Corvos num campo de trigo
medem a extensão do silêncio,
este silêncio que é vácuo,
este silêncio inimigo.
Voam com asas quebradas
sob um sol limpo de vidro,
num céu deserto de tudo,
dentro de um vento infinito.
Quem pode ver na paisagem,
nesta paisagem calada,
algo que cale o presságio?
Corvos num campo de vidro
(corvos num campo de neve),
neste silêncio há um tiro.
Marco Polo
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