Paisagem
citadina (Luís Miguel Nava)
A pele
por fulgurantes
instantes
muitas vezes abre-se até onde
seria
impensável que exercesse
com tão
grande rigor o seu domínio.
Não temos
então dela senão rápidas
visões,
onde os reclames
do
coração se cruzam, solitários
e
agrestes, reflectidos
por trás
nos ossos empedrados.
Em certas
posições vêem-se as cordas
do nosso
espírito esticadas num terraço.
A roupa
dói-nos porque, embora
nos cubra
a pele, é dentro
do
espírito que estão os tecidos amarrados.
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