Há muito tempo, muito tempo mesmo,
sentisse uma tristeza ou uma alegria,
brotavam-me da pena, às tontas, a esmo,
rastros de poema, cacos de poesia...
É claro que nem tudo que me vinha
com maior ou menor facilidade,
ao fim e ao cabo, na verdade tinha
a mesma altura, a mesma qualidade.
Mas escrevia. Hoje, bem mais distante
ficou aquilo que era minha meta.
Somente a inspiração rara e inconstante
é que me diz que ainda sou poeta.
Já nem sei bem o que daria agora
para escrever poemas como outrora.
Soneto de Sânzio de Azevedo
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