu coração — estranho carniceiro!


Não podes?! Chama então presto o primeiro

E o mais possante gladiador de Roma.

E qual mais pronto, e qual mais presto assoma,

Nenhum pode domar o prisioneiro.


Meu coração triunfava nas arenas.

Veio depois de um domador de hienas

E outro mais, e, por fim, veio um atleta,



Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem...

E não pude domá-lo, enfim, ninguém,

Que ninguém doma um coração de poeta!"

2 comentários:

  1. Bravíssimo! Grande Augusto dos Anjos: o de alma nobre! O sofrer, de certo modo, concede nobreza!

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