sábado, 31 de agosto de 2013

Quando a gente chora


Quando a gente chora

Ao estarmos tristes, a gente sempre chora
Chora pelos olhos, chora pelo coração, chora pela mente, mas chora
O desabafo, a dor, a ansiedade, tudo isso nos apavora
Só a gente sabe o significado daquele choro na hora

Dias, horas, minutos ou segundos, um dia aquela agonia vai passar
Muitas vezes passa tão depressa que nem vamos lembrar
Outras vezes o motivo tocou nossas vidas de tal forma a memorizar
Mas o bom da vida é ter o que recordar

Um liquido, que mais parece pura água, insossa e cristalina
Com tantos motivos e significados que a sua aparência não transmite tamanha adrenalina
Cada gota despercebida faz perceber o sentimento externado
Um olhar triste ou feliz dão a ela, gota, o real significado

Os dias passam e muitas vezes nos faz perceber o que um dia era imperceptível
O não percebido, então se fez perceber
Seja através de recordações singelas ou pela mais profunda
O choro se fez incrível
E sempre persistirá a incógnita da gota, se profunda

Não importa mandarmos parar de cair
Muitas vezes ela quer vir
Não adianta querer segurar
A gota na hora vai derramar

Vanessa Bacilieri (19/7/12).

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Coerência de Verdade


Coerência de Verdade

Rodolfo Pamplona Filho
Coerência de verdade
não é viver sempre
do mesmo jeito,
mas, sim, não negar
o que se viveu,
o que se vive
e como gostaria de viver.
Não posso desprezar
a minha poesia,
mesmo que, hoje,
eu a escrevesse
de forma completamente diferente
do que, um dia, concebi.
Não posso negar
os meus sentimentos,
sejam aqueles que tenho hoje
ou outros tantos que já vivi...
Não posso rejeitar
a minha história,
pois foi por causa dela
que eu hoje cheguei aqui...

Salvador, 22 de julho de 2012.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

DOZE CONSELHOS PARA VOCÊ NÃO TER UM INFARTO


DOZE CONSELHOS PARA VOCÊ NÃO TER UM INFARTO

Dr. Ernesto Artur - Cardiologista


Quando publiquei estes conselhos em meu site, recebi uma enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu de alerta. São eles:


1. Não cuide de seu trabalho antes de tudo.. As necessidades pessoais e familiares são prioritárias.

2. Não trabalhe aos sábados o dia inteiro e, de maneira nenhuma, trabalhe aos domingos.


3. Não permaneça no escritório à noite e não leve trabalho para casa e/ou trabalhe até tarde.


4. Ao invés de dizer "sim"a tudo que lhe solicitarem, aprenda a dizer "não".

5. Não procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e nem aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.


6. Se dê ao luxo de um café da manhã ou de uma refeição tranquila. Não aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.


7. Pratique esportes. Faça ginástica, natação, caminhe, pesque, jogue bola ou tênis.


8. Tire férias sempre que puder, você precisa disso. Lembre-se que você não é de ferro.


9. Não centralize todo o trabalho em você, não é preciso controlar e examinar tudo para ver se está dando certo... Aprenda a delegar.

10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, não tome logo remédios, estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Procure um médico.


11. Não tome calmantes e sedativos de todos os tipos para dormir. Apesar deles agirem rápido e serem baratos, o uso contínuo fazem mal à saúde.


12. E por último, o mais importante: permita-se a ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto não é só para crédulos e tolos sensíveis; faz bem à vida e à saúde.


IMPORTANTE:

OS ATAQUES DE CORAÇÃO
Uma nota importante sobre os ataques cardíacos.

Há outros sintomas de ataques cardíacos, além da dor no braço esquerdo. Há também, como sintomas vulgares, uma dor intensa no queixo, assim como náuseas e suores abundantes.

Pode-se não sentir nunca uma primeira dor no peito, durante um ataque cardíaco. 60% das pessoas que tiveram um ataque cardíaco enquanto dormiam, não se levantaram. Mas a dor no peito, pode acordá-lo de um sono profundo.


Se assim for, dissolva imediatamente duas Aspirinas na boca e engula-as com um bocadinho de água. Ligue para Emergência (192, 193 ou 190) e diga ''ataque cardíaco'' e que tomou 2 Aspirinas. Sente-se numa cadeira ou sofá e force uma tosse, sim forçar a tosse, pois ela fará o coração pegar no tranco; tussa de dois em dois segundos, até chegar o socorro.. NÃO SE DEITE !!!!

REPASSE, NÃO DÓI NADA!!!!!!!!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Caminhada


Caminhada

Rodolfo Pamplona Filho
Ainda falta muito,
mas toda caminhada
começa com o primeiro passo.
O simples fato de andar
já muda a perspectiva
que se tem da própria vida.
Independentemente de onde chegar,
o fato é que o movimento
já tirou você do lugar,
pois não importa o caminho
e até mesmo o destino,
o ato de não ficar parado
já tem o significado
de que, na vida, o mais importante
é o gosto pela mudança constante.

