Não mais uma sonhadora.
Só uma sobrevivente,seguindo adiante.
Como Moisés, vou atravessando meus mares.
Haveria uma outra terra prometida?
Receberia o maná da Igualdade?
Um mundo cujos sobreviventes sejam para além dos humanos?
A humanidade, que aí está, falhou.
Se sangra, sangra e ver sangrar.
Tudo com o mesmo sentir.
Ligamos o módulo: Não tem jeito! Melhor nem ver! Que posso fazer? Eu sei o que é isso!
Tudo igual!
Um mesma frequência!
Uma mesma sintonia!
Agonia.
Dor.
Tudo conforme!
Inconformo, não depositando moedas nas fontes dos desejos.
Sigo apenas
Silente,
Tento não sintonizar as rádios que mitigam um Mundo de dor.
Minha frequência está aí
Nas feridas da Mulher,
Na dor dos Pretos,
Na fome,
Nos hospitais ,
Nos esquecimentos.
Ondas longas, em curtas memórias,
Encapsularam os sonhos dessa vida aqui.
(Negra Luz)
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