É preciso descer, sucumbir
Ir ao fundo do poço
Como expiação
Não há como se redimir
É perdido todo esforço
É o mergulho no fosso
De toda solidão
É preciso mais que a vida
Esgota-se toda a coragem
É preciso morrer
Deixar a alma desvalida
Sem saída, sem vantagem
Sem volta dessa viagem
Em tudo, desfalecer
É a volta ao pó
À lama, ao desencanto
Ao vazio, ao descontentamento
Ao isolamento, de tudo, só
Sem trégua, sem acalanto
Ninguém lhe enxuga o pranto
Ninguém vê seu tormento
É o tiro certeiro
O golpe no peito
A marca fatal
A tomada por inteiro
Todo o sonho desfeito
Tudo perdido, sem jeito
Na reta final
Paulo Gondim
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