quinta-feira, 18 de abril de 2019

A renda Negra



Negra Luz

Forjada de bilros de aço
Entalhou 80 espaços
E a carne era de mais um nagô

Lavada de sangue qualquer esperança
A renda de carne em mercança
Quase nada valorou

Junto de qualquer outra renda
É a que menos dá rendas
A única de vidas ceifadas, sinhô

Uma família destruída
Chora a dor da partida
E a renda era um pai que sangrou

E lembrar de que na partida
Vestidos de verde-oliva
Houviu-se sorrisos sem qualquer temor

Certos de que nesta Vida
Está pelas leis garantida
Fazer renda de vidas tá liberado, doutor!

Um comentário:

  1. Poesia potente para escancarar uma realidade que se coloca embaixo de alguns tapetes e consciências.

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