Salvador, 22 de julho de 2012.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Discurso de despedida de Bryan Dyson, ex-presidente da Coca-Cola, ao deixar o cargo


Discurso de despedida de  Bryan Dyson, ex-presidente da Coca-Cola, ao deixar o cargo :
"Imagine a vida como um jogo em que você esteja fazendo malabarismos com cinco bolas no ar.
Estas são:  o Trabalho, a Família, a Saúde, os Amigos e a Vida Espiritual, e você terá de mantê-las todas no ar.
Logo você vai perceber que o Trabalho é como uma bola de borracha. Se soltá-la,  ela rebate e volta.
Mas as outras quatro bolas: Família, Saúde, Amigos e Espírito, são frágeis como vidro. Se você soltar qualquer uma destas, ela ficará irremediavelmente lascada, marcada, com arranhões, ou mesmo quebradas, vale dizer, nunca mais será a mesma.
Deve entender isto: tem que apreciar e esforçar para conseguir cuidar do mais valioso. Trabalhe eficientemente no horário regular do escritório e deixe o trabalho no horário. Gaste o tempo requerido à tua família e aos seus amigos. Faça exercícios, coma e descanse adequadamente. E sobretudo... Cresça na sua vida interior, no espiritual, que é o mais transcendental, porque é eterno.
Shakespeare dizia:  "Sempre me sinto feliz, sabe por quê? Porque não espero nada de ninguém. Esperar sempre dói. Os problemas não são eternos, sempre têm solução. O único que não se resolve é a morte. A vida é curta, por isso, ame-a !
Viva intensamente e recorde:
Antes de falar... Escute!
Antes de escrever... Pense!
Antes de criticar... Examine!
Antes de ferir... Sinta!
Antes de orar... Perdoe!
Antes de gastar... Ganhe!
Antes de render-se... Tente de novo!
Antes de morrer... Viva ! ” 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Expect, Hope and Wait


Expect, Hope and Wait

Rodolfo Pamplona Filho
Formas diferentes de esperar...
Formas diferentes de, com o tempo, lidar...
Formas diferentes de, a vida, encarar...
Formas diferentes de viver...

Salvador, 22 de julho de 2012.

domingo, 25 de agosto de 2013

A Arte de viver


A Arte de viver
Carla L. Paranaguá.

Quero perseguir ideais que me façam crescer...
ainda que muitos me olhem com indiferença
e o mundo não enxergue o meu intento.

Não quero ser mártir,
mas me orgulhar ao olhar pra trás...

e na percepção do que um dia fui
enxergar que se não alcancei, tentei
se não amei, inspirei
se não vivi, não impedi a vida acontecer

E quando tudo estiver formado,
o ciclo estiver cumprido,
novos rumos estabelecidos,
a certeza que na incerteza de minha escolhas
estive em contato com o mais íntimo de mim.

Sempre exalando vida,
levantando gentes,
fazendo muralhas de compreensão,
irmãos, amigos, exércitos de luz,
que na caminhada sustenta e é sustentado,
por atos renovadores de amor,
que não pede nada em troca,
apenas se doa, sem olhar a quem ou por quem...

... no que o meu mundo se transmuda a cada dia
para o melhor, conversão de luz da mais alta magnitude,
que não pede passagem ou licença,
apenas se entrega e ilumina,
tal qual o Sol, faz à mais bela rosa
que germina a semente gerando beleza e frescor.

Assim também essa nossa ciranda simbiótica,
em que trocas revelam-se como fontes de estruturação
do mais nobre e doce mistério
que Jesus deixou: o Amor!
apenas inspirando-nos para que,
mais uma vez SEJAMOS...
esse tal mistério, cuja guarida
só se efetiva quando é sincero tal sentimento,
o Amor!

https://encrypted-tbn3.google.com/images?q=tbn:ANd9GcRjkEeBkE9gekip6sDG7Im32bUDScztl-ejoA5KNKzepFsAV2Mv       





sábado, 24 de agosto de 2013

Amor Doído


Amor Doído

Rodolfo Pamplona Filho
Amar dói
Amar é doído
Amar é doido
Eu nunca vivi
um amor tão sofrido...
Quando machuca,
dilacera o peito
e tira o ar...
Os pedacinhos
que a dor arranca
são como uma tatuagem,
incrustrada na pele,
que é apagada abruptamente...
Sinto por sofrer
Sinto por fazer você sofrer
Sofro com seu sofrimento...
Não há o que dizer,
pois o que eu queria ouvir
você nao pode prometer,
porque não sente
e pior que chorar
é descobrir viver uma mentira...
Talvez eu me sentisse
definitivamente menos triste
se parasse de me doar
para alguem que busca se dividir...
Mas eu nao consigo...

Salvador, 22 de julho de 2012.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Prazeres da "Melhor Idade"



