(Negra Luz)
No dia que o beija flor encontrou o colibri,
Algo dentro deles mudou,
Todos os sinais foram compreendidos, enfim.
Foi uma grande cartada da vida:
O beija-flor seguia na lida,
Quando bebia um pouco de orvalho,
Na partida, encontrou o seu amor.
O colibri com suas asas agitadas,
Também havia ali parado,
Para matar a sede e recostara
Na pétala de rosa, em que, ao acaso, o beija flor bebeu.
Quando olhou para o céu e viu:
Era o vento do seu amor que chegou
Foi quando o beija flor a olhou,
Seu mundo todo estremeceu,
Sem entender como, em um instante, o amor aconteceu,
Olhou para o beijador e falou:
Loucura esse nosso amor!
Eu um colibri, você um beija flor!
Há tanta diferença entre nós,
Viver é para além dos lençóis!
Foi nesse instante que minha razão se perdeu,
Um beijo de amor ele me deu,
Aí, com surpresa, percebi:
Ele era muito semelhante à mim,
Um lampejo de razão me lembrou
Colibri é sinônimo de beija-flor.
E, sem pensar, meu coração falou:
Bati asas mais rápido que consegui,
Mostrei que estava pronta para partir.
Sorrindo, um buquê de flores ele me ofereceu...
Com água fresca e para perto mim voou,
Versando a mágica daquele momento
E que selaríamos com um juramento:
Voar sempre juntos,
Fazendo do nosso encontro de asas
Diariamente, mais feliz!