terça-feira, 30 de setembro de 2014

ETERNA

ETERNA
                                                   Juraci Alves
Não imaginava e nem esperava
Que a aurora trouxesse todo este brilho
Sua graça, carinho e harmonia
Que reflete o seu coração

Seus lábios também brilham
Seu olhar firme me faz sonhar
Sempre vivendo verá
A aurora e o brilhar

Você não é estrela
Porque não tem luz própria
É brilho que reflete nela
Ousada, bela e preciosa, princesa do meu olhar

Na claridade que irradia do fundo do seu coração
Quem sabe um dia
Contemplar seu bilhar olhando nos seus olhos
E sentir a glória que um homem pode sonhar.

Lauro de Freitas/BA, 16/08/2013 às 01:12




segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Ronin

Ronin

Rodolfo Pamplona Filho
Samurai errante
que não serve
a nenhum mestre,
além de si mesmo...
Será tão diferente
do resto da humanidade?

No Vôo do Equador para o Brasil, em 05 de outubro de 2013,

lendo sobre Wolverine e a tradição japonesa dos samurais...

domingo, 28 de setembro de 2014

BROTINHO DE 60

BROTINHO DE 60

Uma sexagenária resolveu fazer hidroginástica. 

Cheia de gás e autoconfiança, entrou na secretaria da academia. 

Mal chegou, a professora olhou-a de cima abaixo e avisou: 
- Precisamos proceder a uma avaliação. 

Pegou uma ficha, preencheu com seu nome e endereço e mandou brasa: 

- Então a senhora já tem mais de sessenta anos? 
- Pois é, minha filha, há seis anos virei sexy. 

- Como? A senhora disse sexy? 
- É, sexy de sexyagenária, entendeu? 

- A senhora tem falta de ar? 
- Não, tenho falta de tempo. 

- Às vezes sofre de tontura? 
- Sofro muito com as tonteiras dos outros. 

- Tem hipertensão? 
- Não, tenho hipertesão. Permanente e estável.

- É diabética? 
- Não, sou diabólica. 

- Tem alergia? 
- A estupidez e preconceito. 

A esta altura, a moça não se conteve: 
- A senhora é doida? 
- Por Homem!!! 

O MAIS FANTÁSTICO DA VIDA É ESTAR COM ALGUÉM QUE SABE FAZER DE UM PEQUENO INSTANTE UM GRANDE MOMENTO. 

Minha homenagem às Sexyagenárias que tornam a terceira idade uma fase de novas e interessantes aventuras e descobertas.

sábado, 27 de setembro de 2014

O Ocaso

O Ocaso

Rodolfo Pamplona Filho
Dos dias
Do calor
Das vidas
Do amor
De nada
De tudo
Do nada
Do mundo


Bogotá, 05 de outubro de 2013, em conexão para o Brasil, olhando o entardecer...

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

TIRA O PAU OU DEIXA COMO ESTÁ?





Calma lá! Não é pornografia, é um fato real
*Leia a interessante notícia publicada em um jornal sobre o curioso caso da mulher que queria tirar o pau.*O Tribunal de Justiça de Brasília teria recebido o seguinte requerimento:"Esmeraldas, 5 de Março de 2002. Eu, Maria José Pau, gostaria de saber da possibilidade de se abolir o sobrenome Pau de meu nome, já que a presença do Pau tem me deixado embaraçada em várias situações. Desde já, antecipo agradecimento e peço deferimento. Maria José Pau"
A resposta:Em resposta, o Tribunal teria lhe enviado a seguinte mensagem padrão: 


"Cara Senhora Pau, sobre sua solicitação de remoção do Pau, gostaríamos de lhe dizer que anova legislação permite a retirada do seu Pau, mas o processo é complicado. Se o Pau tiver sido adquirido após o casamento, a retirada é mais fácil, pois, afinal de contas, ninguém é obrigado a usar o Pau do marido se não quiser.Se o Pau for de seu pai, se torna mais difícil, pois o Pau a que nos referimos é de família, e vem sendo usado por várias gerações. Se a senhora tiver irmãos ou irmãs, a retirada do Pau a tornaria diferente do resto da família. Cortar o Pau de seu pai, pode ser algo que vá chateá-lo.Outro problema, porém, está no fato de seu nome conter apenas nomes próprios e poderá ficar esquisito caso não haja nada para colocar no lugar do Pau. Isso sem falar que, caso tenha sido adquirido com o casamento, as demais pessoas estranharão muito ao saber que a senhora não possui mais o Pau de seu marido.Uma opção viável, seria a troca da ordem dos nomes. Se a senhora colocar o Pau atrás da Maria e na frente do José, o Pau pode ser escondido, porque a senhora poderia assinar o seu nome como Maria P. José. Nossa opinião é a de que esse preconceito contra esse nome já acabou há muito tempo e que, já que a senhora já usou o Pau do seu marido por tanto tempo, não custa nada usá-lo um pouco mais. Eu mesmo possuo Pinto, sempre ousei, e muito poucas vezes o Pinto me causou embaraços 
Atenciosamente,Geraldo Pinto Soares Desembargador do Tribunal de Justiça - Brasília/DF" 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Equinócio

Equinócio

Rodolfo Pamplona Filho
Março ou setembro:
não importa se me lembro
qual é realmente
o semestre presente
ou a estação do ano!
O fundamental, sem engano,
é aproveitar o momento
em que cessa todo lamento
para apenas presenciar o Sol,
quando ele está mais iminente,
sentindo-se, de novo, gente
e nunca mais se sentir só...


Quito, 03 de outubro de 2013.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Emoção sem perder a noção



>> Emoção sem perder a noção
>>
>> A poesia é muito linda
>> Sempre muito bem vinda
>> Mas em mim serviu de guarida
>> A um amor que não tem mais vida
>>
>> E por assim dizer que virou ferida
>> Não me arrependo da minha vida
>> A ela devo tudo que me fez sentida
>> Porque na vida só nos resta poder sentir a vida
>>
>> Ter o que lembrar
>> E até mesmo porque chorar
>> O sorriso não seria tão sincero
>> Se tudo que fiz não foi porque quero
>>
>> Quero nessa vida ter o que recordar
>> Daqueles beijos que me fez sonhar
>> E com muitos mais planos poder receber 
>> O sentimento belo que me faz florescer
>>
>> Virar um jardim
>> Flor que perfuma além de mim
>> Foi Ele quem mandou
>> E meu filho em mim originou
>>
>> Tenho hoje o amor mais sincero
>> E por isso se fez mais belo
>> Não que se merce o amor
>> Só que esse não veio com dor
>>
>> Expectativas além da vida
>> Deixo assim aquilo que pensei além da partida 
>> Hoje cansei de acompanhar 
>> Quero minha família agora desfrutar
>>
>> E todo suor que até então derramei
>> Coloco nos versos que sempre chorei
>> Nas mãos do Senhor deixo o destino
>> E nas minhas carrego todas as chances em desatino
>>
>> Fazer da vida uma roda gigante
>> Torna da mulher um ser inconstante
>> Mas se inconstante também é a vida
>> Constante será a dor da ferida
>>
>> Voltar ao passado
>> Ainda que revelado
>> Não trará a nenhum ser acordado
>> Nada além de um culpado
>>
>> Mas se culpado não há
>> O tempo perdido estará
>> Então tem razão
>> Aquele que segue em frente com seu alazão
>>
>> Com folha e papel na mão
>> Viverei qualquer emoção
>> Em qualquer verso farei sentido
>> Àquilo que não foi esquecido
>>
>>

>> (Vanessa Bacilieri)

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Pequenas Verdades Acadêmicas (em 3 linhas)

Pequenas Verdades Acadêmicas (em 3 linhas)

Rodolfo Pamplona Filho
Desconfie de quem
não consegue tratar
um garçom com educação.

O que é combinado
verdadeiramente
não é caro ou barato.

Títulos só podem
ser menosprezados
por quem os detém.

Destacar-se em certas atividades
não significa ter cultura para
discutir outros assuntos.

Sisudez não é sinônimo de seriedade,
mas respeito e educação ajudam
a demonstrar compromisso.

Formalidade não garante resultado,
mas permite a sensação de que
foi feito o que se podia fazer.

Displicência com a liturgia
transparece mais indolência
do que domínio da matéria.

Conteúdo e forma são dialéticos:
um decorre e necessita do outro
para alcançar a verdadeira síntese.


Salvador, 06 de outubro de 2013.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Poema "If", de Rudyard Kipling, em tradução de Guilherme de Almeida.



