quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Amor em NY

Amor em NY

Rodolfo Pamplona Filho
Amar é acordar de maduro
e não poder fazer nada puro
para não acordar as crianças,
nem mesmo alimentar esperanças...
É mudar de plano
com o carro andando...
É morrer de frio,
com o estômago vazio...
É se entregar inteiro.
sem poder ir ao banheiro...
É tolerar, suportar,
ir sempre em frente...
É aprender a ser resiliente...
É dar risada
da enrolação...
É não achar nada
por faltar a comemoração...
É não se estressar
com problemas imaginários
e saber enfrentar
os dilemas reais e diários...
É sentir que algo ainda pode fluir,
e, com todo o fervor,
nunca efetivamente desistir...
sempre por causa do amor...

New York, 03 de janeiro de 2012.

5 comentários:

  1. Oi, Anônimo!
    Pode ser que sim... pode ser que não... depende de como se vê e se vive...
    Abs,
    RPF

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  2. Vou postar aqui um texto de um blog de uma amiga minha (vc deve conhecer)da UFBA, muito inteligente e sábia. Depois um comentário que fiz sobre o texto. Achei interessante.

    "Quanto leva para percebermos a relevância de alguém ou algo em nossas vidas? Qual o marco que nos faz tomar por nosso caminho o de outrem, em determinado momento, assumindo os riscos da escolha e do abdicar de outras possibilidades? No percurso de toda relação, certamente há um momento em que nos perguntamos se devemos seguir ou abandonar o barco. A dúvida é inerente ao caminhar, porque há conjecturas infinitas do que poderia ser em outros âmbitos e nós tendemos a comparar, como que por instinto, o que podemos ter se seguirmos unidos e o que podemos ter se seguirmos o mundo.
    A dúvida, já me disseram, seria um motor das relações, porque nos faz escolher. E escolhendo, mostramos ao outro que houve um passo longo, abdicamos do restante e damos foco a um só ponto, resolvemos e atestamos que vale a pena estar ali. Mas a dúvida realmente vai embora quando seguimos um caminho? Não continuamos a nos perguntar, por dentro, se as outras possibilidades não poderiam nos dar melhores retornos às gigantescas expectativas que trazemos dentro de nós?
    ... eu não sei quando foi o seu momento, mas eu aposto que houve um”(numa tradução de acordo com minhas memórias, que podem estar falhas, mas a essência era bem essa).

    A razão de me haver marcado tanto é que eu acredito nesses momentos em que a dúvida nos chega e somos postos à prova em nossas perspectivas de relação. É uma hora em que sentimos o mundo (ou alguém no mundo) disposto a oferecer algo que pra nós é extremamente valioso, em contraponto a alguém que pode nos ser maravilhoso, mas certamente não consegue preencher os vazios que passamos toda a vida tentando suprir. Ninguém o fará, em verdade, e quando modificamos nossas relações percebemos que o outro alguém ou mesmo o mundo em suas infinitas possibilidades também não supre tudo o que gostaríamos. Acontece que costumeiramente só lembramos-nos disso depois de duvidar. E a dúvida nos faz, algumas vezes, buscar o novo como meio de tentar somar partes em um todo de vazios em nós.

    A minha dúvida (dentre outras....rs...) é se continuamos a sentir eternamente esses momentos de questionamento, comparação, inadequação ou se, em algum momento lindo, os sinos tocam e se percebe que acabou o mar de sopesamento. Há alguém que nos chega e faz parar a sensação eterna de que a felicidade mora ao lado e vale a pena apostar as fichas todas? Se não houver esse momento, a dúvida é, como diria meu amigo, um propulsor? Um engrandecedor das relações, que nos faz saber e mostrar ao outro que estamos apostando? E quando sucumbimos ao desejo do restante que há pra viver, o que é válido? A experiência de ter vivido outras coisas? Não sei definir o que resta depois que a dúvida se instala. Minha pergunta é – isso fica pra sempre? Vocês, o que acham?" Gab. F.

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  3. Continuação:


    Meu comentário:

    "Pergunta complexa, Gab. Eu penso, Gab, que existe sim um momento em que encontramos alguém, que por afinidade, olhar na mesma direção etc, nos faz completos quando estamos em sua companhia. O difícil é que haja reciprocidade em relação ao sentimento. Afinal, sempre há por parte de alguém a dúvida: será que essa é mimha melhor opção dentre as milhares disponíveis no "mercado". Mas com o tempo e a convivência, mais ou menos duradoura, talvez devido à rotina e ao esquecimento da importância do outro em nossas vidas, começamos a deixar de lado aspectos muito básicos de uma relação, tipo: atenção, consideração, respeito, cuidado. E aí a tal da dúvida se instala para um dos lados e faz repensar se vale apena seguir em um relacionamento em que não há mais equilíbrio de sentimentos. Um acaba sempre dando mais do que recebe - quando recebe. Uma vez, perguntei a uma senhora, que tinha sido casada mais de 50 anos e o marido havia falecido, qual o segredo para uma relação durar tanto e com a qualidadade que ela havia me dito ter: paciência e perdão. Disse tudo a senhora. Nos momentos de dúvida é preciso ter paciência e a depender do resultado da dúvida, devemos perdoar. Afinal: errar é humano e o ser humano é imperfeito por natureza. O que eu tirei disso tudo: temos de saber conviver com a diferença e aceitá-la, até porque: imagine um mundo onde todos fossem iguais, que chato não seria..."

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