quarta-feira, 4 de julho de 2012

IMPERMANÊNCIA

IMPERMANÊNCIA
Se houvesse algum sentido nesta vida
Além de olhar a morte a vir chegando
A luz que um dia à noite eu vi brilhando
Seria a tua luz adormecida

Em teu sêmen minha alma entretecida
Era espectro de homem miserando
Que hoje a tua morte vai chorando
Como quem chora a própria despedida

E quando lembro aquela mão tão forte
Que me afagava e que me corrigia
Apodrecida nos umbrais da morte

Vejo meus filhos que eu gerei um dia
Também chorando a malsinada sorte
A lhes tirar o pai e a alegria



Alexandre Roque
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