A Paulo e Augusto Padilha
As nossas primeiras pessoas
serão nossas pessoas da vida inteira.
No último átimo - xeque-mate existencial -
essas pessoas lá estarão
na nossa hora derradeira.
E hão de derramar a primeira gota de leite
e a lágrima da força aparentemente bruta
vertida em público aos olhos de cachoeira.
Vão ficar com a gente as mãos do afago quente
ensinadas rentes para a oração: “santo anjo do senhor, meu zeloso guardador”;
“a bênção, meu pai”, “Deus te dê fortuna”.
As nossas primeiras pessoas somos nós primeiramente.
E, quando se vão,
nos deixam um vão
que de joelhos vamos pedir aos pés nos darem as mãos
desses que nos são permanentemente.
Seirabeira
Poema selecionado no Concurso Dia Nacional da Poesia
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