Em um quadro
de indiferença,
não há desejo
A indiferença
anestesia
e não comunica
ao outro
Em um estado
de restrição,
a liberdade
é valorizada
Liberdade parece
indiferente,
mesmo que não seja
Desejo
definitivamente
não o é
O desejo é individual
e personalizado
A liberdade é do outro,
mas também é pessoal.
Garantir a liberdade
é assegurar que
possa ser feito
até o que não me agrada
O desejo não impõe ao outro
uma obrigação
Mas a liberdade não anula
a expressão do desejo
Dar liberdade
não importa
não sentir nada.
O valor da liberdade
está em permitir
ao outro,
o que ele quer,
sem negar
a sua própria dor
pelo seu desejo
não realizado.
Não se trata,
portanto,
de nega a dor,
mas se garantir
a liberdade,
apesar da dor.
Ao se desejar,
mas garantir a liberdade,
corre-se sempre
o risco da frustração
do íntimo desejo
Ao libertar alguém,
sem deixar de desejar,
corre-se sempre
o risco de que
a expressão da liberdade
não negue
a presença do desejo.
Salvador, 18 de fevereiro de 2022, conversando com Amauri
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quinta-feira, 21 de abril de 2022
Liberdade e Desejo
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