Poema "If", de Rudyard Kipling, em tradução de Guilherme de Almeida.

Se

Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso;

Se és capaz de pensar --sem que a isso só te atires,
De sonhar --sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste,
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder , sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!";

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis, não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal todo o valor e brilho,
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais --tu serás um homem, ó meu filho!

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;

If you can dream--and not make dreams your master,
If you can think--and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings --nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And --which is more-- you'll be a Man, my son!



domingo, 21 de setembro de 2014

Azulejos Quebrados (Soneto Desconectado)



Azulejos Quebrados (Soneto Desconectado)

Rodolfo Pamplona Filho
Do lixo à arte
Restos de parte
do que já serviu
e que servirá novamente

para adornar lindamente
o que outrora era feio
e, hoje, tornou-se belo,
como jamais se pensou ser...

na lógica do reciclar
azulejos quebrados
em novos formatos

de rostos, bichos e ditados,
surgindo de todos os lados,
sempre a nos encantar.


Guayaquil, 01 de outubro de 2013.

sábado, 20 de setembro de 2014

CARTA QUE O APRESENTADOR FLAVIO CAVALCANTI (1923-1986) ESCREVEU A SEU NETO



CARTA QUE O APRESENTADOR FLAVIO CAVALCANTI (1923-1986) ESCREVEU A SEU NETO

Uma velha carta, tão atual, que a validade não vence nunca...

Meu neto:

Pelo que você já me disse com o seu sotaque de anjo, percebo que você me considera uma criança grandona e desajeitada, e me acha, mesmo assim, seu melhor companheiro de brinquedos.
Pena que tenhamos tão pouco tempo para brincar, tão pouco porque só sei brincar de passado, e você só sabe brincar de futuro.
E ainda estarei brincando de recordação quando você começar a brincar de esperança.
Mas antes que termine o nosso recreio juntos, antes que eu me torne apenas um retrato na parede, uma referência do meu genro, ou quem sabe até uma lágrima de minha filha, quero lhe dizer meu neto, que vale a pena.
Vale a pena crescer e estudar.
Vale a pena conhecer pessoas, ter namoradas, sofrer ingratidões, chorar algumas decepções.
E, a despeito de tudo isso, ir renovando todos os dias a sua fé e a bondade essencial da criatura humana, e o seu deslumbramento diante da vida.
Vale a pena verificar que não há trabalho que não traga sua recompensa; que não há livro que não traga ensinamentos; que os amigos têm mais para dar que os inimigos para tirar; que se formos bons observadores, aprenderemos tanto com a obra do sábio quanto com a vida do ignorante.
Vale a pena casar e ter filhos. Filhos, que nos escravizaram com o seu amor.
Vale a pena viver nesses assombrosos tempos modernos, em que milagres acontecem ao virar de um botão; em que se pode telefonar da Terra para a Lua; lançar sondas espaciais, máquinas pensantes à fronteira de outros mundos, e descobrir na humildade que toda essa maravilha tecnológica não consegue, entretanto, atrasar ou adiantar um segundo sequer a chegada da primavera.
Vale a pena, meu neto, mesmo quando você descobrir que tudo isso que estou tentando ensinar é de pouca valia, porque a teoria não substitui a prática, e cada um tem que aprender por si mesmo que o fogo queima, que o vinagre amarga, que o espinho fere, e que o pessimismo não resolve nada.
Vale a pena, até mesmo, envelhecer como eu e ter um neto como você, que me devolveu a infância.
Vale a pena, ainda que eu parta cedo e a sua lembrança de mim se torne vaga.
Mas, quando os outros disserem coisas boas de seus avós, quero que você diga de mim, simplesmente isso:
“Meu avô foi aquele que me disse que valia a pena. E não é que ele tinha razão?!”


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Bom dia, flores do dia! (Soneto)

Bom dia, flores do dia! (Soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
Como é bom celebrar
a chegada de um novo dia,
sem esconder a alegria
de os amigos reencontrar!

É maravilhoso ter o prazer
de, a cada manhã, saudar
aqueles que saem para trabalhar,
estudar ou simplesmente viver

Se houve tristeza no dia anterior,
pense apenas que já passou,
pois todo mal se esvazia

quando um sorriso ilumina a face
e a frase mais linda nasce:
"Bom dia, flores do dia!"


Guayaquil, 01 de outubro de 2013.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ARTIGOS 439, 440 E 441 DA CLT



ARTIGOS 439, 440 E 441 DA CLT

Caros empregadores ou empresários
É lícito ao menor
Segundo nos diz o legislador
Firmar recibo pelo pagamento dos salários

Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho minha querida
É vedado ao menor de 18 anos dar
Sem assistência dos seus responsáveis legais, é bom frisar
Quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida

Dispõe a Consolidação
Que contra os menores de 18 anos
Incapazes seres humanos
Não corre nenhum prazo de prescrição

O quadro a que se refere o item I do então
Artigo 405 será revisto bienalmente
É o que está explicitamente
Disposto na nossa Consolidação.

JORGE DA ROSA




quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Desprezo

Desprezo

Rodolfo Pamplona Filho
Eu desprezo quem se acha
a palmatória do universo
e que acha que o destino
de não despertar sua simpatia
seja a pura exclusão,
não por sua gratuita perseguição,
mas pela consequência
dos próprios atos
em um contexto maior...

Para este tipo de monstro,
nada mais desejo
do que o tempo,
pois as voltas do mundo
cobrarão o preco
da banalização
do litígio que tem
ajudado a promover!

Abomino todos aqueles
que erigem a si próprios
como referências morais,
em um mundo que deveria
respeitar o diferente,
combater a ditadura
do pensamento único
e admitir que nem sempre
a certeza está em nosso umbigo.


Guayaquil, 01 de outubro de 2013, pensando em lições aprendidas no passado remoto e recente...

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Palavras soltas na mente


Palavras soltas na mente

Depois do café e o estudo
Veio a insônia que me disse quase tudo
Mentalmente as palavras vinham soltas no ar
Vontade de traçá-las em poesia, mas o cansaço não me deixava levantar

Pensamentos profundos
Me mostravam um pouco dos meus mundos
Era o mundo do passado, do presente e o que poderia vir a ser
Reflexões profundas que nos fazem crescer

Toda evolução do nosso ser
Faz desaparecer
Toda aquele medo de mudar
Apesar de não querer daquele jeito continuar

Mudanças nem sempre são bem vindas
A menos que sejam reflexo de muita razão
Apesar de gostosa a emoção
Elas não podem ser utilizadas sempre em nossas idas e vindas

Não deve haver dogmas em nós
Devemos estar sempre dispostos a mudar
E para mudar, tem que saber se adaptar
Pois caso contrário, estaremos aptos a viver apenas a sós

O mundo não é feito somente daquilo que a gente quer
Apesar de ter tudo o que nos faz mulher
Daí a sabedoria de prestar sempre atenção
Antes de dizer um não

O que ontem não era bom pra mim
Amanhã posso fazê-lo gostoso sim
Já que no outro dia o meu desejo
Pode ir muito além do que aquele beijo

Dificilmente aquilo que é tanto esperado
Nos satisfaz de bom grado
Tudo tem validade
E o amor não fica preso na vaidade

Devemos olhar para trás apenas pra lembrar
Daqueles que nos nossos corações merecem ficar
Àquilo que se fez sombra no olhar
O melhor é apagar

A felicidade não está na mentira
E nem mesmo na mais linda poesia
A alegria tem que estar em nossa mira
Pois não vale a pena nenhuma fantasia

Viva a realidade
Pois só ela cabe na nossa idade
Conto de fadas já se passou
E com esse tempo nada voltou
 Vanessa Bacilieri <vanessabacilieri@hotmail.com>
Data: 3 de agosto de 2012

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O Busto de Jayne Mansfield

O Busto de Jayne Mansfield

Rodolfo Pamplona Filho
É difícil imaginar
como a gravidade era vencida
sem qualquer ajuda médica
ou artificialidade...
No máximo, um creme
ou alguma maquiagem,
mas nada comparável
ao aparato hoje existente
e que não consegue
o mesmo resultado
São muito mais do que seios:
Colossos
Turbinas
Faróis
Jayne Mansfield Forever...


Guayaquil, 02 de outubro de 2013, em um divertido jantar com amigos da ANDT.

domingo, 14 de setembro de 2014

ESTATIZADO


ESTATIZADO

Fui estatizado!
Sou só ofício
sou só jurisdição
sou só trabalho.
Não tenho amigos
nem ambição.
Sou só despacho
sou inquirição
não tenho família
nem filhos.
Sou só sentença
sou só tarefa
não tenho tempo
para amizades
nem diversão.
Meu subsídio
comprou minh'alma
e paga o aluguel

dessa prisão.

mirandamendes [mirandamendes@uol.com.br]

sábado, 13 de setembro de 2014

Preciso de você...

Preciso de você...

Rodolfo Pamplona Filho
Eu...
Preciso de você...
Estou sentindo
meu corpo fraquejar
de tanta saudade,
desejo e vontade...


Salvador, 05 de novembro de 2013.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Clube dos 99



Era uma vez um rei muito rico.

Tinha tudo. Dinheiro, poder, conforto, centenas de súditos.Ainda assim não era feliz.Um dia, cruzou com um de seus criados, que assobiava alegremente enquanto esfregava o chão com uma vassoura. Ficou intrigado. Como ele, um soberano supremo do reino, poderia andar tão cabisbaixo enquanto um humilde servente parecia desfrutar de tanto prazer?- “Por que você está tão feliz?”, perguntou o rei.- “Majestade, sou apenas um serviçal. Não necessito muito. Tenho um teto para abrigar minha família e uma comida quente para aquecer nossas barrigas”.O rei não conseguia entender. Chamou então o conselheiro do reino, a pessoa em que mais confiava.- “Majestade, creio que o servente não faça parte do Clube 99″- “Clube 99? O que é isso?”- “Majestade, para compreender o que é o Clube 99, ordene que seja deixado um saco com 99 moedas de ouro na porta da casa do servente”.E assim foi feito.Quando o pobre criado encontrou o saco de moedas na sua porta, ficou radiante. Não podia acreditar em tamanha sorte. Nem em sonhos tinha visto tanto dinheiro.Esparramou as moedas na mesa e começou a contá-las.-”…96, 97, 98… 99.”Achou estranho ter 99. Achou que poderia ter derrubado uma, talvez. Provavelmente eram 100. Mas não encontrou nada. Eram 99 mesmo.Por algum motivo, aquela moeda que faltava ganhou uma súbita importância.Com apenas mais uma moeda de ouro, uma só, ele completaria 100.Um número de 3 dígitos! Uma fortuna de verdade.Ficou obcecado por completar seu recente patrimônio com a moeda que faltava.Decidiu que faria o que fosse preciso para conseguir mais uma moeda de ouro. Trabalharia dia e noite. Afinal, estava muito muito muito perto de ter uma fortuna de 100 moedas de ouro. Seria um homem rico, com 100 moedas de ouro.Daquele dia em diante, a vida do servente mudou.Passava o tempo todo pensando em como ganhar uma moeda de ouro. Estava sempre cansado e resmungando pelos cantos. Tinha pouca paciência com a família que não entendia o que era preciso para conseguir a centésima moeda de ouro. Parou de assobiar enquanto varria chão.O rei percebeu essa mudança súbita de comportamento e chamou seu conselheiro.- “Majestade, agora o servente faz, oficialmente, parte do Clube 99″.E continuou:- “O Clube 99 é formado por pessoas que têm o suficiente para serem felizes, mas mesmo assim não estão satisfeitas. Estão constantemente correndo atrás desse 1 que lhes falta. Vivem repetindo que se tiverem apenas essa última e pequena coisa que lhes falta, aí sim poderão ser felizes de verdade. Majestade, na realidade é preciso muito pouco para ser feliz. Porém, no momento em que ganhamos algo maior ou melhor, imediatamente surge a sensação que poderíamos ter mais. Com um pouco mais, acreditamos que haveria de fato, uma grande mudança. Só um pouco mais. Perdemos o sono, nossa alegria, nossa paz e machucamos as pessoas que estão a nossa volta. E o pouco mais, sempre vira… um pouco mais. O pouco mais é o preço do nosso desejo.”E concluiu:--- “Isso, majestade… é o Clube dos 99"

"O destino escolhe quem vamos encontrar na vida. As atitudes definem quem fica."

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Violões

Violões

Rodolfo Pamplona Filho
Ninguém nunca me ensinou
a afinar um violão...
Foi a vida que me mostrou
como trabalhar a tensão...
E, muitas vezes, vi romper
cordas novas e imaculadas
que pareciam, a meu ver,
prontas para suas baladas...

Ninguém nunca me ensinou
a tocar um violão...
Foi a vida que me levou
a criar minha canção...
Misturando acordes frágeis
de uma peculiar harmonia
com o soar de notas ágeis
a construir a melodia...

Ninguém nunca me ensinou
a cuidar de um violão...
Foi a vida que me forçou
a guardá-lo com atenção,
para que, da tristeza, o espanto
não faça que eu pereça
e, da música, o encanto
jamais desapareça...



Praia do Forte, madrugada de 30 de novembro de 2013, pensando em papear com Fachin...

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Excluída


Excluída

A Ana me ligou no final da tarde de sexta: “E aí, você vem?”
Eu não fazia ideia sobre o que ela estava falando. Foi então que a Ana se deu conta de que eu não estava no Facebook, portanto, não sabia da festa que a turma havia armado. Como eu não havia me pronunciado, ela resolveu ligar para saber se eu estava viva.

O cerco está apertando. Antes eu trocava e-mails com os amigos com uma certa frequência, agora todos debandaram, só um ou outro lembra que eu não estou nas redes sociais e faz a caridade de me manter informada sobre o que acontece no universo.

Não tenho vontade de ter perfil em lugar algum (e mesmo assim tenho, criados e postados por pessoas que não sei quem são). Instagram, twitter, whatsapp, nada disso me seduz, não conseguiria tempo para esse contato eletrizante. Ainda me custa compreender pessoas que deixam o iPhone sobre a mesa do restaurante, que precisam fotografar cada minuto vivido, que desmaiam quando esquecem o celular em casa. Eu deveria ter me alistado na expedição de colonização de Marte, onde certamente eu me sentiria menos deslocada do que aqui na Terra.

Mas não me alistei, então terei que me ajustar à nova ordem social do meu planeta.

Óbvio que a tecnologia não é a vilã da história, e sim o uso obsessivo que se faz dela. Para quem tem autocontrole, esses gadgets são fascinantes por seu dinamismo, modernidade, capacidade de agregação, de agilização de tarefas, e ainda resolvem a questão do anonimato, com o qual ninguém mais quer lidar. As redes transformaram palco e plateia numa coisa só: todos são espectadores de todos, ao mesmo tempo que possuem um holofote sobre si. Já que existir virou sinônimo de “quantos me curtem”, a população mundial conseguiu um jeito de ficar quite com o próprio ego.

É muito provável que eu estivesse nas redes caso não escrevesse colunas em jornais. Como tenho esse canal de expressão semanalmente, não me faz falta outros. Ou não fazia. Estou nesse impasse agora: devo mergulhar com mais profundidade no mundo virtual? Reconheço três vantagens: acompanhar o que meus amigos andam tramando nas minhas costas, me atualizar com mais rapidez e oferecer aos meus leitores um perfil oficial. Além de me sentir menos mumificada.

Será isso que chamam de “se reinventar”?

Ando cada vez mais próxima da filosofia budista, exalto a desaceleração, prezo uma boa conversa, adoro ter tempo para meus livros, meu silêncio, minhas caminhadas. Não sinto falta de saber mais, de ter mais acesso à informação, de conhecer mais gente. Por outro lado, não quero me isolar dos amigos nem ficar sem assunto com eles – e com o mundo.

Que dúvida. Pela primeira vez, reflito sobre algo que, numa era em que se debate tudo, pouco se fala: o nosso direito de ser indiferente.


Martha Medeiros (revista O GLOBO de 20/10/2013) 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Água no Chopp

Água no Chopp

Rodolfo Pamplona Filho
Respeito é bom!
E todo mundo gosta!
Por isto, o som
da devida resposta
a quem não acreditava
na força da garra
e dos brios da raça
de quem entrega a taça
a quem, por mérito, foi campeão...
mas que jamais terá a vibração
da maior torcida do mundo,
que não tem medo de ir fundo
na esperança de lutar sempre
e nunca desistir de ir em frente!
Assim, sem desejar mal,
na disputa da verdadeira final,
não há sangue ou suor,
nem nada que nos poupe
da missão de ser melhor
e colocar água no chopp!


Salvador, 01 de dezembro de 2013, pensando no Mineirão...

