domingo, 18 de fevereiro de 2024

A UM MENDIGO

 



Barros Alves


Hoje eu senti a dor que abrasa os entes

Exposta em face exangue e mui sofrida;

Eu vi a dor que dilacera a vida,

Olhar de angústia, magras mãos trementes.


Vi de perto a miséria dos viventes

Sem pão, sem teto; alma combalida

A transportar a vida mal vivida

Dos desgraçados. Miseráveis gentes!


Acercou-se de mim. Pobre mendigo!

Mão estendida, triste olhar pedinte

Como se nem mais Deus lhe fosse ouvinte.


Desventura voz! Eu não consigo

Esquecê-la jamais. Voz que consome:

- Uma esmola, senhor, pois tenho fome...

 

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