A distância aterroriza. Meu corpo se rende à insuperável fadiga do contato sem resposta e pede, aos poucos, que durma profundamente sem pensar no tempo...
Ah, o tempo... este insiste em não parar... Penso que, por um lado, é bom que corra, pois haverá a esperança de cessar a sensação... mas, por outro ângulo, imagino quanto estou a perder... as prioridades mudam, os desejos também... com o cair dos grãos da ampulheta ou a badalada do velho relógio da sala...
A cabeça pára. Logo, o corpo padece do viço de viver, da mania de sonhar... Determinadas coisas não se explicam. A alma sente, o corpo reage do jeito mais previsível e a boca silencia.
Fico com dúvidas sem sentido. Pairam como fantasmas que, no fundo, não existem.
Tenho medo, muito medo de tomar iniciativas sem perspectiva de volta...
Cobro-me coragem, mas, no fim, opto em decidir apenas o estritamente necessário.
Meu amor e dores se misturam e não sei mais viver sem os dois. Espero que o destino me encontre. |
Acho positiva a mistura do amor com a dor, essa inquietação do ser, afinal sou masoquista, mas pensando no que Jacques Lacan disse sobre ser a angústia fonte de criação, analise comigo... se tens tudo o que deseja, o que te moveria? Como criaria tantas poesias? Aí tu serias igual a todos... A angústia é necessária aos diferentes.
ResponderExcluirUm beijo,
Malu
Ao final, todos queremos parecer normais, sensatos, no domínio dos nossos sentidos, como se o ir e vir não modificasse, não causasse... por que somos assim, cheios de loucuras e mistérios e ao mesmo tempo, czars de nossso destino, da marca que nos imprime e nos define? é uma mistura não é? trocas que só os sentidos entendem porque são o começo e o fim...
ResponderExcluirOi, Malu!
ResponderExcluirCostumo dizer que, sem a depressao, quase nada seria produzido na arte e na filosofia...
Bjs,
RPF
Querida Carla
ResponderExcluirÉ a mais pura verdade!
Bjs,
RPF