sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Eu e Pini

Eu e Pini

Rodolfo Pamplona Filho
Eu te amo!
- Para, pai!
Eu quero atenção!
- Peraí, rapidão!
Fale a verdade para mim!
- É sério!
Você me ama?
- Pshiii!!!!
Um dia, você vai entender
e será importante para você
descobrir qual é a razão
de amar quem só lhe diz não,
como ser tão adorada,
mesmo quando só dá patada
em quem percebeu
que não vive sem o beijo seu..

New York, 29 de dezembro de 2011.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

HÉDUCASSÃO....

HÉDUCASSÃO....
>
>
> A Evolução da Educação: ****
> Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação,
> datilografia...
> Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas,
> Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira
> Nacional antes de iniciar as aulas... *
>
> Leiam o relato de uma Professora de Matemática: *
>
> Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$
> 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais
> moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina
> registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
> Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não
> se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.
> Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela
> aparentemente continuava sem entender. *
> Por que estou contando isso?
> Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi
> assim: *
> *
> 1. Ensino de matemática em 1950:*
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
> O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda.
> Qual é o lucro?
> *
> 2. Ensino de matemática em 1970: *
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
> O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o
> lucro?
> *
> 3. Ensino de matemática em 1980: *
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
> O custo de produção é R$ 80,00.
> Qual é o lucro?
> *
> 4. Ensino de matemática em 1990:*
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
> O custo de produção é R$ 80,00.
> Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
> ( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00 *
>
> 5. Ensino de matemática em 2000: *
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
> O custo de produção é R$ 80,00.
> O lucro é de R$ 20,00.
> Está certo?
> ( )SIM ( ) NÃO
> *
> 6. Ensino de matemática em 2009: *
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
> O custo de produção é R$ 80,00. *
> Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00. *
> ( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00
> *
> 7. Em 2010 ...: *
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
> O custo de produção é R$ 80,00.
> Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
> (*Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra
> minoria social não precisa responder pois é proibido reprová-los)*.
> ( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00
>
>
> E se um moleque resolver pichar a sala de aula e a professora fizer com que
> ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a professora
> provocou traumas na criança.
> Também jamais levante a voz com um aluno, pois isso representa voltar ao
> passado repressor (Ou pior: O aprendiz de meliante pode estar armado)
> *
> - Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável:*****
> *Todo mundo está 'pensando'
> em deixar um planeta melhor para nossos filhos...
> Quando é que se 'pensará'
> em deixar filhos melhores para o nosso planeta?" *****
>
> *
> Passe adiante!
> Precisamos começar JÁ! *
> Ou corremos o sério risco de largarmos o mundo para um bando de
> analfabetos, egocêntricos, alienados e sem a menor noção de vida em
> sociedade e respeito a qualquer regra que seja!!!****

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Gosto de você

Gosto de você
Camila Martins


Gosto de você aqui ou lá,
como Neruda, sem ter como, nem por que,
somente por saber que o sentimento reside sempre
dentro das aulas, dos abracos e companheirismo.

Gosto de você sem obsessões
Gosto de  você  por seu interior calado e exterior brincalhão
Gosto de  você, meu mestre, porque a criança que  você desperta é aquela que me abraça

Gosto de você por sentir saudades,
pelas broncas e mensagens,
por acreditar que sua presenca já mudou minha vida
e que o medo de sua ausência já assusta...


terça-feira, 27 de novembro de 2012

S.W.

