Ar de primavera
De fruta cheirosa
Da beira da praia
Vento na memória
fareja a mulher
recém descoberta.
Passou muito tempo,
Espelho reflete
Anel de turquesa,
soutien vermelho,
Na boca desenho
De coração grená
No mundo mudado
Dos mais avelhados
Corações calados,
Erga-se um brinde
À mulher descoberta
Só a ouvir estrelas
Do homem ao lado,
Cheio de desejos
Da mulher ardente
De olhar de fogo,
Que vai olhando
Quando o vê olhar
Mulher incansável
Toma pelas mãos
retalhos do tempo
Que se vão passando
Antes que a tarde
Primaveril
morra, aberta,
dentro de mim.
- Janete Fonseca
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