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

ARTIGO 438 DA CLT

ARTIGO 438 DA CLT

São competentes para impor as penalidades, enfim...
Previstas neste capítulo os Delegados Regionais do Trabalho
Ou os funcionários, é claro
Por eles designados para tal fim

O processo na verificação das infrações minha amada e meu amado
Bem como na aplicação
E cobrança das multas de então
Será o previsto no título abaixo citado

“Do Processo de Multas Administrativas”
É óbvio meu caro amigo
Observados as disposições deste artigo
De acordo com a decisão legislativa.

JORGE DA ROSA


domingo, 7 de setembro de 2014

Chega de desculpas esfarrapadas


O ímprobo virou bobo

Para dirimir dúvida o mais correto, e no mínimo sensato, é recorrer a
quem de verdade pode ajudar, com respostas reais e dentro de um
contexto lógico. Com o escrevente não é diferente. Pintou dúvida no
momento da escrita, não titubeie e, utilizando os preceitos da
humildade, busque a didática, seja através de uma gramática ou de um
dicionário.

Partindo dessa premissa, recorri à semântica, o estudo do significado
das palavras, para saber o que tem em comum, além do som os adjetivos
‘bobo’ e ‘ímprobo’. Entre outros significados, descobri que bobo quer
dizer:

Que ou quem revela superficialidade, frivolidade (fútil), falta de
inteligência (estúpido, idiota, imbecil, pateta e tolo) e quem é muito
ingênuo (simplório e tonto).

Já o ímprobo é aquele que não tem probidade, que é moralmente mau (desonesto).

A conclusão é um tanto que estarrecedora. O bobo raramente é um
ímprobo, enquanto o ímprobo, geralmente torna-se um bobo, um inútil,
estúpido, idiota, imbecil e outras “qualidades” que só o bobo deveria
possuir. Vai entender...

As fábricas de óleo de peroba (lustra móveis) não dariam conta de
produzir a quantidade suficiente para atender o grande número de
gestores e legisladores públicos caras de pau existente no Brasil.

Conhecer o significado das palavras é importante, pois só assim o
falante ou escritor será capaz de selecionar a palavra certa para
construir a sua mensagem. Como foi exemplificado anteriormente é um
pouco quanto complicado diferenciar figuras que mesmo não fazendo
parte, necessariamente, da mesma cadeia ou grupo social, passam a se
identificar a partir dos significados que lhe são atribuídos através
dos seus atos ou do posto que ocupem.

Chega a ser repugnante ter acesso às mais ridículas e nunca
convincentes desculpas esfarrapadas de gestores públicos acusados, e
até mesmo já condenados, por quem de direito, arrotar inocência e, ou,
atribuir a culpa em “falha técnica”, por terem suas contas rejeitadas
por irregularidades ao causar prejuízo ao erário atentando contra os
princípios norteadores da administração pública.

Morosidade, lentidão, conveniência, falta de estrutura administrativa
e funcional, interpretação da legislação de formas diferentes, o que
permite recursos, recursos e mais, recursos, estrutura... o que
realmente tem acontecido nas demoras dos julgamentos e condenações dos
acusados de crimes eleitorais e malversação do erário público por
parte da Justiça?

“Quase” que generalizando, o cientista político, Wanderley Guilherme
dos Santos*, em um dos seus artigos salienta que “as autoridades
contratadas, via eleições, para administrar os recursos das
comunidades, não estão oferecendo serviços à altura do acordado e o
pior, estão se apropriando ilegalmente de parte desses recursos
públicos.

Retornando ao estudo da gramática, e sempre bom lembrar que corrupção
é o ato ou efeito de se corromper, oferecer algo para obter vantagem
em negociata onde favorece uma pessoa e prejudica outra. Tirar
vantagem do poder atribuído.

Enquanto honestidade é o ato, qualidade, ou condição de ser honesto,
aquele  que age corretamente, mesmo contrariando seus ou próximos
interesses, que age com escrúpulos, com decência, com honradez; que é
capaz de ser leal mesmo sem estar sendo vigiado ou fiscalizado.

Já a ‘humildade’ é a característica de quem tem e se manifesta em
virtudes de conhecer as suas próprias fraquezas e limitações. Sendo o
oposto à soberba, ao orgulho, a arrogância e a presunção. O humilde é
aquele que sabe exatamente o seu lugar no mundo, aquele que respeita,
aceita e sabe ouvir.