S.W.
                                                                                                          By  Arnaldo Machado
            His fingertips were sweaty when he pressed the number 4 on the elevator keypad. Not out of anticipation, but of dread, instead. The door of the elevator closed leaving him engulfed in a mixture of the invigorating smell of the Dunkin' Donuts’ coffee nearby and the smell of "people." The smell of "people," as he called it, was in itself a mix of other smells: cheap cologne, sweat, food, urine, and other things you would not be able to discern but you just knew - or guessed - were there. He made sure not to touch the walls or anything else inside the elevator. Any extra touch would mean an extra area of his body he would have to wash carefully in the restroom. Thankfully, the elevator in this building was very quick and he did not have to endure it for too long. It was with something resembling relief that he walked out of the elevator. And then, the dread.
            In the hall way, comprised by a not large rectangular space of 10 by 35 feet, there were the eyes. Always the people with the eyes. He never understood why people insisted on arriving early. The sign at the door clearly stated that the hours of operation were from 8:45AM to 5:00PM. But there they were: 8:15AM. That, however, did not stop them from eyeing him in the brief moment it took him to cross the 10 steps from the elevator to a door marked "Employees Only." Once again, a brief second of relief overcame him as he input the code on the door lock and entered into the safety of his office. As close to safety as that could be, in any case. He still had to deal with the crazies within.
            Not that all of the people he worked with were nuts, some were very nice people. Those few were usually the ones who partook of the conversations about the others. Those in this latter group were each unique, seeming to have forsaken any trace of normal behavior in the many years they had worked at that place. Maybe it was a defense mechanism, maybe a genetic predisposition. That was not that relevant. The point was they were not what they should be. Very few traces in personality or appearance still made them fall into the category of humans. In some cases, even their appearance changed so much that they resembled that creature that dwelt in a cave in "The Lord of the Rings." Scary, indeed. You would expect them to jump at you and say: “Precious” at any moment. Yet, those of funny appearance were amiable. He was more scared about those who looked normal, but were not.
            There was the lady in the cubicle next to his. Nice. Until you made a joke she did not like. Then the sexual insinuations would come: she would start talking about how you wanted her, and that she would come into your bedroom at night and abduct you. Well, that last comment was partially his fault, for making an unfortunate comparison of her constant coughing with sounds that only aliens can produce. Plus, if you overheard her conversations with her family you would think she was bipolar. "Hi, hunny" with the granddaughter in one second, "You, !#$%#^@&^#!!!!" in the next. Very confusing.
            But let us return to the young man filled with dread coming to work that morning. It was not because he did not like what he did – though he insisted on saying so – but rather because he was tired of it. He knew, as soon he walked in, that he would have to stand another day of lies, screams, and excuses, not necessarily on that order. There had been a time when he longed to go to work, where he would produce above anyone else and strive to earn compliments from his clients and bosses. Such time had long passed. Now, as we already mentioned, there was only the dread holding onto his spine and twisting his heart, causing him to hyperventilate at times just from thinking about work.
            It was short of breath that he walked to his cubicle, placed his precious lunch on his desk, and half-sat down to look at his daily schedule. People like him could be assigned different tasks during the day, such as processing work, telephone shifts, or assisting members in person. Seating fully in his chair would mean that he planned to remain seated, but lately, he had been outside helping the public live more often than not. Half-seating reflected his acceptance for the unchanging rules of schedule sent out by supervisors in the morning – shifts were unavoidable, untradeable, and unreturnable. Having confirmed his initial suspicions, he stood up, grabbed a couple of blank sheets of paper, pen and bottle of water, and walked outside, where the eyes awaited for him again.
            He went into his room – one out of three pink walled offices used to assist the walk-in clients – and opened the blinds, as he normally did. He was of the opinion that if you had to suffer, you should at least make sure it was in a well-lit environment. He then set up his desk, turned the computer on and off a couple of times until the right screen came up, and grasped for air he had not even realized he was holding inside of him. It was almost time to face the mouths attached to the eyes… He shivered.
            After processing a couple of tasks that had been assigned to him, he looked at the clock: 8:45AM. Let the madness begin!
*****
            The first few cases he had worked in that initial hour had not been too bad, easy fixes, business as usual. He had learned over time, however, not to be fooled by the appearance of things, as if they were sign of an uneventful day – there just weren’t uneventful days at that place.
            “I am ready for the next,” said he to the receptionist. She was quite the character, apparently loving the job as much as he did. “Are you sure?” replied her. “If you want I can make them wait a little longer…” she winked at him. The disturbing thing about her is that she always made those comments loud enough for the ears attached to the mouths and to the eyes to hear. “Nah, it’s alright. You know me, Fennie.” “I surely do!” she cackled, winking at him and calling the next name on the list – business as usual.
            A little Hispanic lady came into the room with a 4 year-old boy. Her case had “mysteriously” closed, all of a sudden. By that she meant that she did “mysteriously” not receive the notices sent to her house reminding her to submit the paperwork on time, and stating, in detail, the deadlines for each item needed. She also meant that she did not receive the termination notice letting her know two weeks in advance that her benefits would be stopped, also another “mysterious” occurrence. Then, she got to the part when she had an “emergency” appointment with her doctor and they told her that her benefits had ended. Finally, she would got into how humiliating an experience that had been, and that she wishes no one else had to go through that in their lives. Once she stopped to grasp for air, our guy finally had a chance to interject:
            “Sure, let me look at your case and find out what we need in order to continue your benefits."
            Okay, the identity verification was supposedly a very simple process. For some Hispanic individuals, however, the question “What is your name?” apparently had a different meaning. It would not matter how many times you would ask that question, you would only get the first name. Our guy here spoke Spanish, so it was not like there was a language barrier. As he had found out over the course of the last year, one really had to say “May I please have your full name” before one would get the right answer.
            After ensuring she was the person she claimed to be, he noticed that her case had been closed for failure to report information regarding the father of her child, who did not reside with her. “Great!” he though. This is another “trend” – if you could call it that –, popular not only among Hispanic mothers, but mothers in general. Since eligibility for public assistance is based on household income, mothers tend to omit the presence of their husbands and “baby daddies” in their household, hoping to omit their earnings along with them. This way, daddy only applied when he got sick, and the desperate “single” mothers got coverage all year long. Regardless of the tugging here and there, the application of multiple interrogation techniques, and relentless insistence from the social worker in question, some applicants would not budge: “I do know who the father is, I am doing a paternity test with the four possible candidates,” or “He got deported,” or even, “It was a one night stand.” All plausible, but very unlikely to happen at the rate they were claimed to happen. If those were the answers he would get, there would not be anything he could do about it. All statements were made in writing and the so called “single” mothers signed forms stating that they would suffer the penalties if found guilty of perjury. He would simply wash his hands, like Pontius Pilate in a distant past, hoping they would be crucified some day. It became an issue when he got the other answer – the terrible, most detested of all the answers: “Well, you know, it is very hard for me to say. I don’t know how to answer that question.”
            He looked at the lady in front of him awaiting her answer: “It’s difficult for me to say. Look it, his father is in and out of the house. So he is in, but he is not. You understand?” He knew what he had ahead of him.
*****
            Fifteen minutes later, apparently they had come to a consensus. She had to decide whether to claim the father as present or absent from her household. She finally stated that her husband had not been with her for the last two months. “Case closed,” he said, “He IS an absent parent!” He went on about how to fill out the form and other technicalities.
            As he walked her to the exit, once everything had finally been resolved, the little boy turned to his mother and with a mischievous smile said “Mommy! You lied a lot today!”
            At this point, our guy just washed his hands. Literally.
*****
            By now you must have guessed without any shadow of doubt his profession: social worker – the scarlet letter of all titles. Despised by all, powerless creatures considered to hold all of the power in the world but in reality owning none of it. Ziltch. Nada.
            As he entered the waiting area and saw the clients he had ahead of him, he started to hyperventilate. He looked at the reception desk: Fennie was arguing with a customer about his right to use a cell phone in the waiting area. A baby was crying. A boy was playing with the dividers – which never divided anything, just got on the way for the people passing through them. Three men in a corner were talking lively about their cases, and sharing their disagreement on the sudden cancellation of their benefits. Upon his entrance, they threw a glazed look at him – the empty look of those in substance abuse treatments who are simply replacing the substances they are abusing for those of a more legal nature. “Addicts,” he thought, and reminisced about the people that asked for coffees with extra extra extra extra sugar in his distant past, when he used to work at a coffee shop. One, two seconds had passed, and yet, our guy was able to absorb and think all of this. It was simply overwhelming. He wondered how would he get through another day of this. And then, he saw it.
            In the other corner, oblivious to the chaos around her, a woman of many and many years looked straight into his eyes. Her look was not simply it, a glance or an eye looking at him: it spoke. He could see the pain, the years of abuse, of constant strife to overcome whatever struggles she had gone through. He saw that she never had been able to rise above the tides, that a life saver had not been thrown to her at the right time, or was too far for her to reach it. He saw that she also had dreams, like him, but did not see any of them to fruition. And yet, though her life had been much harder than his, he saw hope. Nope in him, as if he had all the answers. And then he realized the purpose of it all.
            He was not there only to think dryly of the misfortunes of those surrounding him, as a detached observer, incapable of changing any of it. He was not there only to fulfill his hours, get his pay every other week – which was never high enough by his standards, anyway -, nor tell people what he could not do. After all he could do something. He could be the change factor, that which would trigger the sparkle – not the whole reaction – but its beginning. Indeed, he had no power to solve people's problems, but he could show them the way. Though it was an ungrateful crowd he had to serve, what would be his reward otherwise? To help a crowd of smiling folks who were agreeable and who never lied would not be as rewarding as overcoming the challenge he had ahead of him. He had to overcome what they had not been able to overcome. He had to be the example of the life they had not had a chance to experience. He had to be the personification of their “what ifs.” The vice they had not been able to overcome. The husbands they had not been able to say “no” to while they still could. He had to bear his burden with pride, with a smile, with a gentle word, even. That was his role in the big picture.
            He returned the look. As he stared into her eyes he realized they were no longer the eyes.  The trembling was gone. The hyperventilation had disappeared. The pain in his chest, vanished. There was no trace of the dread that once filled him. Calmly, he walked up to the reception desk. He pointed to the sign indicating that cell phone usage was not allowed in the waiting area, helped Fennie defuse the angry customer, and looked at her. She also needed his help, just as he needed hers. All of a sudden the word coworker gained a new meaning to him. He would share with her at a later time what he had just found out. For now, what he said was simply:
            “I am ready for the next, Fennie.”

