Rodolfo Pamplona Filho
Extermínio pela fome.
Quando o desejo de vitória
supera qualquer pudor:
Holodomor
Curitiba, 18 de março de 2023.
Blog para ler e pensar... Um texto por dia... é a promessa... Ficarei muito feliz em ler e saber o que cada palavra despertou... Se você quiser compartilhar um texto, não hesite em mandar para rpf@rodolfopamplonafilho.com.br. Aqui, não compartilho apenas os meus textos, mas de poetas que eu já admiro e de todas as pessoas que queiram viajar comigo na poesia... Se quiser conhecer somente a minha poesia, acesse o blog rpf-poesia.blogspot.com.br. Espero que goste... Ficarei feliz com isso...
Rodolfo Pamplona Filho
Extermínio pela fome.
Quando o desejo de vitória
supera qualquer pudor:
Holodomor
Curitiba, 18 de março de 2023.
Poeta fui e do áspero destino
Senti bem cedo a mão pesada e dura.
Conheci mais tristeza que ventura
E sempre andei errante e peregrino.
Vivi sujeito ao doce desatino
Que tanto engana, mas. tão pouco dura;
E ainda choro o rigor da sorte escura,
Se nas dores passadas imagino.
Porém, como me agora vejo isento
Dos sonhos que sonhava noite e dia,
E só com saudades me atormento;
Entendo que não tive outra alegria
Nem nunca outro qualquer contentamento
Senão de ter cantado o que sofria.
-José Albano
Rodolfo Pamplona Filho
Escaras
Lesões
não raras
de posições
limitadas
em que o corpo
é metáfora viva
dos males que
a acomodação da alma
causa em nossa essência.
Salvador, 04 de abril de 2023.
Bom Jesus, amador das almas puras
Bom Jesus, amador das almas mansas,
De ti vêm as serenas esperanças,
De ti vêm as angélicas doçuras.
Em toda parte vejo que procuras
O pecador ingrato e não descansas,
Para lhe dar as bem-aventuranças
Que os espíritos gozam nas alturas.
A mim, pois, que de mágoa desatino
E, noite e dia, em lágrimas me banho,
Vem abrandar o meu cruel destino,
E terminado este degredo estranho,
Tem compaixão de mim, pastor divino,
Que não falte uma ovelha ao teu rebanho!
-José Albano
Melhor? Impossível
pois fazer o
Melhor possível
já é a missão de vida
Melhor impossível
é a meta
não do otimismo pueril,
mas da postura de vida,
que permite encarar
cada desafio,
um dia após o outro,
aprendendo, a cada momento
a usufruir cada instante
no controle do próprio humor
e na vontade de sentir
a verdadeira essência do Amor
05 de maio de 2023, no vôo para Aracaju.
Na minha terra,
as estradas são tortuosas e tristes
como o destino de seu povo errante.
Viajor,
se ardes em sede,
se acaso a noite te alcançou,
bate sem susto no primeiro pouso:
— terás água fresca para sua sede,
— rede cheirosa e branca para o teu sono.
Na minha terra,
o cangaceiro é leal e valente:
jura que vai matar e mata.
Jura que morre por alguém — e morre.
(Brasil, onde mais energia:
na água, que tem num só destino
do teu Salto das Sete Quedas
ou na vida, que tem mil destinos,
do teu jagunço aventureiro e nômade?)
Ah, eu sou da terra do seringueiro,
— o intruso
que foi surpreender a puberdade da Amazônia.
Eu sou da terra onde o homem, seminu,
planta de sol a sol o algodão para vestir o Brasil.
Eu nasci nos tabuleiros mansos de Quixadá
e fui crescer nos canaviais do Cariri,
entre caboclos belicosos e ágeis.
Filho de gleba, fruto em sazão ao sol dos trópicos,
eu sou o índice do meu povo:
se o homem é bom — eu o respeito.
Se gosta de mim — morro por ele.
Se, porque é forte, entender de humilhar-me,
— ai, sertão!
Eu viveria o teu drama selvagem,
eu te acordaria ao tropel do meu cavalo errante,
como antes te acordava ao choro da viola...
-
Na minha terra,
as estradas são tortuosas e tristes
como o destino de seu povo errante.
