sábado, 21 de abril de 2012

Escravo do Amor

Escravo do Amor


Letra e Música: Rodolfo Pamplona Filho

Preparar o meu banho com seu suor.
Regar minhas plantas com suas caricias.
Destilar meu wisky com sua saliva.
Fazer dos seus ossos a minha delícia....

Construir sonhos com palavras,
convertendo-as em sonetos ou canções.
Hoje, não olho mais minhas amarras,
pois apaixonados reclamam jamais!!!

REFRÃO
Escravo do Olhar, Escravo do Tocar
Escravo do Calor, Escravo do Amor
A liberdade só é de verdade
quando se entrega sem pudor!!!

Meu visual está a seu agrado?
Espero que sim: é só para você!
Nada desejo, senão seu abraço
ou, na sua alma, para sempre viver...

Cantarei somente o que a você agradar,
reinventando tudo que já foi dito...
Eu quero somente viver para amar
a musa que aceita tudo que acredito...  


REFRÃO
Escravo do Olhar, Escravo do Tocar
Escravo do Calor, Escravo do Amor
A liberdade só é de verdade
quando se entrega sem pudor!!!

Escravos, nós dois,
da única coisa que liberta....
Amar assim, sem receita,
sem cobrança e sem medida...
REFRÃO
Escravo do Olhar, Escravo do Tocar
Escravo do Calor, Escravo do Amor
A liberdade só é de verdade
quando se entrega sem pudor!!!

Salvador, 14 de agosto de 2011.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A tua nudez me honraria

A tua nudez me honraria

William Douglas

Hoje vi duas crianças descalças,
E lembrei de tuas sandálias de imponente couro e brilho,
E por estarem rotas, as crianças,
Recordei teus vestidos de cetim,
Teu cinto, tuas jóias,
Tua balança folheada a ouro,
Mas nem sempre brandida espada forjada,
E desejei te ver descalça, seminua.
Tu te vestes com tanta pompa!
Como são belos teus vidros espelhados,
O piso de tua casa,
Enquanto as crianças brincam no barro...
E não te respeitam,
A ponto de te darem casas às vezes mal cheirosas,
E ficas assim,
Um pouco honrada, bem trajada e asseada,
E noutras casas que te botam, ficas assim,
Meio desleixada, maltratada, abandonada.
Restas sem saber qual é teu brilho, quais são teus trajes.
Mas as crianças não, elas são sempre assim:
Pobres, descalças, pés no barro, trajes simples,
(muitas vezes dados pelos pais de outras crianças,
aqueles atendidos por ti nos palácios acetinados).
No meu país, as crianças quase todas são assim:
descalças, rotas, sorridentes,
umas cheias de esperança, outras mais desenganadas.
E me permito imaginar um dia em que te vistas
sempre de um só mesmo modo,
domiciliada em casa nobre, mas tosca,
em casa simples, mas honrada.
O dia quando não te vestirás mais de cetim,
Nem usarás mais anéis dourados.
É que quando te vejo, hoje, bem trajada,
Mas lerda e amaldiçoada, incompreendida,
Embora em trajes certas vezes reluzentes,
Vejo-te afagada com um brilho destacado,
Mas ataviada com a sombra dos pés descalços.
Sofro por ti, vilipendiada, violentada, cuspida,
Tudo por incompreensão e porque te vestes linda,
Em trajes de cetim, e num palco iluminado.
Ah, minha doce, como gostaria que andasses nua, bem
Atrevida,
Mas com um pudor quase sacro,
Com uma coragem revolucionária.
Os bem vestidos ficariam rubros, os andrajosos lisonjeados.
Eu até posso imaginar teus passos na direção das crianças rotas,
No dia em que andares toda nua,
E de pés descalços sobre o barro,
No dia que compreenderes tua benevolência ímpar,
E quando todos então não olvidarão mais tua nobreza.
Quando vier este dia, todos te amarão,
E se ele vier, um dia,
Assim serias mais linda, e mais honrada.
Mas que andasses sempre nua,
Sempre exposta, sempre clara,
Quase vulnerável de tão simples.
Mas sei que todos te respeitariam,
Que ao ver-te cruzar as ruas
(pois tu sairias às ruas para ver as flores...),
todos ficariam quase inertes, estupefatos,
mas agradados de tua companhia.
Quando passares, nua,
Todos curvariam suas frontes,
E respeitar teu pejo,
E por tal respeito não descobriram tua nudez,
Nem nada fariam senão deixar-te passar, livre,