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Esse muso, o dedinho

Esse muso, o dedinho

Rodolfo Pamplona Filho
Num saco de boxe pesado,
o papito, coitadinho,
deu um murro atravessado
e fraturou o dedinho

Morrendo de dor, o danado
foi correndo ao medicozinho
que não se fez de rogado
e tirou um retratinho

Vendo a fratura escondida,
sorrateira e bem malvada,
imobilizou sob medida
e solucionou a charada:

Para ficar bom, sem chorada,
e ganhar essa parada,
só consulta especializada
e uns beijinhos da filharada...

New York, 28 de dezembro de 2011.

domingo, 25 de novembro de 2012

Frase de 1920


Frase de 1920:
  
Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrario, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de erro, que sua sociedade está condenada.
Filósofa russo-americana, Ayn Rana.
( judia fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920)

sábado, 24 de novembro de 2012

Freio de Mão Puxado

Freio de Mão Puxado

Rodolfo Pamplona Filho
Quero ir além,
mas algo me segura.
Penso em ser alguém,
mas me diz que é frescura.

Piso no acelerador,
mas nada responde.
Procuro calor,
mas não sei onde.

Não saber aproveitar
o que a vida tem para dar
traz um estanho exclamar
de que não adianta comprar

vinhos maravilhosos
que não vão ser bebidos
ou ter sonhos eróticos
que nunca serão vividos...

Falta de ânimo, de paixão,
de graça, de tesão,
de prazer em sua lida
de verdadeiro pulso de vida.