Viajor,
se ardes em sede,
se acaso a noite te alcançou,
bate sem susto no primeiro pouso:
— terás água fresca para sua sede,
— rede cheirosa e branca para o teu sono.
Na minha terra,
o cangaceiro é leal e valente:
jura que vai matar e mata.
Jura que morre por alguém — e morre.
(Brasil, onde mais energia:
na água, que tem num só destino
do teu Salto das Sete Quedas
ou na vida, que tem mil destinos,
do teu jagunço aventureiro e nômade?)
Ah, eu sou da terra do seringueiro,
— o intruso
que foi surpreender a puberdade da Amazônia.
Eu sou da terra onde o homem, seminu,
planta de sol a sol o algodão para vestir o Brasil.
Eu nasci nos tabuleiros mansos de Quixadá
e fui crescer nos canaviais do Cariri,
entre caboclos belicosos e ágeis.
Filho de gleba, fruto em sazão ao sol dos trópicos,
eu sou o índice do meu povo:
se o homem é bom — eu o respeito.
Se gosta de mim — morro por ele.
Se, porque é forte, entender de humilhar-me,
— ai, sertão!
Eu viveria o teu drama selvagem,
eu te acordaria ao tropel do meu cavalo errante,
como antes te acordava ao choro da viola...
-Jáder de Carvalho
Meu filho é uma foto do passado
ou um retrato do presente
que eu não tenho mais contato
Meu filho é uma lembrança feliz
ou uma saudade doída
que não virou cicatriz
Meu filho é um sonho realizado
ou um pesadelo persistente
de algo que foi mudado
Meu filho é uma antiga esperança
que me fez chorar criança
quando entrei em sua dança
Meu filho é tudo que um dia projetei
sabendo que os filhos são obra
de um destino que nunca controlei.
Recife, 12 de maio de 2023.
Meu olhar é um lampião,
vertendo, em luz dolorida,
toda uma velha paixão
na esquina da tua vida.
-Jáder de Carvalho
Rodolfo Pamplona Filho
Não existe nada melhor
do que acordar tocando você
Transar até esvair em suor
Gozar até não mais poder
Sentir seu corpo firme
pesando sobre o meu
Beijar intensamente
cada pedaço seu
Abraçar forte pelas costas
Gemer escandalosamente
Enroscar-se infinitamente
Descobrir minhas respostas
da busca da juventude:
amar o máximo que pude!
Salvador, madrugada de 8 de maio de 2023.
No casarão vazio...
Uma canção triste
Esquecida numa vitrola,
Despertou a nostalgia.
E o vento...
Inventou de trazer lembranças.
-J. Anderson
Rodolfo Pamplona Filho
Pais erram
quando falam
de seus filhos
para quem
eles não querem que saiba
Pais erram
quando mostram
imagens do passado
que eles têm vergonha
de ser vistas
Pais erram
quando elogiam
os feitos de qualquer ordem,
pois nem sempre quem faz
quer que os outros saibam
Pais erram
quando sonham
um futuro melhor
que seu presente,
pois filhos farão seu próprio caminho
Pais erram
sempre
de forma contundente
mas sempre,
sempre mesmo,
querendo acertar.
Aracaju, 14 de maio de 2023, dia das mães.
Eu já te disse
ele é um passarinho lento
toda manhã em nossa janela,
não lhe preste qualquer atenção,
para não criar nenhuma dependência,
pois um dia ele se acabará
como tudo nesta cidade se consome,
sobretudo, quando se sabe,
não é um pássaro,
mas um brinquedo de corda,
proferindo-se a senha,
um estranho gorjeio
sai do mecanismo
querendo comunicar-se,
toda a vez que se vira a manivela.
(Pantomimas e Animação, 1989)
-J. B. Sayeg
Rodolfo Pamplona Filho
Ela escreve... na multidão!
um trecho de crônica, uma canção
um testamento, uma confissão
Isso não importa,
e sim que
Ela escreve... na multidão!
um conto, um verso ou um recado
talvez uma carta para o namorado
Isso não importa,
e sim que
Ela escreve... na multidão!
um bilhete, um sonho, uma imagem
um desejo escondido, uma mensagem
Isso não importa,
e sim que
Ela escreve... na multidão!
uma prece, um poema ou um recado
quem sabe um segredo há muito guardado
Isso não importa,
e sim que
Ela escreve... na multidão!