Alterneira, sincera, nua, rota,
De pés no chão.
E quando lançasses tua voz,
Quedariam silentes todos:
Não por tua riqueza, nem por tuas roupas,
Nem por tuas sandálias, nem por jóias de ouro,
Nem por tua espada te temeriam,
Mas apenas por tua singeleza, por tua honra de cara limpa,
Poe tua pureza, por tua balança medida à luz do dia,
Por tua nudez a todos revelada,
E que por respeito corariam as faces, e curvariam os olhos,
E as crianças poderiam te encontrar embaixo de uma
Mangueira,
Onde te sentarias, sempre nua, sempre nua,
E ninguém te olharia,
Mas ouviriam tuas sentenças, e calariam,
E não usarias tua espada,
Apenas tua balança, honesta e clara como o meio-dia,
Com teus gestos e veredictos pesados sobre o barro,
Diante de crianças de mãos vazias.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ensandecido nesta claridade

Ensandecido nesta claridade


Ensandecido nesta claridade
Enquanto caçador impenitente
Caminho rumo à feracidade
No bom estilo de antigamente

Tenaz este rosto esverdeado
Resplendor de uma dor salutar
Suplico um mimo enamorado
Para teu postulante cortejar

Retido em pensamento cortês
Revelo teus melhores mistérios
E te explico todos os porquês

Ávido de fato feito amante
Libertino lírico sem critérios
Terás o amor mais excitante...

(guilherme peruchi – dezessete de agosto de dois mil e onze)
 
 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Do Poeta à Musa

Do Poeta à Musa

Rodolfo Pamplona Filho

Quando a musa encanta, a poesia se expande...
Quando a musa fascina, o poeta se inspira...
Quando a musa é amada, o trovador se entrega...
Quando a musa é tudo, nada mais importa...

Promete que nunca vai deixar de me inspirar?
Promete que nunca vai deixar de me amar?
Promete que nunca vai deixar de me excitar?
Promete que nunca vai deixar de me estimular a pensar?
Promete que nunca vai deixar de gostar do meu poetizar ?
Promete que nunca vai deixar de à vida buscar?
Promete que nunca vai deixar de ser minha amiga, amante e parceira?
Promete que nunca vai deixar de ser minha confidente e companheira?

então, eu também prometo...

Prometo nunca deixar de ser eu mesmo...
Prometo nunca parar de arder de desejo...
Prometo tatuar meu amor com ferro e fogo
Prometo uma vida de pleno gozo...
Prometo que todo encontro será de palavra e calor
Prometo que tudo que farei será por amor...

Salvador, 21 de agosto de 2011.

terça-feira, 17 de abril de 2012

O quarto em desordem

O quarto em desordem

Carlos Drummond de Andrade
Na curva perigosa dos cinquenta
derrapei neste amor. Que dor! que pétala
sensível e secreta me atormenta
e me provoca à síntese da flor

que não sabe como é feita: amor
na quinta-essência da palavra, e mudo
de natural silêncio já não cabe
em tanto gesto de colher e amar

a nuvem que de ambígua se dilui
nesse objeto mais vago do que nuvem
e mais indefeso, corpo! Corpo, corpo, corpo

verdade tão final, sede tão vária
a esse cavalo solto pela cama
a passear o peito de quem ama

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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Humano Interior

Humano Interior


Perceber alguém
É conhecer o que de bom se tem
Escutar o que diz o coração
Ver em cada ser o bem

Nada tem com validade tal escolha
Seja de qualquer parte do mundo
O valorizado não é a embalagem
O essencial é o conteúdo.

Branco, preto ou amarelo
Todo conteúdo tem valor
Não é uma questão de raça ou crença
Mas de humano interior

domingo, 15 de abril de 2012

Casa Nova

Casa Nova

Rodolfo Pamplona Filho

Como é bom realizar
o desejo de encontrar
um teto para cobrir
e um espaço para permitir
desenvolver o potencial
e descansar, ao final,
depois de um dia de luta
ou de uma vida de labuta.
Alcançar o objetivo
traçado no passado
e, enfim, descobrir
um lugar para onde ir,
para poder chamar
de seu canto ou seu lar.
Tudo isso vem à mente,
quando, finalmente,
o projeto vira realidade,
o transtorno, serenidade,
e se vence a desafiadora prova
de conseguir uma casa nova.

Salvador, 14 de agosto de 2011.