Tudo isso vem à baila
quando se descobre, à navalha.
a sensação de viver amarrado
com o freio de mão puxado.

New York, 01 de janeiro de 2012.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

TÃO BOM VOCÊ...

TÃO BOM VOCÊ...

Sol, chuva,
Praia, cobertor
Tão bom estar com você
Meu verdadeiro amor

É tão bom te ver
Esperando um beijo meu
Mas se te miro num olhar
Você já me decifrou

Como num leve suspirar
Sabe de tudo sobre mim
Desde a noite ao acordar
Conhece os meus sonhos,
Meus desejos, tudo enfim

Se procuro um caminho,
Sabe onde me levar
Se preciso de um carinho
Nem pensa em me abandonar
Mas se desejo estar em paz
Basta me beeeijar

Me apresenta ao seu poder
Já é seu meu coração
Alimenta o meu querer
Faz eterna essa paixão
Vem e me mostra
Como é tão bom você...


Andréa Brito, 28 de abril de 2008.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Amor em NY

Amor em NY

Rodolfo Pamplona Filho
Amar é acordar de maduro
e não poder fazer nada puro
para não acordar as crianças,
nem mesmo alimentar esperanças...
É mudar de plano
com o carro andando...
É morrer de frio,
com o estômago vazio...
É se entregar inteiro.
sem poder ir ao banheiro...
É tolerar, suportar,
ir sempre em frente...
É aprender a ser resiliente...
É dar risada
da enrolação...
É não achar nada
por faltar a comemoração...
É não se estressar
com problemas imaginários
e saber enfrentar
os dilemas reais e diários...
É sentir que algo ainda pode fluir,
e, com todo o fervor,
nunca efetivamente desistir...
sempre por causa do amor...

New York, 03 de janeiro de 2012.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Lembranças de um dia.

 

Lembranças de um dia.

por Antônio De Albuquerque Paixão, segunda, 12 de setembro de 2011 às 18:50
Hoje meu despertar foi de lembranças,
de um dia remoto anterior ao de hoje,
num tempo em que era jovem,
e livre para brincar com o tempo.

Quando a noite nunca vinha,
o sorriso não cedia,
a energia brotava,
dos poros, do cabelo,
da doce sujeira dos pés,
da alegria infinita,
e o sofrer era efêmero,
as calças eram curtas,
as preocupações tolas,
os desejos singelos,
os amigos, os melhores,
os amores, mais puros.

Porque não brincamos hoje?
daquele mesmo jeito de antanho?
porque eu não alcanço mais o sol?
Porque não posso soprar os anos para longe?
Bem longe?
E ser de novo,
um projeto inacabado,
uma energia potencial e cinética,
fundidas em essência infante,
que olhava para os dias vindouros,
e sonhava,
e os ansiava.

Eu olho para aqueles dias,
que o tempo levou,
e imagino como seria,
voltar,
conversar com aquele menino,
dizer que a culpa não foi dele,
só minha,
pois é,
toda saudade é um espécie de velhice

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mulher Ideal


Mulher Ideal

Rodolfo Pamplona Filho
O que é uma mulher ideal?
Definitivamente, não é
alguém que não envelhece,
mas, sim, alguém para quem
o tempo não afeta o humor...
Não é alguém sem defeitos,
mas que aprende a sublimá-los
ou que acostumamos com eles...
E, ainda que brigue de vez em quando,
faça as pazes de forma tão gostosa,
que apague qualquer ressentimento...
Não precisa concordar com tudo,
mas tenha uma sintonia tal,
que saiba seu pensamento
antes de verbalizá-lo...
Esta é a minha mulher ideal!

Atenas, 29 de setembro de 2012.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O que eu adoro em ti

O que eu adoro em ti
Não é a tua beleza
A beleza é em nós que existe
A beleza é um conceito
E a beleza é triste
Não é triste em si
Mas pelo que há nela
De fragilidade e incerteza

O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência
Não é o teu espírito sutil
Tão ágil e tão luminoso
Ave solta no céu matinal da montanha
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.

