sábado, 10 de setembro de 2011

Amar... um sentimento indefinido (texto de Augusto Schimanski - 1928/1973)

Amar... um sentimento indefinido (texto de Augusto Schimanski - 1928/1973)

Muitas vezes pensamos que amamos... mas simplesmente sentimos emoções que não se descrevem como amor de verdade, apenas emoções, ilusões de amar...
Já se falou tanto em amor, amizade e paixão...
Que tal falarmos do que não é amor???
*Se você precisa de alguém para ser feliz, isso não é amor. É carência.
*Se você tem ciúme, insegurança e faz qualquer coisa para conservar alguém ao seu lado, mesmo sabendo que não é amado, e ainda diz que confia nessa pessoa, mas não nos outros, que lhe parecem todos rivais, isso não é amor. É falta de amor próprio.
*Se você acredita que "ruim com ela(e), pior sem ela(e)", e sua vida fica vazia sem essa pessoa; não consegue se imaginar sozinho e mantém um relacionamento que já acabou só porque não tem vida própria - existe em função do outro - isso não é amor. É dependência.
*Se você acha que o ser amado lhe pertence; sente-se dono(a) e senhor(a) de sua vida e de seu corpo; não lhe dá o direito de se expressar, de ter escolhas, só para afirmar seu domínio, isso não é amor. É egoísmo.
*Se você não sente desejo; não se realiza sexualmente; prefere nem ter relações sexuais com essa pessoa, porém sente algum prazer em estar ao lado dela, isso não é amor. É amizade.
*Se vocês discutem por qualquer motivo; morrem de ciúmes um do outro e brigam por qualquer coisa; nem sempre fazem os mesmos planos; discordam em diversas situações; não gostam de fazer as mesmas coisas ou ir aos mesmos lugares, mas sexualmente combinam perfeitamente, isso não é amor. É desejo.
*Se seu coração palpita mais forte; o suor torna-se intenso; sua temperatura sobe e desce vertiginosamente, apenas em pensar na outra pessoa, isso não é amor. É paixão.
Agora, sabendo o que não é amor, fica mais fácil analisar, verificar o que está acontecendo e procurar resolver a situação...
Ou se programar para atrair alguém por quem sinta carinho e desejo; que sinta o mesmo por você, para que possam construir um relacionamento equilibrado, aí sim, este é o verdadeiro e eterno amor!!!
Meu pai disse-me um dia:
“Filho... você terá três tipos de pessoa na sua vida:
- Um amigo, aquela pessoa que você terá sempre em grande estima, que você sabe que poderá contar sempre; que bastará você insinuar que está precisando de ajuda e a ajuda está sendo dada;
- Uma amante, aquela pessoa que faz o seu coração pulsar; que fará com que você flutue e nada importará quando vocês estiverem juntos;
- Uma paixão, aquela pessoa que você amará, desejará incondicionalmente, às vezes nem lhe importando se ela lhe quer ou não, e talvez ela nem fique sabendo disso.
Mas, se você conseguir reunir essa três pessoas numa só - pode ter certeza, meu filho: - Você encontrou a felicidade."

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Justiça do Trabalho, 70, é a mais procurada pelos brasileiros

 
 

Justiça do Trabalho, 70, é a mais procurada pelos brasileiros

1 de maio de 2011

Claro Jansson/Domínio Público
Vargas criou Justiça do Trabalho para evitar conflitos, mas demanda de processos só cresce


William Maia
“A Justiça do Trabalho, que declaro instalada neste histórico 1º de Maio, tem essa missão: cumpre-lhe defender de todos os perigos nossa modelar legislação social-trabalhista, aprimorá-la pela jurisprudência coerente e pela retidão e firmeza das sentenças”. Com essas palavras, no ano de 1941, o então presidente Getúlio Vargas declarava a instalação formal e definitiva da Justiça do Trabalho no Brasil, em um discurso no estádio de São Januário, no Rio de Janeiro.
Setenta anos se passaram e os fóruns trabalhistas se tornaram o principal meio de solução dos conflitos entre patrões e empregados, fazendo com que essa seja a principal fonte de demandas levadas à Justiça pela população. Os dados são da pesquisa “Características de Vitimização e do Acesso à Justiça no Brasil“, feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), com base em dados da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada em 2009.
Leia mais no especial 70 Anos da Justiça do Trabalho:
Vargas criou Justiça do Trabalho para manter tensão entre patrão e empregado sob controle
Entrevista: Aos 93 anos, criador da CLT continua na ativa

