segunda-feira, 16 de junho de 2014

MORTO

MORTO

Reinos  despedaçados
Não há assombro,
Ao escárnio da plateia.
Represento o papel que me cabe
Soberbamente estéril,
Palco de um império   em ruínas.
Outrora havia um homem que um homem era.  
(Está morto).
A morte  sobreveio lenta, na lenta sombra que  devora
claridades.
Jogador, imperturbável , aposto  nos Reis.
Lobo farejador de inocências 
A Fera corrompida mira e seduz
Os vermes dissimulados, todos,
apostam em mim.
Imobilidade
Fétido odor.
Reino das trevas, espectro sou.
Sem jurados, sem juízes,
Sigo neste comboio de servos.
Polida falsa superfície.

Cláudia Reina
05 de julho 2013.


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