O que eu adoro em ti
Não é a tua graça musical
Sucessiva e renovada a cada momento
Graça aérea como teu próprio momento
Graça que perturba e que satisfaz

O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi
E nem meu pai

O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto matinal
Em teu flanco aberto como uma ferida
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.

O que adoro em ti lastima-me e consola-me:
O que eu adoro em ti é a vida!

Manuel Bandeira

domingo, 18 de novembro de 2012

Soneto das Cores

Soneto das Cores

Rodolfo Pamplona Filho
Ó, Deus, não me tire a luz
que me permite e seduz
ver a explosão de cores
ou um caledoscópio de amores!

Os raios que invadem a retina
permitem vislumbrar a sina
de quem não tem a felicidade
de conhecer a diversidade,

pois dominar a paleta do amor
é ser Senhor da mais bela arte
que transforma toda parte,

convertendo o cinza em cor,
para, no mundo, ser franco
e nunca mais ver em preto e branco.

Salvador, 07 de janeiro de 2012.

sábado, 17 de novembro de 2012

O Cantar do Galo


"Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado." Lucas 14.11

Era uma vez um galo que acordava bem cedo todas as manhãs e dizia para a bicharada do galinheiro:

Vou cantar para fazer o sol nascer…

Ato contínuo subia até o alto do telhado, estufava o peito, olhava para o nascente e cantava seu belo canto!

E ficava esperando.

Dali a pouco a bola vermelha começava a aparecer, até que se mostrava toda, acima das montanhas, iluminando tudo.

O galo se voltava, orgulhoso, para os bichos e dizia:

Eu não falei?

E todos ficavam boquiabertos e respeitosos ante o poder tão extraordinário conferido ao galo: cantar para fazer o sol nascer.

Ninguém duvidava. Tinha sido sempre assim.

Havia grande ansiedade entre os moradores do galinheiro. 

E se o galo ficasse rouco? 
E se esquecesse da partitura? 
Quem cantaria para fazer o sol nascer? 
O dia não amanheceria? 
E por causa disso cuidavam do galo com o maior cuidado. 
Ele, sabendo disso, sempre ameaçava a bicharada, para ser mais bem tratado.

Olha que eu enrouqueço! – dizia.

E todos se punham a correr, para satisfazer as suas vontades.

O galo, por sua vez, tinha enormes oscilações emocionais. 
Pela manhã, depois de o sol nascer, sentia-se como um deus, onipotente e admirado e não era para menos. 
Mas à noite vinham a depressão e a ansiedade.

Não posso perder a hora, dizia. Se eu não cantar, o sol não vai nascer. E não conseguia dormir um sono tranquilo.

Isto, na verdade, acontece com todas as pessoas que se acham poderosas assim. Paira sempre sobre elas a ameaça de fim do mundo.

Aconteceu, como era inevitável, que certa madrugada o galo perdeu a hora. 
Não cantou para fazer o sol nascer. 
E o sol nasceu sem o seu canto. 
O galo acordou com o rebuliço no galinheiro. 
Todos falavam ao mesmo tempo.

O sol nasceu sem o galo… O sol nasceu sem o galo…

O pobre do galo não podia acreditar naquilo que seus olhos viam: a enorme bola vermelha, lá no alto da montanha. Como era possível? 
Teve um ataque de depressão ao descobrir que o seu canto não era tão poderoso como sempre pensara. 
E a vergonha era muita.

Os bichos, por seu lado, ficaram felicíssimos. 
Descobriram que não precisavam do galo para que o sol nascesse. 
O sol nascia de qualquer forma, com o galo ou sem o galo.

Passou-se muito tempo sem que se ouvisse o cantar do galo, pois estava deprimido e humilhado. 
O que era uma pena: porque é tão bonito. 
Canto de galo e sol nascente combinam tanto. 
Parece que nasceram um para o outro.

