sábado, 6 de abril de 2019

Flamífera combustão



Vinícius Soares Carvalho

Faísca-me esta vontade acumulada
de escrever catorze versos. E pra quê?
No final das contas, há de ser riscada,
esta chama, pelas cinzas de quem lê.

Sem a arte acendida, vai pobre a escrita
pelos versos dos caminhos que trilhei.
Ah!, dos passos, desejei demais ser dita
- ante a ideia flamejante -, em brasa, a lei!

Amiga da gélida hora - quem chora?
O poema esquentou-me e foi embora...
Esfriou antes de o fogo dar na gente...

Pólvora d'alma! Calorosa ilação!
Atearam-se os anseios mais ardentes
de escrever-te, mas foi só minha combustão.

Salvador, Bahia,

05/04/2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário