por casas e praças,
que tem fama e fervor.
Decide se acompanha ou opõe.
Dizem de suas orações e do que manda fazer,
dos homens que a ela não se comparam.
Galardões e seminários, em arrastos e confissões,
por honra da senhora dos feitiços e bênçãos.
Entre terras e escravos, minas e fundições,
a fortuna que tantos sondaram,
os beijos de bajulações e outros empregos.
Soube abraçar e esquivar, manter e disputar.
O padre e o banqueiro, o contratador e o governador,
quem pode os seus pedidos ignorar?
Roga a Deus em visões.
Alguma vez sorriu, se disse feliz?
Dizem os bons: é um anjo encarnado!
Seus desejos espargem amor e docilidade.
Quando jovem, encantou, com suavidade de rosa,
gentes do campo e da cidade.
Afirmam os profanos: é satã afeminado!
Sua boca reparte fel e inimizade.
Sua flor se abriu em propositada cilada
ao capitão que embarcou na conhecida emboscada.
Por conselho quebrou dificuldades e jornadas
tolamente propagadas.
Propriedade não é estima.
Respeito e admiração: busca de conquista.
Não tem qualidade o corpo reles que jaz
sem alma ativa e corada,
como não tem mérito o sentimento do filho
que por vã afronta recebe castigo.
As encomendas que se fazem
são parcas e desmerecem
a memória de tempos bruscos e mal acolhidos.
Descanso é refúgio não reservado.
O trabalho será eternizado na dor
de quem compra indulgência sem sacrifício.
A herança está consumada em fogo,
purificada de mãos sem engenho e desvalorosas.
Ditosa mulher ambígua,
que aos meus sentimentos não satisfaz,
sua morte encerrou muitas vidas
e a minha já não se compraz.
Bruno Terra Dias
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