Gervásio Lima

Jornalista e historiador

* http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2013-08-02/wanderley-guilherme-dos-santos-corrupcao-publica-depende-de-corruptor-privado.html

sábado, 6 de setembro de 2014

Crise de Legitimidade (Êxodo, 4, 1-17)

Crise de Legitimidade (Êxodo, 4, 1-17)

Rodolfo Pamplona Filho
Será preciso um sinal
para mostrar a que se vem?
Dou-lhe um, dou-lhe dois,
dou-lhe três!
Não é preciso, porém,
ser sequer muito lógico:
vale curar a mão da lepra,
tornar a água em sangue
e até mesmo pegar
a serpente pela cauda...
Isto pouco importa...
Não é o milagre que autoriza...
Não é a maravilha que salva...
Não é a boca que fala,
nem o ouvido que ouve,
mas a essência que inspira,
trazendo o testemunho
e a palavra que liberta...
Não interessa o que se tem...
O cajado, a água, o corpo...
Tudo pode ser utilizado
por quem, de fato,
aceita e assume sua missão.
Quem tem legitimidade
não é quem tem habilidade,
mas, sim, quem se coloca
à disposição
para a efetiva ação
de servir
sem servir-se
de honrar
sem buscar louros
de viver
para ser vida para todos.


Salvador, 01 de dezembro de 2013, dia de posse de novos diáconos na Igreja Presbiteriana da Aliança.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

AS DORES

AS DORES

fotografia: Augusto Araújo Neto

texto: Marcelo Luís de Souza Ferreira

Há momentos
em que dar o próximo passo
parece impossível.
Faltam pernas
faltam forças
falta vontade...

Você clama
mas do céu não se ouve voz alguma.
Os anjos se calaram
enquanto você clama.
Os anjos se calaram...


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Soneto da Formatura

Soneto da Formatura

Rodolfo Pamplona Filho
Formar-se é completar um ciclo
de uma missão por si assumida,
completando lentamente o rito
de passagem da nova etapa da vida.

Testemunhar este momento
é um privilégio para quem
acompanhou, desde o nascimento,
o desabrochar do seu bem.

Por isto, é uma doce sensação
perceber a evidente evolução
de quem, outrora, era um bebê..

...que cresceu como gente grande
e aprendeu que o importante
é lutar sempre para vencer.


Salvador, 02 de dezembro de 2013, na formatura de minha sobrinha Nathália...

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

SAMURAI

SAMURAI
* MMendes

A espada 
que manejo
favorece 
a vida.
Não se presta 
a ferir
senão, 
dar poda
revigorar
a florada
para produzir
abundância
de frutos.
Sua lâmina 
não corta
apenas traça
o caminho 
da justiça
ao bem maior:
Dar beleza
a tudo.

www.poesiaecronica.blogspot.com.br

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Passarinho Preso

Passarinho Preso

Rodolfo Pamplona Filho
Passarinho Preso
Luta por liberdade
mesmo sem saber
de verdade
Contra o que
está lutando

Não consegue perceber
que o vidro impede
ultrapassar o limite
imposto pelas circunstâncias,
mas, mesmo assim,
ele se joga adiante...

E se machuca...
E se fere...
E se extenua...
Mas não desiste...

E, por vezes, o olhar do monstro
ou o susto do terror
não é um sinal da morte,
mas, sim, da renovação
da esperança da saída,
em que a dor e o medo
são o que nos impelem
a continuar tentando...
até o fim...
... qualquer que seja ele...


Salvador, 24 de novembro de 2013, na rede da varanda da casa...

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

ARTIGOS 434 E 435 DA CLT


ARTIGOS 434 E 435 DA CLT

Os infratores das disposições deste Capítulo, bem sei
Ficam sujeitos à multa de valor igual a 30 valores de referência regionais
Aplicada tantas vezes quantos forem tais
Os menores empregados em desacordo com a lei

Todavia não podendo
A soma das multas exceder a 50 vezes o valor de referência regional
Salvo no caso de reincidência, em que esse total
Poderá ser ao dobro elevado

Como dispõe a Consolidação
Fica sujeita à multa de valor igual
A 30 vezes o valor de referência regional
Essa é uma penalização

E também ao pagamento da emissão
De nova via a empresa tal
Que fizer na Carteira de Trabalho e Previdência Social
Anotação não prevista na legislação.

JORGE DA ROSA