segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Saudade

Saudade

Rodolfo Pamplona Filho

A cada minuto que passa,
convenço-me ainda mais
de que a vida é esparsa
e que esse amor não é fugaz

O convívio a que estamos acostumados
tem se modificado naturalmente:
os abraços não são os mesmos
nem os beijos, naturalmente

As horas penam em passar...
quem teve essa maldita idéia
de o tempo contar?
Com certeza não padeceu de amar.

Definitivamente,
minha vida não é mais normal
desde que você, em minha mente,
surgiu como alguém especial.

Não consigo sequer imaginar
como seria viver sem você...
não posso sequer cogitar
a possibilidade de perder...

Como eu gostaria de ter tido você
antes de tanta coisa acontecer...
Talvez eu fosse alguém diferente
e teria vivido mais contente (e caliente...)

pois você trouxe significado
ao que era apenas rotina...
Como é bom estar apaixonado
por alguém que ninguém imagina

por ser tão diversa de mim
para quem só vê casca e nuvem,
mas que, no íntimo, não há fim
para as semelhanças que nos unem.

Hoje, eu quero me sentir rejeitado...
não quero ser tocado ou beijado...
quero apenas um copo de vinho
que me faça esquecer o passado...

Por que?
porque, me sentir bem hoje, ninguém mais faria...
...só a saudade me mataria...
...só seu abraço me curaria...
Praia do Forte, 17 de outubro de 2010.

4 comentários:

  1. Ai, as paixões secretas, platônicas, anônimas! Prisão que liberta!

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  2. O amor é uma prisão que liberta sempre, querida...
    Beijocas saudosas,
    RPF

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  3. Sabias palavras mestre...o amor liberta os que amam e os que são amados e nas formas mais inimagináveis...!

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  4. Oi, Amanda!
    É a mais pura verdade!
    E sobre este poema, tenho o prazer de informar que ele está sendo musicado e está ficando lindo...
    Bjs,

    RPF

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