Nos anos 20, galantear mulher de colega dava demissão por justa causa
Segundo a pesquisa, dos 12,6 milhões de entrevistados que disseram ter recorrido à Justiça recentemente, 23,3% procuraram a Justiça do Trabalho em busca de solucionar problemas em relações de emprego ou trabalho.  Na seqüência, aparecem os processos envolvendo o direito de família (22%) e as questões de direito criminal, com 12,6% dos conflitos. A pesquisa se refere apenas aos processos iniciados por pessoas físicas, não entrando no cálculo as ações propostas por empresas ou pelo Poder Público.
Anualmente, as 1.378 Varas do Trabalho (1ª instância), os 24 TRTs (Tribunais Regionais do Trabalho) e o TST (Tribunal Superior do Trabalho) recebem cerca de 3 milhões de processos, distribuídos a pouco mais de 3.200 magistrados, segundo informações do sistema Justiça em Números, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). É praticamente o mesmo número de processos que se arrastam na fase de execução, quando o trabalhador efetivamente recebe os valores reconhecidos pela Justiça Trabalhista, e não há mais possibilidade de recursos da parte contrária.
Cara e congestionada
Apontada por alguns como um fator de cidadania, fruto do aumento do acesso à Justiça por cidadãos mais conscientes de seus direitos, o crescimento do número de processos trabalhistas pode ser, na verdade, um grande problema. Para o jurista Almir Pazzianotto, ex-presidente do TST e ex-ministro do Trabalho (Governo Sarney), a crescente litigiosidade na Justiça do Trabalho vai contra o ideal de conciliação pretendido por Vargas com a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), e reflete o enfraquecimento da representatividade dos sindicatos.
William Maia
Litigiosidade intensa não é boa para cidadania, diz ex-ministro
“O melhor argumento contra a idéia de que essa sobrecarga de processos, essa litigiosidade intensa, é uma coisa boa para a cidadania é o fato de que o processo demora”, diz Pazzianotto. “O que a CLT almejou foi uma audiência de conciliação que resolveria o problema, não um processo que se arrasta por anos e anos. O atulhamento do Judiciário Trabalhista não é uma vaga idéia, é uma realidade, que exige a todo momento um maior número de juízes, um maior número de tribunais, um maior número de prédios, um maior número de funcionários, sem se resolver o problema da morosidade”.
O ex-ministro, que foi advogado do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante as históricas greves dos anos 70 e 80, afirma que os trabalhadores recorrem mais à Justiça porque houve um processo de distanciamento e elitização das representações sindicais. “Para que existem os sindicatos? Para levar tudo à Justiça do Trabalho na forma de processo? Não. O sindicato existe para atuar no interior das empresas a fim de evitar, tanto quanto possível, a ação judicial”.
Pazzianotto admite, porém, que a Justiça Trabalho teve papel importante na evolução das relações laborais no Brasil. “Sem ela, a situação, obviamente teria sido muito pior, porque ela de alguma forma exerceu um papel educativo. Quando eu comecei a advogar, em São Paulo, há 50 anos atrás, o clima nas empresas era, em geral, de opressão. As empresas ainda não tinham aprendido a reconhecer a importância do trabalho humano”.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Mude

" Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem
despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !

Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!!!! "



*Há muitas referências na internet apontando a autoria desse poema "MUDE" como sendo de Clarice Lispector, mas o correto é a autoria do poeta Edson Marques. Este já defendeu a autoria da poesia e há o registro na Biblioteca Nacional, livro 534, sob o número 294.507.
http://www.dihitt.com.br/barra/mude-clarice-lispector

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Soneto do Desejo Masculino

Soneto do Desejo Masculino

Rodolfo Pamplona Filho
Todo homem quer uma Deusa,
que seja uma lady na rua e na mesa
e com a qual tenha a certeza
de que não terá bola presa.

Todo homem quer uma Prostituta,
que não tenha pudor de tudo fazer
e que transforme a cama em uma luta
para dar cada vez mais prazer...

Todo homem quer ser desejado,
sem nunca sucumbir ao enfado
de seguir um ritual sem fé.

