quinta-feira, 26 de maio de 2022

Romance forense: O amor em segredo de Justiça






conceda a liminar.

Caso eu a tenha ofendido

Com a inépcia do pedido,

Rogo pelo amor de Deus:

Se me faltou algum tato,

Prenda-me por desacato,

Mas prenda nos braços seus"

Prontamente, a magistrada teria despachado à mão, numa folha sem timbre, aposta dentro de um envelope de insinuante cor rosa, mandado entregar no escritório do advogado.

"Em toda a minha carreira,

Como juíza de direito,

Nunca vi tanta besteira,

Nem tamanho desrespeito.

Minha conduta moral

É lei que não se revoga

Nem com sustentação oral

Debaixo da minha toga.

Por isso, ilustre advogado,

Seu pedido tresloucado

Indefiro nesta liça.

Depois, com a noite em curso,

Fora do expediente,

Eu aguardo o seu recurso.

E que se faça presente,

Mas em segredo de Justiça".


Autor Desconhecido

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