Atraverssiamo
Rodolfo Pamplona Filho
Fiquei angustiada
ontem a noite...
Vi-me no filme com você...
a velha história dos "desaparecidos"...
Viajar, conhecer outros lugares,
sempre ao seu lado e de forma leve...
acho que nós nos divertiríamos
até mesmo pelo prazer de estarmos juntos...
Você, metódico
e eu, completamente louca...
bagunçando seu dia.....
"dolce fare niente"...
essa é a nova lei...
Uma coisa é certa.
Nunca me senti tão dependente
de alguém como estou com você,
no sentido bom da palavra.
Eu respiro você, sinto você, sonho com você,
durmo com você, acordo com você...
Para não pirar,
apenas penso que,
se a vida nos deu esse presente,
é porque gostamos de viver e,
com certeza, ela quer que fiquemos juntos...
senão tudo já tinha sido o suficiente
para a nossa separação...
"a vida gosta de quem gosta dela"...
ouvi isso ontem no filme
e sorri sozinha,
pois achei perfeito para nosso amor...
Vamos viver bem...
mesmo que dessa forma meio tortuosa.
Não vamos complicar, nem cobrar...
simplesmente vamos viver juntos.
Felizes e plenos
por termos um ao outro.
A angústia faz parte para ambos...
é uma doença recorrente....
mas essa dor, essa doença,
sempre terá remédio.
E quando a saudade apertar
saberemos como achar um jeito de resolver...
E sabe porque parece
que estamos há muitos anos juntos?
Porque, na verdade, isso tudo que sentimos
foi sempre o que desejamos...
Então não nos parece que
esse sentimento seja atual ou efêmero...
Eu estou disposta a arriscar...
a me machucar,
a sofrer de saudade,
a amar com lealdade,
a ser sua até morrer...
mesmo que você arranje outras,
que você deixe de me amar
e me querer perto,
que você fique puto comigo
quando eu estiver com TPM...
mesmo sem alternativas concretas
de vivermos fisicamente colados....
eu quero viver com você....
"... atraverssiamo ..."
Salvador, 14 de outubro de 2010.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa, deu ate vontade de um amor instigante agora, de alguem que bagunce de maneira saudavel e gostosa os nossos dias, ja contrario desse tipo de bagunca assassinaria qualquer prazer, calor. Esse poema gera abanos.Muito lindo!
ResponderExcluirFico feliz com isso, amada Amanda!
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