Prazeres da "Melhor Idade" 
RUY CASTRO

A voz em Congonhas anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.". Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" - algo entre os 60 anos e a morte.
Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.
Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.
Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar.
Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: "Voltando da farra, Ruy?". Respondi, eufórico: "Que nada! Estou voltando da farmácia!". E esta, de fato, é uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.
Primeiro, a aposentadoria é pouca e você tem que continuar a trabalhar para melhorar as coisas. Depois vem a condução.
Você fica exposto no ponto do ônibus com o braço levantado esperando que algum motorista de ônibus te dê uns 60 anos.
Olha... a analise dele é rápida. Leva uns 20 metros e, quando pára, tem a discussão se você tem mais de 60 ou não.
No outro dia entrei no ônibus e fui dizendo:
- "Sou deficiente".
O motorista me olhou de cima em baixo e perguntou:
- "Que deficiência você tem?"
- "Sou broxa!"
Ele deu uma gargalhada e eu entrei.
Logo apareceu alguém para me indicar um remédio. Algumas mulheres curiosas ficaram me olhando e rindo...
Eu disse bem baixinho para uma delas:
- "Uma mentirinha que me economizou R$ 3,00, não fica triste não"
Bem... fui até a pedra do Arpoador ver o por do sol.
Subi na pedra e pensei em cumprir a frase. Logicamente velho tem mais dificuldade. Querem saber?
Primeiro, tem sempre alguém que quer te ajudar a subir: "Dá a mão aqui, senhor!!!"
Hum, dá a mão é o cacete, penso, mas o que sai é um risinho meio sem graça.
Sentar na pedra e olhar a paisagem.
É, mas a pedra é dura e velho já perdeu a bunda e quando senta sente os ossos em cima da pedra, o que me faz ter que trocar de posição a toda hora.
Para ver a paisagem não pode deixar de levar os óculos se não, nada vê.
Resolvo ficar de pé para economizar os ossos da bunda e logo passa um idiota e diz:
- "O senhor está muito na beira pode ter uma tontura e cair."
Resmungo entre dentes: ... "só se cair em cima da sua mãe"... mas, dou um risinho e digo que esta tudo bem.
Esta titica deste sol esta demorando a descer, então eu é que vou descer, meus pés já estão doendo e o sol nada.
Vou pensando - enquanto desço e o sol não - "Volto de metrô é mais rápido..."
Já no metrô, me encaminho para a roleta dos idosos, e lá esta um puto de um guarda que fez curso, sei eu em que faculdade, que tem um olho crítico de consegue saber a idade de todo mundo.
Olha sério para mim, segura a roleta e diz:
- "O senhor não tem 65 anos, tem que pagar a passagem."
A esta altura do campeonato eu já me sinto com 90, mas quando ele me reconhece mais moço, me irrompe um fio de alegria e vou todo serelepe comprar o ingresso.
Com os pés doendo fico em pé, já nem lembro do sol, se baixou ou não dane-se. Só quero chegar em casa e tirar os sapatos...
Lá estou eu mergulhado em meus profundos pensamentos, uma ligeira dor de barriga se aconchega... Durante o trajeto não fui suficientemente rápido para sentar nos lugares que esvaziavam...
Desisti... lá pelo centro da cidade, eu me segurando, dei de olhos com uma menina de uns 25 anos que me encarava... Me senti o máximo. Me aprumei todo, estufei o peito, fiz força no braço para o bíceps crescer e a pelanca ficar mais rígida, fiquei uns 3 dias mais jovem.
Quando já contente, pelo menos com o flerte, ela ameaçou falar alguma coisa, meu coração palpitou.
É agora...
Joguei um olhar 32 (aquele olhar de Zé Bonitinho) ela pegou na minha mão e disse:
- "O senhor não quer sentar? Me parece tão cansado?"
Melhor Idade??? Melhor idade o cacête .

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Voz do Maltratado



A Voz do Maltratado

Rodolfo Pamplona Filho

A Indiferença irrita!
Diria mais, machuca,
quando te olham
como se não existisse,
exigindo o que não é devido
para fazer o que é seu dever.
A insensibilidade humilha:
Diria mais, marca,
quando não lhe reservam
a dignidade que se espera
de qualquer ser humano
que trata com o outro.
A rejeição fere:
Diria mais, mata,
pois coloca no sistema a culpa
por anestesiar a simpatia,
desprezar a cortesia
e fulminar o prazer e a alegria.

Santiago, 27 de junho de 2012, sendo maltratado no Banco de Chile.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Termine as coisas que começou


Li um artigo de uma conceituada revista que dizia:

"O caminho
para encontrar a paz interior é terminar todas as coisas que você começou.

Refleti bem e .......
cid:2.857857182@web110010.mail.gq1.yahoo.com

Então, neste último sábado,
olhei ao meu redor para ver todas as coisas que eu tinha começado e não havia acabado.
Em seguida, eu terminei...
com duas caixas de Skol, o final de uma garrafa de Black Label, uma garrafa aberta de Smirnoff, e uns ¾ de um garrafão de 5 litros de uma cachacinha de alambique mineira. Tudo isso acompanhado de algumas azeitonas chilenas, salaminho e gorgonzola.
Você não tem idéia da paz interior que me deu... até flutuava....
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"QUE A PAZ ESTEJA COM VOCÊ TAMBÉM"


cid:4.857857182@web110010.mail.gq1.yahoo.com





 
 




terça-feira, 20 de agosto de 2013

Beijos


Beijos

Rodolfo Pamplona Filho

Beijos mil, beijos aos milhões,
beijos aos borbotões...
Beijos doces...
Beijos incessantes...
Beijos aos montes...
Beijos excitantes..
Ou mesmo um beijo analgésico,
para a dor de cabeca sarar...
Eu quero um beijo anestésico,
que me permita descansar...
Eu quero todos os beijos
que você possa me dar...
Eu quero atender todos os desejos
que seu coração clamar...
Eu quero...
e esta será sempre minha diretriz...
Eu quero...
e serei finalmente plenamente feliz...

Santiago/Chile, 28 de junho de 2012.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Querer bem



Querer bem
João Vitor Alves
Queria estar ao teu lado,
Como um amigo ou namorado,
Aprendendo a cada dia,
A amar e ser amado.

Um abraço apertado,
Um olhar de ternura,
Um sorriso no rosto,
Sinal de candura.

Sinto falta de você por perto,
Enquanto grande amiga,
Do certo e do incerto,
Da minha vida.

Você é um exemplo de pessoa,
Torna fácil expressar...
o sinônimo de um ser amável e gente boa.

Não sei se é coisa do destino,
Se essa história possui algum tino,
Sei que o meu viver bem...
já não é mais o mesmo sem você.

Perto ou distante,
No passado ou adiante,
Estarei sempre ao seu lado,
Como um bom amigo ou namorado.

