terça-feira, 18 de agosto de 2020

Velas náufragas



Retenho a alma da minha cidade encantada

e o coração

de seus viventes na armadura

de um farol que busca amplidões 


no choque entre as pedras

mansas e bravas


que se desprendem do azul oceânico

de um céu vazio


As águas refeitas são nuvens

de presságios que se iluminam

na sede de um ser doído,

cansado de guerra

contra si mesmo


E toda palavra reside

em seu globo de luz


assim como todo homem que nasce

no litoral vive do seu

sopro de mar, da sua raiz

de fundos longínquos

parada no etéreo


Lumar! Lumar! 



Diego Mendes Sousa

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