segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Mágoas

 


 






Há quem prefira


vender uma amizade


por um cachê artístico;


desprezar um amor puro


por ouvir a opinião de uma prima;


desprestigiar o trabalho alheio


para tentar se auto-afirmar;


esquecer uma fraternidade solidária


para soar de vítima da situação;


humilhar com ar de superioridade


a efetivamente investigar o ocorrido;


tripudiar a imagem de colegas


para posar de voz da maioria;


blefar descaradamente e sem pudor


do que aceitar ajuda desinteressada;


ignorar a presença e o cumprimento


em vez de tentar um diálogo honesto;


fazer troça da desgraça alheia


para se sentir aceito no grupo;


perseguir incansavelmente


por não tolerar o diferente;


jogar fora a chance de fazer o Bem,


para se deleitar com seu veneno...




Isso só gera mágoa,


que vira raiva,


até se converter,


se houver o remédio


do esquecimento,


em profunda indiferença,


mesmo sendo cicatriz,


que não se apaga,


para ensinar


em quem vale confiar...




Pamplona, 03 de outubro de 2012, pensando sobre o passado...

Nenhum comentário:

Postar um comentário