Quando, um dia, terminar
a minha jornada terrena,
quero apenas encontrar
a paz em minha pequena
estrada de férteis encontros,
alguns triunfos e acertos,
mas também de desencontros,
reencontros, derrotas e apertos...
Não quero que os que deixo
disputem os poucos bens
que, com muita luta, conquistei,
mas, sim, que encontrem o eixo
da concórdia e harmonia,
não chorando de barriga vazia,
nem tendo a amarga sensação
de desamparo e solidão,
sabendo que eu tive o cuidado
de deixar tudo organizado,
na consciência de minha finitude,
fazendo tudo que eu pude
para, seguindo minha verdade,
distribuir segundo a necessidade
e justiça de uma partilha em vida
de um patrimônio que perece e rui
pois o que é realmente importante
é herdar o orgulho e a saudade doída
somente de quem, em essência, fui,
não do que eu tive na estante.
Salvador, 08 de dezembro de 2013, tendo dobrar um soneto...
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