Bem barroca
Hoje foi chato. Não que aquele otimismo de ontem tenha se esvaído, mas
simplesmente pelas metamorfoses e inconstâncias do mundo. Um dia bom, outro
ruim, outro ótimo e assim vai. Tudo passa, amanhã já vem.
Hoje tou bem barroca, um espírito de tensões e contrastes. Às vezes
conceitual, às vezes emocional.
Hoje tou afim de antíteses, metáforas, hipérboles.
Hoje tou um misto quente, em linguagem popular. Um tanto satírica aos olhos
de Gregório de Matos, famoso "Boca do Inferno" que abrasileirou o
Barroco vindo da Europa. E é com ele que termino meus comentários de Hoje.
Soneto
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua lingua ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa:
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por Tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa
Isabella Paranaguá
Mais uma vez é uma honra para mim contribuir para o blog de poesia do prof. Pamplona, a quem tenho profunda admiração, não só como profissional do direito mas principalmente como ser humano. Ele é iluminado! Abraços.
ResponderExcluirQuerida Isabella
ExcluirA honra de publicar textos seus é toda nossa!
Disponha sempre deste espaço!
Abraços,
RPF