sábado, 10 de março de 2012

Desejo de Loucura

Desejo de Loucura

Malu Calado
Eu não tenho essa competência!
Louco é para quem pode...
Um dia chego lá
e, aí, o fardo da responsabilidade, da culpa, da realidade
cairá
e eu, na minha loucura,
seguirei feliz e sem angústia...
E já tendo reencarnado mosquito, rato, vaca, sereia...
Serei Carmen de Bizet,
vestirei vermelho
seduzirei homens lindos
e os apunhalarei,
caso os meus desejos ignorem
e serei rica,
uma aranha
viúva negra...
Também serei Antígona de Sófocles...
Farei drama...
O sistema sucumbirá...
Tentarei, na caverna escura,
por pura teimosia,
e matar
e ficarei famosa...
Lá, do limbo, sorrirei.
Serei Dorian Gray,
Oscar Wilde
terá orgulho
do violento e agressivo,
mas serei lindo,
ou monstro?
Dexter?
Uma fraude,
mas não importa...
Estarei louca e não saberei.
Que descanso não saber!
E ainda dizem que doente sou eu!
Serei a Flor do mal
de Vicente Celestino:
hipócrita fingida,
de coração satânico
e de gelo.
Que sonho!
Queria eu!
Desejo é fazer mantra
com o crucifixo que a avó me deu.
Querendo poder tudo
naquele que me fortalece,
e que, infelizmente
não sou.
Volto-me para a santíssima trindade...
Simbólica, real, Imaginária...
Lutando com o verbo
SAIR
Pânico, depressão,
sentada em casa,
acompanhada da solidão
e de mim!

2 comentários:

  1. Forte este poema! Taí...gostei!!:)Parabéns Malu!
    AMANDA SANTOS.

    ResponderExcluir
  2. Amandinha

    Os poemas de Malu são sempre fortíssimos!
    Por isso também, eu os publico aqui com freqüência...
    Parabéns, Malu!
    Beijos,

    RPF

    ResponderExcluir