segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Apoteose

 Tavares Bastos











Senhora, estes meus versos eram cheios

De tenebrosos, místicos pecados,

Porém já foram todos comungados

Com a hóstia santa dos teus níveos seios!





E assim por essa luz iluminados

Apagaram-se os tristes devaneios

Que os maculavam de cruéis anseios,

Brumando-os de negrores mascarados!...





E já que os leste, minha santa amada,

Rasga-os agora: quero estrangulada

Minh'alma ver em tuas mãos de neve!...





E então, que este prazer ainda eu goze,

Erguendo novamente uma ara leve


Para fazer-te nova Apoteose!...


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