sexta-feira, 1 de abril de 2022

Talvez




 




Amor é fato.

Amar é ato.


Se falta afeto neste fado

ou se, de fato, há fogo febril

-que nos consome num afago

que nos mata em chamas mil-

quero deixar clara a intenção

de consumir-me, não em palavras

-que estas torpes sílabas vãs

revestem justo

o que pretendo desnudar-


mas consumir-me

em consumir-te. Em

“ser”, tendo-te.


Amor volátil,

Fugaz

Que, amanhã, pode não ser.

Mas que hoje, tudo apraz.


 Bea Galvão

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