A sua felicidade é o suficiente,
Um querer bem que não se vê,
Se sente!

Salvador, 10 de Setembro de 2012.

domingo, 18 de agosto de 2013

O mais Poderoso Golpe


O mais Poderoso Golpe

Rodolfo Pamplona Filho
Quando você me maltrata
e me joga às traças,
como um brinquedo
que não se quer mais,
eu já não brigo, nem reclamo
e assisto impassível
a indiferença do seu desdém,
esperando um dia
em que eu possa reagir,
não com a violência
dos injustiçados
ou a truculência
dos revoltados,
mas, sim, com a suavidade
de quem ama
e voltou a se sentir amado...
Meu mais poderoso golpe
é e sempre será o meu beijo...

Santiago/Chile, 28 de junho de 2012.

sábado, 17 de agosto de 2013

O que está faltando no texto abaixo?



O que está faltando no texto abaixo?

Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se isto fosse mero ovo de Colombo.
Desde que se tente sem se pôr inibido pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento
Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?
Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.

Descobriu?
Não?
Então aqui vai...

NÃO TEM A LETRA A EM LUGAR NENHUM DO TEXTO! INCRÍVEL!   

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

40 anos


40 anos

Rodolfo Pamplona Filho
Chegar aos quarenta 
é passar do gerúndio 
para o particípio passado;
é deixar de dizer
que está ficando velho,
para ter certeza disso;
é dobrar finalmente 
o cabo da boa esperança, 
chegando na idade 
em que se convence 
que se tem realmente 
mais passado do que futuro...
é quando a melancolia
deixa de ser eventual companhia,
para dar lugar à nostalgia
cada vez mais constante no dia,
sentindo a imensa vontade de viver
algo diferente do que se tem e se é...

Santiago/Chile, 28 de junho de 2012.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Três anos de blog


Estimados

Hoje, não postarei texto poético novo!
Na verdade, esta mensagem é apenas para agradecer todos aqueles que têm acessado o blog, que, hoje, completa três anos consecutivos no ar, sempre com pelo menos um texto novo por dia!
E confesso que nunca imaginei que fazê-lo seria tão prazeroso assim.
Foram muito mais do que postar pouco mais de 365 textos (inicialmente eu postava mais de um por dia)!
Fiz amizades com pessoas que nunca vi ainda pessoalmente, mas que têm compartilhado suas almas e letras comigo. O blog deixou de ser um espaço para publicação exclusiva de textos meus, para se converter em um portal de poesia de todos aqueles que se interessam por este lado bonito da vida...
Quanta gente maravilhosa tivemos a oportunidade de conhecer aqui? Beatriz A.M., Malu Calado, Teca Poetisa de Gaia, Clívia Filgueiras, os juizespoetas (fonte inesgotável de poesia, com tantos nomes que seria indelicado omitir algum...), Sebastião Geraldo de Oliveira, Roseanne Freitas, Darci HF, Renata Rosa Fernandes, Paulo Basílio, Jacyra Ferraz Laranjeira, Lúcio Casado, Erick Quintella, Camila Martins, Camila Martins, Luíse de Santana, Vanessa Bacilieri, entre tantas outras criaturas preciosas que nos enviaram textos e que publicamos com todo prazer!
Por isso, em vez de postar um texto novo, gostaria de convidar você, que já segue o blog ou que está lendo-o pela primeira vez, a futucá-lo um pouco!
Verifique quantos acessos já ocorreram!
Veja quantos seguidores temos! Se você ainda não está lá, nao se acanhe em apertar a opção de "seguir o blog"!
Leia ou releia os textos mais acessados do blog (a relação está do lado direito desta página)!
Descubra os temas mais recorrentes nos marcadores dos temas!
Ajude-nos a melhorar o blog, tanto do ponto de vista da formatação, quanto da escolha dos textos a ser programados para publicação!
Comente aqueles textos que tenham chamado mais a sua atenção!
Além disso, tenho recebido contribuições de diversas pessoas que, quando não mandam poemas seus ou de terceiros, mandam imagens lindas que decoram o nosso espaço. Agradeço, em especial, à amada ex-aluna Amanda de Almeida Santos, que é a responsável pela maior parte das imagens expostas aqui no blog.
Ela, juntamente com outras pessoas lindas, têm me mandado diversas ilustrações que têm renovado o meu ânimo de manter o blog no ar...
Se você, leitor, encontrar alguma imagem legal que possa adornar algum texto já postado, não hesite em nos encaminhar também!
Ter tanta gente maravilhosa perto de mim é bom demais...
E isto me deixou muito feliz...
Feliz aniversário a todos nós!
Abraços a todos,

Rodolfo Pamplona Filho

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Frustração Amorosa


Frustração Amorosa

Rodolfo Pamplona Filho
O fato de você
insistir em amar alguém
não quer dizer
que saiba fazê-la feliz
Nada fica menor
ou se torna pior
porque termina.
Tudo tem sempre
o mesmo tamanho,
não o que se imagina

Santiago/Chile, 26 de junho de 2012.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O que é ser inteligente?

O que é ser inteligente?
(por Isaac Asimov)

Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos.
A média era 100.
Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal.
(Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police)
Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.
Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?
Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.
Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos.
No fim, ele sempre consertava meu carro.
Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico.
Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico.
Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.
Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal.
A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.
Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez.
Ele adorava contar piadas.
Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:
“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?”
Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura.
“Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir”
Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou:
“Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”
“E muitos caíram?” perguntei esperançoso.
“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar”.
“Ah é? Por quê?”
“Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto”
E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.

(tradução livre do original “What is intelligence, anyway?”)

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Vida sem Graça


Vida sem Graça

Rodolfo Pamplona Filho
Fazer aniversário sem comemorar
Ouvir música sem cantar
Dormir cedo no Réveillon
Transar sem fazer som
Ir para New York e não curtir
Broadway ou Central Park
Contar piadas sem sequer sorrir
ou algo que, enfim, marque...
Querer carinho sem receber
Viver como se fosse inevitável sofrer...

Santiago/Chile, 26 de junho de 2012.

domingo, 11 de agosto de 2013

A Boca de Deus


Mensagem do Prof. Pablo Stolze escrita em 14 de julho de 2012

A Boca de Deus
Imagine que para cada súplica que fizéssemos ao Alto, Deus se materializasse em forma de um anjo, e com cada um de nós conversasse, apresentando a solução dos nossos problemas. Isso não é impossível de acontecer. Há homens santos, que diante do seu alto grau de evolução espiritual, conseguem, sim, conversar pessoalmente com Deus.
Todavia, a Sabedoria Divina é infinita.
Afinal, se qualquer um de nós, diante de cada problema surgido, pudesse, pessoalmente, recorrer a Ele para obtermos uma resposta concreta, fisicamente comprovada, para as nossas aflições, a nossa vida perderia sentido.
Viveríamos mais em função da resposta astral do que da real compreensão daquilo que nos aflige. Perderíamos o mérito da busca da solução e o crescimento que deriva de todo o sofrimento purificador da nossa luta. As nossas frontes suplicantes ficariam incessantemente voltadas para cima, para o Alto, esperando o divino anjo portador da resposta esperada, e deixaríamos de enfrentar  aquilo que nos atormenta, esquecendo, até mesmo, da mão amiga do próximo que nos apoia.
Não faz muito, vi uma das minhas filhas tentando desesperadamente engatinhar para pegar um brinquedo que estava a poucos centímetros de si. Minha reação foi imediata. Correr, pegar o brinquedo e entregar-lhe. Mas não o fiz. Pois, se assim o fizesse, o mérito não seria dela. Seria meu. E, em uma próxima vez, ela ainda não andaria, esperaria prostrada, suplicante, a mão do seu pai afastar de si o seu problema. Eu, então, mesmo com o coração apertado, confesso, fiquei murmurando incentivos em seu ouvidinho, e, em poucos segundos, com esforço, ela chegou, sozinha, ao brinquedinho e sorriu.
Deus, certamente, também faz assim. Para o mérito da conquista ser nosso, o sofrimento santificador é o peso da nossa espada.
Não imaginemos, todavia, que, diante das nossas súplicas, Deus permaneça indiferente. A Boca de Deus fala de muitas maneiras. Se o anjo não se materializa, não quer dizer que Deus não ouça e não fale. O Pai fala, por meio de muitas bocas.
Nunca esqueço um fato verídico ocorrido com uma pessoa próxima. Suplicou a Deus durante noites a resposta a um problema. Orou fervorosamente. Talvez haja esperado a chegada de um anjo com uma pronta resposta. Mas ele não lhe apareceu. Um dia, pouco tempo depois, já tendo se desapegado do problema, esperando vez na fila de um telefone público, ouviu parte da conversa do usuário que estava à sua frente. Ficou chocada, em profunda gratidão beatífica. Acabara de ouvir a resposta que esperava, por meio de um estranho, que conversava descontraidamente pelo telefone.
Era a boca de Deus, que fala de muitas maneiras. Por uma voz na multidão, uma frase escrita em uma carta ou no fundo de um veículo, e, principalmente, por meio da nossa intuição.
Porque Deus tudo vê e nunca nos desampara. Nunca duvide.
Bom sábado, meus amigos do coração!
Pablito

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sábado, 10 de agosto de 2013

Apego


Apego

Rodolfo Pamplona Filho
Apego é sofrimento
Possuir vira tormento
Debater-se para manter
o que possui (ou pensa deter).
Arrasar-se por não querer
passar sem algo específico ter
Por isso, para ser feliz,
aprenda a dizer não,
das coisas, abrir mão...
e pare de se debater...
descobrindo o prazer
de finalmente
e simplesmente
viver...

Santiago/Chile, 27 de junho de 2012.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

COMO VAMOS NÓS?



Enquanto ele falava, um Fariseu pediu-lhe que jantasse em sua casa; e Jesus, para lá se dirigindo, colocou-se à mesa. O Fariseu começou então a dizer para si mesmo: Por que não lavou as mãos antes do jantar? Mas o Senhor lhe disse: Vós outros, Fariseus, tendes grande cuidado em limpar o exterior do copo e do prato; mas o interior de vossos corações está cheio de rapinas e de iniquidades. Insensatos que sois! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? (São Lucas, cap. XI, v. 37 a 40).
(...) Não basta, pois, ter as aparências da pureza, é preciso, antes de tudo, ter a pureza do coração. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VIII, 10).

