sexta-feira, 19 de julho de 2024

Formosa

 


Maciel Monteiro



     Formosa, qual pincel em tela fina

     Debuxar jamais pode ou nunca ousara;

     Formosa, qual jamais desabrochara

     Na primavera a rosa purpurina;


     Formosa, qual se a própria mão divina

     Lhe alinhara o contorno e a forma rara;

     Formosa, qual jamais no céu brilhara

     Astro gentil, estrela peregrina;


     Formosa, qual se a natureza e a arte,

     Dando as mãos em seus dons, em seus lavores

     jamais soube imitar no todo ou parte;


     Mulher celeste, oh! anjo de primores!

     Quem pode ver-te, sem querer amar-te?

     Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!

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