"Da vez primeira em que me assassinaram..." de Mario Quintana
Da vez primeira em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela, amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Ah! Desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
Aves da Noite! Asas do Horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!
Mario Quintana (A Rua dos Cataventos, 1940)
Podem nos tirar tudo, menos a nossa dignidade!
ResponderExcluirNossos valores nos acompanharão, seja lá pra onde vamos, nos acompanharão.
E são as únicas coisas que se pode levar desse mundo tri dimensional de Euclides!
Amigo
ExcluirO único direito verdadeiramente alienável é o de ter esperança!
Força sempre!
Abraços, na luta pela dignidade,
RPF