COMO VAMOS NÓS?
Diariamente, utilizamos inúmeras máscaras diferentes para nos alinharmos às exigências sociais às quais o nosso cotidiano nos obriga. No trabalho, na escola, nos cursos... Sempre que há gente observando, somos graciosos, sorridentes, gentis e polidos.
Somos excelentes seres humanos!
Nada de errado com isso, afinal a repetição de um comportamento é que faz o hábito e, se é para nos tornarmos mais tolerantes e toleráveis, além de mais agradáveis em nossas relações interpessoais, não há dúvida de que essa encenação tem algo de positivo. Isto porque, em algum momento, ela fará parte de nós como algo automático, assim como aconteceu em nosso processo de educação, em que tivemos que aprender, por exemplo, a dizer “bom dia” para os outros, até que nos tornássemos capazes de fazê-lo mecanicamente, como robôs bem programados.
A questão, no entanto, é mais profunda. Quando dizemos bom dia para alguém, estamos, dentro de nós, desejando um bom dia para aquela pessoa? Quanto há de sinceridade nesse dizer? Sentimos o coração falar “bom dia” junto com a boca? Quando parecemos graciosos, sorridentes, gentis e polidos, somos o que parecemos ser ou parecemos ser o que ainda não somos?
Somos excelentes seres humanos?
Adolf Hitler, apesar de ter utilizado sua espantável inteligência para atingir finalidades equivocadas, costumava afirmar que a repetição constante de uma mentira acabava por torná-la uma verdade. Se não tivesse razão, não teria conseguido criar um painel tão abominável em detrimento de tantas vidas humanas. Como no exemplo do “bom dia”, os alemães aprenderam, pela repetição de seu ditador, a mentira de que a vida de um judeu tinha valor de nada e, mecanicamente, também como robôs bem programados, eles foram absorvendo um comportamento racista, até que este se tornasse um padrão, uma verdade.
Com base na mesma lógica, isto é, fundamentos mentirosos com jeito de verdade, a Igreja Católica assassinou tantos “hereges” ao longo da história e os homens-bomba são até hoje convencidos de que a Jihad é aplaudida por Alah. Foi assim que os negros e índios se tornaram pessoas “inferiores” aos brancos e alvos de piadas e gracejos inadequados. É assim, também, que a Igreja moderna, isto é, a Mídia, faz com que as massas acreditem, por exemplo, que bebidas alcoólicas são um sinônimo de diversão e expressão da liberdade, que os alimentos industrializados são saudáveis, que remédios alopáticos são a única saída para as “doenças” e que um refrigerante gaseificado de tonalidade escura é gostoso, embora, na realidade, ele tenha gosto de nada.
Esses exemplos são apenas para ilustrar o poder de uma mentira quando repetida insistentemente. Creio que eu tenha me excedido um pouco com eles, mas precisava de um alicerce resistente o bastante sustentar o peso da urgência em que nos atentemos para este tipo particular de mentira, que gosto de chamar de ilusão.
Seja como for, trazendo de volta essa conversa do plano geral ao individual, a verdadeira intenção é gerar a percepção do quanto temos particularmente agido como Hitler, como a Igreja e como a Mídia, guardadas as devidas proporções.
A esta altura, você possivelmente já se sentiu provocado, porque leu, entre outras que grifei, as palavras encenação e mentira e, associando-as com o título deste texto enquanto é comparado com Hitler, viu-se acusado de ser um grande fingido e mentiroso social. Para ser sincero, era isso mesmo que eu queria. E digo mais. Queria também que doesse em você. Se você se sentiu assim, então eu consegui o que queria, afinal a reflexão (e, queira Deus, a mudança) começa justamente neste ponto.
Antes de começá-la, entretanto, devo esclarecer que eu não estou me colocando fora do barco. Em certa medida, somos todos atores sociais e, se escrevo na primeira pessoa, é porque me incluo na história. No entanto, foi a consciência da necessidade de mudar que me impeliu a escrever este texto, de maneira que ele vale para mim também, já que sei que tenho um grande quinhão de sombra para resgatar em meu interior.
Vamos lá.
Quando digo que temos agido como Hitler, quero dizer que temos adotado a mesma ferramenta que ele utilizou, no holocausto, para convencer os alemães da inferioridade que atribuiu aos judeus a fim de dominá-los. Pela repetição da farsa, tentamos fazer a mentira do que não somos soar como se fosse verdade, interpretando papéis de pessoas perfeitinhas e boazinhas que intimamente não conseguimos sustentar. E é assim que, em última análise, conquistamos e cativamos amigos e amores, restando, porém, aquele sentimento íntimo de frustração por sabermos que não somos exatamente como aparentamos ser, sentimento este que procuramos enterrar bem fundo, por vergonha e/ou medo de que ele possa aparecer para nós e/ou para os outros.
É hora, no entanto, de encararmos o espelho.
Isso, naturalmente, não significa que não tenhamos qualquer coisa boa dentro de nós. Claro que temos! O espelho não vai rachar completamente quando resolvermos mirá-lo. Temos qualidades, e muitas, que nos tornam capazes de sinceras atitudes e gestos de amor e compreensão pelo próximo. Creio, inclusive, que o próprio Hitler não foi uma pessoa totalmente ruim e lembro até que um professor que eu tive na faculdade, Rodolfo Pamplona, disse numa aula que o citado ditador certamente teve algum amor em si. Pelo menos por sua mãe... Meu professor chegou a escrever uma poesia sobre isso!
Concordo com ele, afinal não creio que exista uma pessoa essencialmente ruim que seja desprovida de algumas virtudes. Mas penso que, desconsiderando-se as classes de espíritos iluminados, como Sidarta Gautama, Maomé ou Jesus Cristo, não seria correto afirmar que existem pessoas boas sem defeitos e é justo aí onde quero chegar.
Penso que, em geral, somos pessoas essencialmente boas, de modo que este não é mais um texto pessimista sobre a natureza humana. Se fosse, eu poderia ser algo como a reencarnação de Augusto dos Anjos, mas confesso que suas poesias não me agradam um tanto sequer e penso, com todo respeito, que seu sobrenome não condiz exatamente com o conteúdo de sua literatura, porque anjos não costumam ser deprimentes... Mas, voltando ao nosso papo, imagino que você e eu devemos concordar que nós, apesar de sermos boa gente, decididamente não somos perfeitos!
Não podemos, no entanto, comodamente aceitar a postura de eternas Gabrielas (“eu nasci assim, vou morrer assim”) sob o pretexto de que ninguém é perfeito, afinal, ao que tudo indica, estamos aqui para progredir moralmente. Isso é só para enfatizar que a compreensão de que ninguém é perfeito simplesmente não tem o condão de amenizar as faltas que você e eu, por puro comodismo, continuamos a cometer, nem de diminuir os defeitos cuja correção nós teimamos em adiar.
Então, se estamos aqui para evoluir e uma das formas seguras de fazê-lo é trocar os defeitos pelas virtudes, para isso devemos, paulatinamente, fazer um esforço para identificar o que precisa ser transformado em nós. Depois, vamos ter que fazer um esforço maior para mudar o que precisa ser mudado e, só então, poderemos nos candidatar ao posto de anjos e arcanjos.
Até lá, temos um longo caminho, mas o negócio é começar.
Um bom termômetro do que estou dizendo são os nossos lares. Pergunte a você mesmo se em casa, no convívio com os seus, você é o mesmo mocinho ou a mesma mocinha que aparenta ser no seu trabalho! Tão compreensivo, tão atencioso, tão gente boa... Se tiver mais coragem, pergunte em casa quais são os seus defeitos e provavelmente descobrirá que eles são exatamente (ou quase isso) os que você tenta camuflar quando em convívio com pessoas que não moram com você.
