Heitor Ferraz Mello
Minha casa é um refúgio
De noite
quando o sono não chega
vou até o portão para fumar um cigarro
O homem protegido
sob uma pequena marquise de uma garagem
fala sozinho
igual ao meu filho quando brinca
O homem imita conversas
e revolve uma sacola de supermercado
Afasto-me do poema que os olhos espiões
poderiam indicar
Refugio-me entre artigos da casa
Aquele homem sob a marquise
permanece inabordável
Nenhum comentário:
Postar um comentário