sábado, 25 de junho de 2022

C A M I N H A N T E

 





 Como peregrino de fé, sem adeptos, 

 Prossigo, 

 Sangrando os pés nas pedras do caminho 

 Sem fim, 

 Sem direção, 

 Buscador da trilha verde 

 Do regresso, 

 Um dia 

 


 Continuo na jornada 

 Solitária 

 Rotineira 

 Pelas veredas do acaso, 

 Sorrindo quase em prantos, 

 Filtrando velhas mágoas, 

 No remanso das águas 

 Do dourado amanhã 

 


 Alegro-me por nada 

 E nada me alegra. 

 Silencio com todos 

 E comparto tudo 

 Com todos. 

 


 Assim 

 Descanso o amargor 

 Do passado, 

 Na relva macia do esquecimento 

 Até confundir-me,

 Um dia,

 Na poeira atômica 

 Do rio principal. 


-Janete Fonseca

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