Até que, numa bela manhã, o galinheiro foi despertado de novo com o canto do galo. 
Lá estava ele, como sempre, no alto do telhado, peito estufado.

Está cantando para fazer o sol nascer? – perguntou o peru em meio a uma gargalhada.

Não, – respondeu o galo. Antes, quando eu cantava para fazer o sol  nascer, eu era doido varrido. Mas agora eu canto porque o sol vai nascer. O canto é o mesmo. E eu virei poeta… 

Adaptação da fábula contada por Rubem Alves

Colaboração de Um Amigo de Deus Marco Antonio

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Soneto da Confiança no Além (ou da Solidariedade na Necessidade)

Soneto da Confiança no Além (ou da Solidariedade na Necessidade)

Rodolfo Pamplona Filho
Não há nada gentil
em ser chamado de gentio...
Não há geografia
para quem tem ousadia

de ser sustentado
por quem nada tem,
totalmente confiado
em quem está no além.

Pedir com base (ou sem),
não com o que os olhos veêm,
mas com o que o coração sente

fará encontrar a generosidade
que suprirá toda necessidade,
trazendo a paz que nunca mente.

Salvador, 08 de janeiro de 2012.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

VIVENDO

VIVENDO
 
Antes da noite, há o dia.
Antes do calor do verão, belas flores na primavera.
Antes da chegada, a caminhada.
Antes do sim, pode haver um não. Ou quem sabe vários.
Antes da conquista, deve haver luta.
Antes do sucesso, muito trabalho.
Antes de qualquer coisa, é muito bom que haja vida.
Há sempre algum antecedente!
E, assim, nós vivemos. Por etapas.
Feliz daquele que sabe viver o momento.
Que, com calma, mantém-se sempre buscando.
Quando se quer muito algo que está adiante, prossegue-se.
Quando não, para-se no caminho.
Mas, em meio a tudo isso, a vida continua!
O importante é sempre se manter em movimento. Seguindo!
Ainda que a rota seja desviada, siga.
Ainda que você encontre uma “pedra no caminho”, siga.
Algo pode estar lhe esperando lá na frente.
Nunca fique parado, aguardando sei lá o quê.
Na dúvida de qual o caminho seguir, ouça o seu coração. Ele pode ter razão!

Maceió, 12 de dezembro de 2011
Rafaela de Freitas Santos

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Quinze (soneto)

Quinze (soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
Debutar é a simbologia
de um rito de passagem,
em que uma vida, outrora vazia,
ganha nova mensagem

de uma linda esperança
de que a vida pode ser diferente
com a inocência de criança
e o desejo adolescente

Quinze vezes
Quinze anos
Quinze planos

Contam-se os meses
Trocam-se os panos
Descobre-se o que é ser sano.

Salvador, 14 de dezembro de 2011.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Oração ao meu espaço

Oração ao meu espaço

Me serve meu espaço
Em você encaixo
Caixas, calças, calçados,
Peças, louças, achados,
Tudo que posso guardar
Cada um no seu lugar
Sempre assim.
Espaço,
Te peço, a eles acolhe
Sabe que é a vida
Estendida em mobília
Espaço, acolhe enfim
O que ao fim
Será de partilha
E não servirá mais a mim.

SILVIA PIRES
http://silviapires-vidaemletras.blogspot.com/

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Espírito Livre

Espírito Livre

Rodolfo Pamplona Filho
Depois de muito tempo,
descobri o gosto da liberdade,
mesmo já tendo passado da idade
em que isso normalmente é vivido.

Aprendi que, em essência,
sou um espirito livre,
que só tem, de próprio,
o seu livre-pensar

Não tente me aprisionar,
nem em um laço amarrar,
pois isso somente me fará
sentir tristeza e chorar...

O amor vai me resgatar
da viagem que me propus
de nunca desistir
de viver e de ser feliz

Se você ama alguém,
deixe-o livre para ser quem é...
Se ele ficar, é porque quer;
se for embora, é porque nunca quis

Se amar é a liberdade
para se aprisionar a ninguém,
eu quero aprender, de verdade,
se, na realidade,
é possível amar
sem se tornar de alguém...

Por que é preciso ter alguém
para chamar de seu?
Por que se tem de ser
de alguém para ser feliz?

Será que se tem de ser
possuído ou possuir
para se sentir
verdadeiramente amado?

Eu não posso ser eu
e somente meu
deve ser o desejo
de viver com e para,
mas não só para isso...

Eu sou uma alma livre...
Livre como toda alma deve ser
para nunca se arrepender
de ter buscado viver
cada momento de prazer
que se renova a cada amanhecer.

Eu sou uma alma livre...

Salvador, 12 de dezembro de 2011.

domingo, 11 de novembro de 2012

Acredite!

Acredite!

Acredite nas pessoas, vale à pena!
Deixe seu coração aberto às boas energias.
Grite para o mundo ouvir a sua voz,
aconselhe um amigo,
ouça conselhos bons.
Dê amor,
e saiba receber também,
vale a conquista de um amigo.
Sorria...
Contagie-se com a alegria dos outros, e deixe a sua alegria transbordar...
Dê bom dia, boa tarde e boa noite,
ofereça seu ombro, sem perguntar o que o aflige.
Avance o sinal, mas seja cauteloso,
saberá o momento exato de parar.
Decore sua vida,
com alegria, paixões e vidas.
Abrace o mundo,
se deixe abraçar,
e tenha certeza que a felicidade está nos momentos que nós mesmos proporcionamos viver e acreditar....

Por Silvana Palma  

sábado, 10 de novembro de 2012

Corpo e Coração

Corpo e Coração

Rodolfo Pamplona Filho
Eu nao rifo meu coração.
Dele, não faço leilão.
Meu coração não se rifa,
porque ele não é meu!
De quem mais ele seria,
se não seu?

Meu coração é
muito mais importante
que meu corpo,
que é apenas uma parte,
nem de longe a mais relevante
e que não se confunde com o todo.

O meu corpo não é rifado,
mas, sim, disponibilizado,
em um comodato necessário
exercendo quase uma função social,
ao satisfazer um instinto animal
e também de curiosidade cientifica.

E assim vou vivendo
e também aprendendo
a saber separar
o aproveitar e o amar,
o simples dar e o  entregar,
o curtir e o se permitir,
o prazer e o viver...

Salvador, 12 de dezembro de 2011.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Pawla Kuczynskiego

 

 

Muito interessante! É o uso da arte como uma forma de admoestar nossa sociedade para a triste desigualdade social...

Pawla Kuczynskiego

UMA NOVA CARICATURISTA POLACA
Algumas ilustrações são muito fortes e nos fazem refletir sobre lo que está acontecendo ao nosso redor. 
Seu nome é Pawla Kuczynskiego. 
Nascida em 1976 em Szczecin, graduou-se na Academia de Belas Artes en Poznan,  especializando-se em os gráficos. 
Desde 2004 produce ilustraciones satíricas y até agora recebeu 92 premios. 
Em 2005 recebou o Premio de la Associação de Caricaturistas Polaco "Eryk".
Esta caricaturista recentemente descoberta tem também um recorde de premios em competições internacionais 





















quinta-feira, 8 de novembro de 2012

The Watch, The Clock, The Time


The Watch, The Clock, The Time

Rodolfo Pamplona Filho
The Watch...
The Clock...
The Time...
What if
I could never die,
would I have time
to feel that I'm alive?
I would like to stop the clock
to see if I can get more...
time...

The Watch...
The Clock...
The Time...
I wanna have a clone
or a lot of ones
to make everything
I wanna live once more...
Or simply
stay lay in bed
thinking about
what should I have
do
to
spend more time with you...

The Watch...
The Clock...
The Time...

Praia do Forte, 11 de dezembro de 2011.