Eu te asseguro que isso vai doer, vai te atormentar um pouco e você provavelmente vai tentar fugir da verdade por um tempo. Entretanto, quanto mais rápido você admitir para si mesmo o que descobrir a respeito de si, mais rápido vai entender que a melhor solução se traduz em (ao menos tentar) transformar-se numa pessoa melhor. A responsabilidade é toda sua, mas você pode contar com uma ajudinha vinda do Alto. Falando sério, basta pedir.
Será que sua mãe, seus irmãos, filhos ou cônjuge têm exatamente a mesma opinião que os de fora têm sobre você? Será que eles têm exatamente a mesma opinião que você tem ou que se convenceu de ter sobre si mesmo? Em casa, você consegue sustentar as máscaras de que se utiliza para conquistar a si mesmo e as pessoas ao seu redor? Até quando lhe será conveniente manter as aparências de que se utilizou e as impressões que você suscitou nas pessoas com quem convive? Até quando você suportará enganar a si próprio?
Fingimos, socialmente, ser o que ainda não somos e, de quebra, nos acomodamos com nossa aparência de bonzinhos, como se ela nos bastasse em nossa jornada pela Terra. Assim, deixamos de lado o cuidado que deveríamos ter com quem realmente somos e o compromisso que deveríamos assumir no sentido de nos reformarmos nas partes em que ainda não estamos lá tão bem.
Perdemos, finalmente, uma grande oportunidade de encurtar as distâncias que nos separam moralmente de alguém como Jesus e, enquanto isso, o tempo passa, na medida em que nos habituamos ao teatro ilusório que praticamos diariamente.
O pior é que os maiores prejudicados com essa mentira somos nós próprios, porque, enquanto nos iludimos a respeito de quem somos, desperdiçamos uma grande chance de realizar a tão recomendável reforma íntima para o nosso próprio bem, tendo em vista que isso tudo tem graves reflexos em nossa saúde psíquica, física e espiritual.
Enquanto escrevo, imagino que a reação de boa parte das pessoas, quando em contato com este texto, será iniciar um diálogo íntimo sobre como elas são boas, sobre como não são invejosas, não são ciumentas, como são educadas, amorosas e sobre como eu estou completamente enganado sobre elas.
Faz-se, então, a cena do ego contra o self na forma de milhares de vozes em guerra dentro de si. Que grande e trabalhosa confusão! Sei bem como é, afinal todos os dias eu tenho que matar uma parte do que eu era no ontem, reconciliar-me com parte do homem que fui e que já não me serve mais, reconhecer minha arrogância, minhas fraquezas e defeitos, ressignificar meus medos, tudo em nome de sentir amor com mais pureza. E falo sentir o amor, porque isso é muito mais interessante do que meramente concebê-lo de maneira racional.
E você? Você sente mesmo o amor que diz sentir? Quem é você? Você sabe quem é mesmo você?
Mais uma vez, quero deixar claro que não estou sugerindo que não haja pessoas boas por aí. Se você estiver muito magoado com o que está lendo e acha que de fato está num patamar moral acima da média, isso também é uma possibilidade e então este texto não se lhe aplica. Nesse caso, eu peço perdão e retiro o que disse, afinal, você deve ser alguém como Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce e essa sorte de pessoas evoluídas que, ainda assim, reconheciam em si tantos defeitos...
Caia na real! Se estamos encarnados por aqui, isto é um sinal de que ainda temos muita sombra para transformar em luz. Note que, apesar de ser um lugar bacana, o planeta Terra não é exatamente um paraíso encantado, logo seus habitantes também não são lá essa fofura toda.  Então tome fôlego e olhe para dentro. Você não vai encontrar um poço de enxofre, mas certamente também não mergulhará num puro mar de rosas...
Precisamos encarar a nossa parte que ainda carece de amor e transformação, porque não há meio de mudar enquanto não se reconhece a mudança como algo necessário. Só se busca a cura quando se sabe que a doença existe, não é assim?
Pois bem. Sabe Jesus? Pois é, puro amor, Aquele cara. Por isso mesmo é tão difícil ser como Ele. Mas vou te dizer uma coisa, está aí uma pessoa que vale a pena imitar, mas apenas depois de começarmos o processo de autoconhecimento, fazendo as pazes com nossa sombra e trocando-a, aos poucos, por luz com a força e o auxílio daquilo que já temos de bom. No desenrolar dessa história, quando formos reformar os comportamentos, lembremo-nos das coisas que Ele nos recomendou e vamos, pacientemente, seguindo o seu exemplo.
É assim que não vamos mais precisar encenar ou reproduzir mecanicamente os comportamentos que aprendemos por questões de etiqueta ou teatro social. É assim que poderemos deixar de parecer ser quem não somos, de sorrir de mentirinha ou de elogiar por interesse, passando a ser o que gostaríamos de ser, a agir movidos por amor puro, com respeito por nós mesmos e pelo próximo, passando finalmente a desejar bom dia e sentir sinceramente que desejamos aquilo que falamos...
Isso é emocionante de verdade e eu acredito que as coisas só poderão começar a mudar genuinamente ao nosso redor a partir do momento em que começarmos a mudar por dentro, pois, de fato, o mundo de cada um se apresenta como o reflexo do que se é no íntimo. É por isso que dizem que, para amar alguém, você deve começar amando a si mesmo. Ou, como ensinou Jesus, “Amai ao próximo como a ti mesmo”.
Bem, se a coisa estiver funcionando como planejada, neste momento você deve se perguntar como é possível realizar essa mudança. Mais uma vez, Ele é quem te responde, quando diz para você vigiar e orar. “Vigiai e orai”.
Arrisco-me, aqui, a uma interpretação. Vigiar é observar-se, criar coragem e mirar-se no espelho. Você vai ver que não é tão bonzinho assim e, então, vai precisar orar. Orar é pedir orientação e começar a realizar a mudança, já que, sabendo daquilo que não vai bem, você se vê livre para substituí-lo por algo melhor. Como diz Blandina, minha terapeuta, OIC, observar a ação, identificá-la e corrigi-la. Mas, como em “Speed of Sound”, de Coldplay, “se você não tentar, nunca vai saber” como é bom mudar!
Comecemos o quanto antes. Assim teremos, finalmente, a substituição da mentira pela verdade, do parecer ser pelo ser, processo este que eu gosto de chamar de desilusão.
Tem uma frase do livro “Esteja aqui agora”, do monge budista Ram Dass, que diz que “enquanto ele está ocupado sendo uma lagarta, não pode ser uma borboleta”. Analogicamente, eu diria que, enquanto nós nos mantivermos ocupados fingindo ser o que não somos, jamais seremos o que fingimos ser.
Perguntemos, então, a nós mesmos: Como vamos nós? Este é um bom ponto de partida para a desilusão, em que sairemos do casulo das aparências para o voo do amor cristalino.
Estejamos, pois, atentos e caminhemos confiantes ao próximo nível que nos espera. Em tempos de transição planetária, esta reflexão é o mínimo que podemos fazer em nome do amor, sem o qual nós certamente pereceríamos.
Que Deus nos abençoe e nos oriente no caminho da autotransformação para o bem de toda a humanidade. Que possamos obter a inspiração necessária para realizar nossa tarefa satisfatoriamente e que o amor possa preencher completamente o coração de todos nós, inclusive o de Hitler, onde quer que ele esteja.
Com amor,
Henrique da Silva Ancelmo.
Salvador, 10 de julho de 2012.

Dedico este texto à Sra. Blandina Brito, minha Tia-terapeuta do coração, pela dedicação, cuidados e impagável contribuição que tem dispensado para o meu crescimento pessoal; ao Sr. Artur Barôncio, grande amigo cujos abraços afetuosos e sabedoria muito me alegram e fortalecem os dias; às Sras. Pompéia e Marcela, do atendimento fraterno da FEIS, sempre amorosas e pacientes comigo e meus questionamentos; aos meus amigos da Pós-Juventude Espírita da FEIS e à minha família querida do coração.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Certezas da Vida


Certezas da Vida

Rodolfo Pamplona Filho
Na vida, há mais dúvidas
do que certezas...
Não se sabe quanto tempo se vive,
nem o que se terá às mesas...
Uma convicção, porém,
que todos certamente têm
é que impostos pagarão
e, um dia, morrerão...
Eu, porém, tenho a sorte
de mais uma certeza ter:
que nem terminará a morte
o meu amor por você...

Santiago/Chile, 27 de junho de 2012.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Eu sabia que no fundo você sabia que preciso da poesia


Eu sabia que no fundo você sabia que preciso da poesia
Malu Calado

Por hora,
a minha existência
está suspensa
...na dor.
É necessário
às quatro, querendo imitar
Silvia Plath!
Mas vou armazenar
pensamentos de amor.
Ode às palavras!
Significantes
Lindos, feios, interessantes
Que constroem sujeito
mesmo em leito de fantasia!


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Morte na Estrada


Morte na Estrada

Rodolfo Pamplona Filho
Em cada curva
ou na penumbra,
espreita o desconhecido
ou o mais temido,
que ocorre em um instante 
e o risco de morrer
é tão grande
quanto o de viver.
Cruzes são erguidas
onde cada vida se esvaiu,
para que não sejam esquecidas
por quem ainda não caiu
em cada lance sinuoso
ou cruzamento perigoso
que leva ao nada
ou à morte na estrada.

Farellones/Chile, 27 de junho de 2012.