Todo homem quer loucura e carinho...
Seu sonho é encontrar tudo juntinho
na mesma doce e selvagem mulher...  

Salvador, 01 de maio de 2011.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

BOM DIA AMIGO


BOM DIA AMIGO
*Por Marco Mendes
            Num dia desses em que nos sentimos vazios de amor e abandonados, decidi caminhar num parque próximo de casa. Tirei o terno e a gravata, vesti um velho tênis, bermuda e camiseta, coloquei um boné e sai de casa em busca de alguma coisa, um motivo qualquer. Era de manhã, o dia estava claro, repleto de nuvens brancas de outono pastando como carneiros no céu.
            Com a alma em frangalhos ingressei no parque pelos portões laterais que dão para um belo lago. Iniciei a caminhada no sentido anti-horário, contrário ao fluxo de pessoas que por ali caminhavam. Eu estava mesmo do avesso, do contra, sem chão e sem céu. As primeiras pessoas que cruzaram meu caminho, duas mulheres idosas, lançaram um breve cumprimento matinal:
            - Bom dia!
            Eu respondi ao cumprimento por educação, mas minha vontade era de continuar mudo e cego, focado em meus problemas inexprimíveis. Sem interromper a marcha prossegui reflexivo, quando logo mais adiante um senhor também lançou seu cumprimento:
            - Bom dia!
            Respondi por impulso e continuei em frente com passos rápidos. Durante os quase cinco mil metros percorridos pela pista, cercada de uma mata exuberante, repleta de espécimes de animais nativos, tucanos, araras e capivaras, todas as pessoas que passaram por mim me desejaram “bom dia”, mas mesmo assim sentia o dia péssimo.
            No final da caminhada, acho que melhor oxigenado pelo sangue que circulava fluentemente pelo meu corpo, uma voz interior interrogou-me:
            - Sente-se só meu amado? Cumprimentei-o tantas vezes? Vi palavras saindo de sua boca, mas de sua alma nenhuma expressão.
Senti um calafrio nesse momento. Haveria algo ou alguém que era comum a tudo aquilo que me rodeava, um ser único e indivisível que estivesse em todas as pessoas ao mesmo tempo, unipresente, capaz de travar uma conversa comigo? Deus falou comigo? Não sei dizer se era o Deus da Vida ou meu lado divino, mas alguma coisa me tocou profundamente naquele dia.
            Caminho nesse parque todos os dias, algumas pessoas me cumprimentam, mas nunca havia acontecido de todas as pessoas que encontrei terem me cumprimentado com um “bom dia”. Um sentimento de paz e acalento preencheu meu vazio. Afinal percebi que não estava só, apenas me sentia só. Renovado, como quem acabou de tomar um banho morno depois de um trabalho fatigante, gritei bem alto sobre as águas do lago do parque:
            - Bom dia a tudo que me rodeia, a todos os que me cumprimentaram!
            Voltei outras tantas vezes ao parque, mas nunca mais aconteceu aquilo, de todas as pessoas que cruzei me cumprimentarem. Mas não importa, eu sei que nunca estou sozinho. Daquele dia em diante, por onde passo, uso meu coração e minha boca para agradecer a vida, desejando a cada pessoa que encontro, um bom dia.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Amor Impossível

Amor Impossível

Rodolfo Pamplona Filho
O que é
um amor impossível?
É uma relação fora do padrão...
É uma melodia fora da canção...
É o silêncio no lugar do saxofone...
É o violino que toca sem nome...

O que é viver
um amor impossível?
É sucumbir à pressão social...
É aceitar as regras de castração...
É se submeter à felicidade alheia...
É nunca mais ouvir o canto da sereia...

Existe realmente um amor impossível?
Ou o impossível é deixar de amar?
Não existe impossível no amor!
Existe apenas... amar...
E, por isso, nunca deixarei de sonhar...

Salvador, 28 de abril de 2011.

domingo, 4 de setembro de 2011

PORQUE AS PESSOAS GRITAM?


PORQUE AS PESSOAS GRITAM?

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:
"Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?"
"Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.
"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?"
Questionou novamente o pensador.
"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar:
"Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.
Então ele esclareceu:
"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?"
O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.
Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?
Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê?
Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam,somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem.
É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas."
Por fim, o pensador conclui, dizendo:
"Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não  digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta" (Mahatma Gandhi).