Constatei hoje -
não sem um certo prazer - que
Como todos os “anormais”, sou diferente,
Incômoda,
mas indispensável.
Mais que igual,
o meu “ser normal”
é estar onde não se deve,
contra a corrente é o meu natural.
Só assim, sei onde estou e o que faço.
Só no pano verde
no rolar dos dados,
é que cumpro meu destino.
A contabilidade bem feita
nota por nota,
me confunde e deprime,
rodando em torno de um eixo que ignoro
e me apaga.
Só os grandes círculos me satisfazem.
Só andando às cegas, chego ao ponto.
Fazer o que, se Deus fez assim?
Rir de mim, absurda
entre normais
Só entre os absurdos, encontro iguais.
Enquanto arregaço as mangas para a próxima
Enquanto a vindoura e a que nem vislumbro
Só na desigualdade posso ser igual.
Maria Maroca
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