Mensagem do Prof. Pablo
Stolze escrita em 14 de julho de 2012
A Boca de Deus
Imagine que para cada súplica
que fizéssemos ao Alto, Deus se materializasse em forma de um anjo, e com cada
um de nós conversasse, apresentando a solução dos nossos problemas. Isso não é
impossível de acontecer. Há homens santos, que diante do seu alto grau de
evolução espiritual, conseguem, sim, conversar pessoalmente com Deus.
Todavia, a Sabedoria Divina é
infinita.
Afinal, se qualquer um de nós,
diante de cada problema surgido, pudesse, pessoalmente, recorrer a Ele para
obtermos uma resposta concreta, fisicamente comprovada, para as nossas aflições,
a nossa vida perderia sentido.
Viveríamos mais em função da
resposta astral do que da real compreensão daquilo que nos aflige. Perderíamos o
mérito da busca da solução e o crescimento que deriva de todo o sofrimento
purificador da nossa luta. As nossas frontes suplicantes ficariam
incessantemente voltadas para cima, para o Alto, esperando o divino anjo
portador da resposta esperada, e deixaríamos de enfrentar aquilo que nos
atormenta, esquecendo, até mesmo, da mão amiga do próximo que nos apoia.
Não faz muito, vi uma das
minhas filhas tentando desesperadamente engatinhar para pegar um brinquedo que
estava a poucos centímetros de si. Minha reação foi imediata. Correr, pegar o
brinquedo e entregar-lhe. Mas não o fiz. Pois, se assim o fizesse, o mérito não
seria dela. Seria meu. E, em uma próxima vez, ela ainda não andaria, esperaria
prostrada, suplicante, a mão do seu pai afastar de si o seu problema. Eu, então,
mesmo com o coração apertado, confesso, fiquei murmurando incentivos em seu
ouvidinho, e, em poucos segundos, com esforço, ela chegou, sozinha, ao
brinquedinho e sorriu.
Deus, certamente, também faz
assim. Para o mérito da conquista ser nosso, o sofrimento santificador é o peso
da nossa espada.
Não imaginemos, todavia, que,
diante das nossas súplicas, Deus permaneça indiferente. A Boca de Deus fala de
muitas maneiras. Se o anjo não se materializa, não quer dizer que Deus não ouça
e não fale. O Pai fala, por meio de muitas bocas.
Nunca esqueço um fato verídico
ocorrido com uma pessoa próxima. Suplicou a Deus durante noites a resposta a um
problema. Orou fervorosamente. Talvez haja esperado a chegada de um anjo com uma
pronta resposta. Mas ele não lhe apareceu. Um dia, pouco tempo depois, já tendo
se desapegado do problema, esperando vez na fila de um telefone público, ouviu
parte da conversa do usuário que estava à sua frente. Ficou chocada, em profunda
gratidão beatífica. Acabara de ouvir a resposta que esperava, por meio de um
estranho, que conversava descontraidamente pelo telefone.
Era a boca de Deus, que fala de
muitas maneiras. Por uma voz na multidão, uma frase escrita em uma carta ou no
fundo de um veículo, e, principalmente, por meio da nossa intuição.
Porque Deus tudo vê e nunca nos
desampara. Nunca duvide.
Bom sábado, meus amigos do
coração!
Pablito
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