Tomo cuidado para não perturbá-la
e, à distância, fico a amá-la,
mas...
Isso não importa
e sim que
Ela escreve... na multidão!
(22.01.92)
Os olhos mecânicos do melro
eram as únicas coisas que se moviam
na sala. O quadro de Paul Klee desenhava
movimentos de um anjo,
eram movimentos eternos, insatisfatórios
porque não eram efêmeros resolúveis
numa fração de segundo. Os olhos porém
eram ágeis, falavam, escutavam, eram olhos
indagadores. Eu mesmo me imobilizei apavorado
perante aqueles movimentos rápidos e impacientes.
Sentei-me na cadeira de grande espaldar
defronte à escrivaninha. Dobrei a página,
deixando o marcador indicando-me a leitura
interrompida. Os olhos se detiveram,
por um instante. A seguir, desesperadamente
recomeçaram seus inteligentes movimentos.
(Pantomimas e Animação, 1989)
-J. B. Sayeg
Rodolfo Pamplona Filho
Na vida,
carreira
ou vocação…
Em tudo
que se exige
um Não
Eu e meu pai
Eu e meu filho
O Mestre
e o discípulo
Freud e Jung
Husserl e Heidegger
Adorno e
Enzensberger
Junto da sombra
de uma grande árvore ,
uma nova árvore
não pode crescer
A força gravitacional
de uma estrela
atrai a ponto
de absorver
É preciso constituir-se,
crescer
Tornar-se Estrêla.
Sol,
Árvore
E novo ser
Natal, 19 de maio de 2023.
Na sala de jantar
um pouco acima
da cristaleira
o capacete da revolução.
E bem ao lado da terrina
de louça clara adornada
com frutos levemente esmaltados
o pente de balas de fuzil
espetava o dourado ocre do metal.
Foi quando olhei para a rua
e uma bandeira inflava levemente
ao ruflar de longínquos tambores.
Outra vez olhei para o interior
onde as mulheres costuravam.
Pude constatar que o verde
realmente era uma cor
muito forte.
(Cavalos ao Sol, 1982)
-J. B. Sayeg
Rodolfo Pamplona Filho e Sebastião Marques Neto
Cada um dá o que o tem
E eu só tenho amor pra dar
Na poesia não há precisão
Só a razão precisa
Cada um cala a sua dor
E eu não tenho mais o que chorar
Sem poesia não há solução
Leva essa mágoa nas ondas
Salga a lua e o mar
Cada um ora pelo que crê
e eu só creio que vale amar
Na oração não há precisão
Só a alma precisa
Cada um exorta a sua dor
E eu não tenho mais o que clamar
Sem poesia não há solução
Leva essa mágoa nas ondas
Salga a lua e o mar
Cada um chora pelo que vê
e eu só vejo quem quero amar
No desejo não há precisão
Só o coração precisa
Cada um consola a sua dor
E eu não tenho mais o que esperar
Sem poesia não há solução
Leva essa mágoa nas ondas
Salga a lua e o mar
No vôo de Salvador para Natal, em 18 de maio de 2023.
Caso eu a tenha ofendido
Com a inépcia do pedido,
Rogo pelo amor de Deus:
Se me faltou algum tato,
Prenda-me por desacato,
Mas prenda nos braços seus"
Prontamente, a magistrada teria despachado à mão, numa folha sem timbre, aposta dentro de um envelope de insinuante cor rosa, mandado entregar no escritório do advogado.
"Em toda a minha carreira,
Como juíza de direito,
Nunca vi tanta besteira,
Nem tamanho desrespeito.
Minha conduta moral
É lei que não se revoga
Nem com sustentação oral
Debaixo da minha toga.
Por isso, ilustre advogado,
Seu pedido tresloucado
Indefiro nesta liça.
Depois, com a noite em curso,
Fora do expediente,
Eu aguardo o seu recurso.
E que se faça presente,
Mas em segredo de Justiça".
Autor Desconhecido
Rodolfo Pamplona Filho e Sebastião Marques Neto
Descarte o seu usado
no meu terreiro
de tudo fica um pouco
eu posso aproveitar
Águas pesadas
não movem moinhos
Desobedeça ao mestre
de noite, todos os gatos são pardos
Quem ama diz o que quer
quem se deixa prender
para sempre
no peito trará paixão
de grão em grão
é que se engasga feio.
