segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Os Sonhos

 



Abdias Sá


De repente acordo e vejo bem perto

De mim, colado quase ao meu, desnudo,

Também, cansado, inerte no veludo,

O corpo dela, sem censura, aberto


O coração, de sentimento incerto,

Às vezes, mesmo, indiferente a tudo.

De tanto vê-la assim me desiludo

E me entristeço sempre que desperto.


Sem esperança de acordar com ela,

Eu fico preso ao meu amor constante

E paro, e penso e sinto,  num instante,


Quando ela dorme, assim, imóvel, bela:

...Eu dos seus sonhos estou tão distante,

Que nem parece que estou junto dela. 



                             João Pessoa, 1981


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