sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Miliciana da poesia

 




Negra Luz


Sem receio anuncio:

Uma miliciana me tornei!

O crime para mim permitido

É extorquir do meu Português

Amplificadores da minha alma

Para as emoções dar voz e vez


Associada a outras

Que muito antes de mim

Se aperfeiçoaram no iter

Sobre rimas de festim

Festejo a minha escolha

Quando a este delito aderi


Mais fácil seria o Mundo

Se todos pudessem desferir

As rimas certeiras e cortantes

Que passei a redigir

Encriminando minh'alma

Certeza, nada errado cometi.


Se há dor, a palavra consola

Quando, raiva, na estrofe deságua

O temor a poesia apreende

E, no outro dia,

O máximo que o jornal anuncia

A notícia arrepia: Ela sorri!'


Pacificada no meu sentir

Tributos ti imponho, quando leres a mim

Sentir-se leve... Quiçá! Feliz.

Guardando provas: indícios do que cometi

Crimes que compensam

Assim eu os assumi.



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