Descarte o seu usado
no meu terreiro
de tudo fica um pouco
eu posso aproveitar
do pão fica o centeio
eu posso triturar
e da mágoa profunda
não quero me lembrar.
Quem tem boca
vai à Roma e ao dentista,
pois, de cavalo dado
não se olha os dentes na pista
Quem não chora não mama, nenen:
Mulher sem sorte com homens
não sabe a sorte que tem.
Descarte o seu usado
no meu terreiro
de tudo fica um pouco
eu posso aproveitar
A fé remove montanhas,
mas prefiro dinamite
Achado não é roubado,
quem perdeu foi relaxado.
A prática leva à perfeição,
menos na roleta russa, meu irmão!
Em terra de cego,
quem tem um olho é o rei da feira:
A esperança é a última que morre
e minha paciência é a primeira.
No vôo de Salvador para Natal, em 18 de maio de 2023.
Rodolfo Pamplona Filho
O combinado
é o esperado.
O combinado
não é surpresa,
pois o combinado
põe as cartas na mesa.
O combinado
não se impõe,
pois quem combina,
de verdade,
só quer realizar
a sua vontade.
O combinado
não deve doer,
pois já se sabe
o que deve ceder,
para poder realizar
o que se pretende
realmente concretizar.
O combinado
tem o preço
que se aceitou.
O combinado
não é caro,
nem barato,
seja na vida
ou no processo.
O combinado
é a certeza
de que se pode crer
na palavra alheia.
O combinado
é a prova inequívoca
de que se pode
cogitar seriamente
em ser civilizado.
Salvador, 24 de outubro de 2021.
(Negra Luz)
Meu caqueiro hoje parecia algo dizer.
Olhei de cima para baixo,
Girei o, para melhor percebê-lo,
Havia algo a aprender.
Palmas secas sobre o descanso da terra,
Palmas maiores, mais antigas, talvez,
Arqueando suas astes,
Com beleza,
Em um sucumbir às ações de Tempo.
Do tempo passado,
Do tempo presente,
Do tempo futuro,
Do tempo impensado.
Do tempo que não queremos ver.
Ao lado dessas astes mais amadurecidas,
Outras.
No apogeu da vida desfilavam,
Guiadas pela luz do sol.
Beleza!
Era o ballet da vida, permitindo as estações.
Em destaque, com quase todas as folhas fechadas,
Ainda em desalinho,
Num verde de quem começa a viver as primeiras primaveras,
Uma palma tirou-me palmas do olhar!
A beleza da juventude,
Uma luz a mais naquele caco de plantas sobre a mesa.
Nele, lições:
A integração entre os tempos da vida,
A harmonia entre o ontem, o agora e o depois,
A alternância entre o novo, o maduro e o antigo,
O equilíbrio entre o nascer, crescer, amadurecer...
E, um dia, descansar...
Todos...
Um dia.
Rodolfo Pamplona Filho
A mado por todos e todas,
L ider inconteste do Ibdfam da
B ahia de todos os Santos,
E xperiente na lida jurídica
L iderança Associativa
T ransita em várias áreas
O cara, sem sombra de dúvida!
R aimundo Francisco e Julieta Gomes
A mados pais de saudosa memória,
I lustre apreciador de whisky e caminhadas
M ilhares de coisas gostar de comprar
U m monte de papos a conversar
N as feiras que ama frequentar
D o interior que viaja com prazer
O nde se sente à vontade em seu bem-querer
G osta de tudo que é bom
O nde passa, faz amigos
M estre das comidas pesadas
E na maniçoba, feijoada
S arapatel, dobradinha e moqueca
D omina como poucos a arte de viver
O rgulho de ter nomeado o fórum das famílias
S ensação de dever cumprido com excelência
S ocializar é a sua característica inerente
A marca sua deixou
N a história do IBDFAM
T odos e todas assim reconhecem
O referencial para
S empre registrado
Salvador, 02 dezembro de 2021
Fortuna ou azar.
Amor ou rancor.
Alegria ou tragédia.
Caos ou Harmonia.
Deusa Romana.
Valores e poemas medievais,
Da coletânea Carmina Burana
Hoje não se encontram mais?
A música pode ser clássica.
Mas a roda da fortuna hoje,
Ainda causa grande furor.
Assim, todo cuidado com a álea.
Não se deixem enganar:
Ter sorte ou azar,
Na vida, na saúde ou no amor
Não é questão só de destino.
(Paulo Basílio – 24/09/2020)
Rodolfo Pamplona Filho
O que ocorreu
pode iluminar
a desconhecida estrada
de um novo caminhar
como a saber
a rota tomar,
se antes alguém
não veio desbravar
a floresta da incerteza,
o que se por à mesa
e a dúvida inata
à qualquer indecisão?
Saiba: “o dia precedente
é o mestre do dia seguinte”
e o porvir, do presente,
é a mais bela lição.
Salvador, 24 de outubro de 2021.
(Negra Luz)
Me diga que não precisa pensar na vida.
Me diga que não precisa pensar em você.
Se a resposta certa é o que espero,
Então me diga que pensa na água,
Ela está em você.
A água está em em mim
Está em você.
Sem ela, a fonte da vida é rio que seca.
Ressecam-se a fauna e a flora
E todo viver.
Oxum e Yemanjá tem seus filhos
E abençoam com água
Salgada ou doce,
Abençoam o nosso viver.
Se tens fé nas Águas,
Da água deve cuidar,
Pensar nas nascente,
Nos mares
E nas suas vidas.
Em não poluir, revitalizar,
Proteger o que temos
Rever desperdícios e perdas ajudam a resolver.
Se já bebeu água com sede,
Sabe o que é não ter...
Por um segundo e urgimos sem ela.
Imagine o pior dos mundos sem a ter!
Me diga que não precisa pensar na vida.
Me diga que não precisa pensar em você,
Se a resposta certa é o que espero,
Então me diga que pensa na água,
Ela está em você.
Rodolfo Pamplona Filho
Em Manhattan
ou Gotham,
há mais afinidade
do que distância,
nos amores líquidos
e frígidos,
nos tempos fluidos
e imprecisos,
nas sociedades frágeis,
que se desfazem
no ar ou no mar…
Salvador, 09 de junho de 2021.
você pode decidir não bater
e pode também decidir não apanhar.
Você de repente percebe
que para vencer, vencer de verdade,
todos precisam ganhar.
Fazer o que é melhor para si,
Adam estava incompleto.
Fazer o que é melhor para si e para o grupo
E quando todos estiverem satisfeitos
Encontraremos um equilíbrio perfeito.
Nash já sabia.
Isso também é jogo, é luta diária
Quem disse que seria fácil?
Bater até cansar...
Apanhar até morrer...
Mas, e coletivizar para viver?
Agora é hora de praticar.
Vem, vamos nos preparar.
Juliana Guanaes
Rodolfo Pamplona Filho
Com a flauta de Pan,
ligados a Baco
ou Dionísio,
perturbando a paz
e trazendo alento
a quem nada
quer mais…
Salvador, 09 de junho de 2021
(Negra Luz)
Com o melhor cheiro que já senti,
Com a comida mais gostosa que comi,
Com o banho mais bem tomado que tomei ,
Com o sermão mais pujante que ouvi
Também, com o melhor conselho,
Com a palavra mais sábia,
Com o provérbio mais significativo,
Com a frase que ficou
E, assim era, com o mais inebriante sorriso,
Com o olhar mais profundo,
Com o abraço que mais me aqueceu,
Com o beijo de mais abnegado amor
Minha mãe me marcou com tudo,
Que traduzia seu amor.
Eu sigo e, nas marcas em mim,
Reencontro tudo de bom que Mainha deixou!
Rodolfo Pamplona Filho
Aquele que produz muito:
rico, fecundo,
feraz, prolífero,
opimo, úbere,
verdadeiramente profícuo.
A prole é
de descendência,
mas não somente
de filhos da
genética ascendência:
livros, poemas, vídeos,
tudo que comportar
um esforço a direcionar!
O prolífico gera prole
não por prepotência
ou egocentrismo,
mas por acreditar
que esta é a forma
de contribuir
para a posteridade,
pois a mais pura verdade
é que uma alma fértil
tem a viva necessidade
de compartilhar seus frutos
com toda a humanidade.
Salvador, 07 de fevereiro de 2021.
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles